Já ouviu falar sobre a arte gótica? Ela é uma das artes antigas mais prestigiadas no mundo moderno. Seu surgimento data da Idade Média, em uma época com intensa exploração marítima e a grande expansão de comércio europeu, o que proporcionou uma interação entre diferentes culturas.
Graças a isso, o mundo das artes viu novas portas se abrindo, pelo que, logo algumas grandes igrejas e catedrais que possuíam suas artes com base no teocentrismo, acabaram sendo cercadas com ideias inovadoras para a época.
A partir daí, durante os séculos V e XV, todos presenciaram a evolução de duas artes, que emergiram antes da chegada do renascentismo, sendo elas as artes gótica e românica.
Um detalhe interessante é que a arte gótica acabou sendo conhecida como “obra francesa”, por ter sua criação no norte da França, vindo a se tornar um grande marco na história.
Ela se destacou ao proporcionar conexão entre diversas práticas religiosas como o catolicismo em catedrais e igrejas. E assim o estilo gótico também passou a ser reconhecido como “a arte das catedrais”. Isso porque suas maiores obras nessa época foram realizadas em catedrais.
Conheça a seguir um pouco mais a fundo sobre a arte gótica, vendo um pouco de suas características e exemplos emblemáticos de obras nesse sentido.
Principais características da arte gótica
Durante o século XII os comércios ganharam maior intensidade, fazendo com que pessoas saíssem dos campos para a cidade. Note, portanto, que anteriormente as pessoas viviam praticamente em campos e mosteiros, lugares onde a arte era desenvolvida.
Com o fluxo intenso do comércio e novas pessoas chegando à cidade, portanto, as artes também ganharam o ambiente urbano. De modo geral, acredita-se que o primeiro e grandioso exemplo de arte gótica surgiu na França, na abadia Saint Denis.
Esse exemplo trata-se de uma igreja que foi construída em meados de 1140. Essa obra possui características que a credenciam dentro desse contexto. Um exemplo é a entrada, pois é bem diferente da arte romântica, possuindo três portais como entrada da igreja.
Outra grande característica da arte é que sem exceção, todas as igrejas do século XII a XIV possuíam rosácea, que é um tipo de janela aredondada que fica localizada no portal central.
Nessa arte, tudo acabava sendo voltado para o céu, ou seja, para Deus, e assim as obras possuíam as torres com pontas agulhadas. Além disso, com os arcos góticos eram permitidas as construções de abóbada de nervuras, da mesma forma nos pilares, e isso permitiu que as paredes ficassem menos grossas a fim de suportar toda estrutura.
Como consequência desses e outros fatores, as igrejas passaram a ser mais altas e também a usar vitrais. Já os tímpanos possuíam um trabalho minucioso com esculturas contando as histórias.
Não obstante, as colunas também chamavam muita atenção dos visitantes. Passaram ainda a usar arcobotante, uma espécie de arco que passa o peso de uma abóbada para os contrafortes externos.
Escultura gótica
As esculturas góticas estão ligadas à arquitetura nas grandes igrejas adeptas da arte gótica, sendo uma manifestação artística que tonava as construções mais belas e ricas. Através delas eram realizados muitos ensinamentos.
Desta arte, um dos grandes destaques é a estátua do Cavaleiro Medieval, que ficava sempre visível e fazia menção à cultura da cavalaria com seus traços.
Já foram encontradas também algumas esculturas com assinaturas do século XIII, sendo que um exemplo é de Giovanni Pisano. Ele era um artista italiano responsável por esculpir esculturas em igrejas. Uma de suas obras mais conhecidas é a escultura da Virgem e o Menino, sem colunas ou suportes.
Pinturas Góticas
Perto do Renascimento, veio o surgimento da pintura gótica, por volta dos séculos XII, XIV e início do século XV. O diferencial é que as pinturas tratavam tudo com mais realismo e abordava temas religiosos. Muitos não sabem, mas os principais artistas desse período deram início à pintura do Renascimento.
Giotto
Em sua arte, os santos eram pintados em forma de humanos, mas com muita simplicidade. Com isso a visão humanista com o homem no cento de tudo, passou a ser parte das obras dos artistas.
As obras mais conhecidas desse artista são as dos Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis, que se encontra na Itália e também o Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
Jan Van Eyck
Esse artista gostava de retratar a vida da sociedade, suas obras registravam as paisagens urbanas com todos detalhes e características. Suas principais obras são o Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin.
Manuscritos ilustrados e iluminura
Em meio aos objetos de grande valor no século XII até o século XV, foram criados os manuscritos ilustrados. Eles vieram em pergaminhos de livros, onde eram criadas as ilustrações. As obras foram criadas com toda delicadeza passando por uma técnica especial.
Tais manuscritos eram criados especialmente para os aristocratas e burgueses, que eram a classe mais rica dessa época. As artes eram criadas por artistas leigos que viviam em mosteiros e tinha relação com os livros da Bíblia.
Uma dessas bíblias passou a ser conhecida como moralizada, por possuir algumas passagens ilustradas.
A arquitetura gótica no Brasil
Um fato interessante quanto ao teor nacional desse tipo de arte, é que as construções góticas do Brasil não foram erguidas no período da Idade Média. Na verdade o que aconteceu no país foi uma espécie de manifestação tardia.
Isso porque seguiu a tendência de Portugal, onde muitos castelos e igrejas já haviam sido construídos com tal estilo. Mas até mesmo em Portugal foi muito lenta a transição artística até que chegasse o estilo renascentismo.
Com isso acabou surgindo um estilo intermediário de arte, chamado de manuelina, por causa do reinado de D. Manuel I.
Por essa razão quando é mencionado o “estilo gótico brasileiro” estamos na verdade falando sobre o “neogótico”. Sendo este popularizado depois de D. Pedro II, que foi quem alavancou tal estilo ao redor do mundo.
O exemplo é similar ao da arquitetura barroca e demais estilos que vieram da Europa e passaram a ser popular no Brasil.