Renascimento

Renascimento: saiba tudo sobre esse período na História da Arte

O renascimento foi um período da história da arte que revolucionou tudo em que o povo acreditava. Se você não conhece ainda sobre essa era da história da arte, portanto, é hora de ficar por dentro do assunto. Conheça os principais detalhes a seguir.

O renascimento

O renascimento surgiu na Europa Ocidental, devido principalmente às influências dos humanistas. Todavia, ele acabou não se desenvolvendo da mesma forma em todas as regiões.

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De modo geral, houve uma variação do renascimento em diferentes lugares, porém seu verdadeiro desenvolvimento ocorreu na Itália, principalmente na região de Florença, além da Alemanha e região de Flandres.

Na verdade foram nesses lugares que os comércios fizeram surgir a burguesia rica, que acabou se propondo a dar um financiamento para produção intelectual e artística da época.

Com isso as famílias de mercadores e/ou banqueiros, a igreja e os reis, contratavam os artistas que mais se destacavam para criar seus palácios, edifícios, estátuas, igrejas, obras artísticas a domicílio e pinturas.

Tais pessoas eram denominadas mecenas, sendo um tipo de referência a quem patrocinava as artes na Roma antiga. Tornaram-se o guardião da produção cultural com teor renascentista, também responsável por garantir o sustento dos artistas.

Um grande exemplo disso na história são os Médici em Florença. Tratava-se de uma das famílias mais ricas do local. O dinheiro da família veio dos trabalhos do banqueiro Cosimo di Médici (1389-1464).

Ele foi o grande responsável por criar uma academia para os estudos da filosofia centrada em Platão. Foi ele também que sustentou pintores, escultores e arquitetos que fizeram de Florença uma grande obra de arte pública.

É possível afirmar também que o renascimento causou uma grande evolução em diferentes campos de conhecimentos, além de ter produzido pensadores, artistas e cientistas, que com seus trabalhos vieram a influenciar a produção intelectual nos demais séculos.

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Voltando à fé e à razão

No período da Alta Idade Média, entre os séculos 5 e 10, veio sobre a arte o estilo românico e gótico, tudo voltado à religião.

A arte nessa época, principalmente a pintura, arquitetura e escultura, tinha o patrocínio da igreja, com a visão de levar ao povo a visão de fé teocêntrica, tendo Deus no centro de tudo.

Tal arte veio a ser marcada com um misticismo o qual deixa o homem longe de seus desejos terrenos. No que diz respeito à pintura, a verdadeira transformação aconteceu com Giotto (1267-1337), com sua arte de figuras humanizadas e motivos naturais.

Foi nessa mesma época no período da primeira etapa do renascimento, que Dante Alighieri (1265- 1321), vindo do mesmo lugar que Giotto, criou a “Comédia” (depois chamada de “Divina”), deixando consagrado o idioma florentino, conhecido até hoje como a língua italiana.

Isso terminou colocando um fim na hegemonia do latim – que era a língua do clero – que era a principal forma de transmitir o conhecimento, trazendo a valorização dos idiomas nacionais e regionais e se tornando a influência para o surgimento dos Estados nacionais, que foram libertos do domínio feudal.

O renascimento em sua fase dois

A segunda fase do renascimento ocorreu no século 15, sendo conhecido como os anos Quatrocentos. Esse se tornou o período de grande desenvolvimento do comércio e das artes em geral.

Foi nesse mesmo século que ocorreram as grandes navegações, por causa da necessidade de encontrar rotas marítimas que não fossem no Mediterrâneo. Devido ao crescimento do comércio, os portugueses e espanhóis conseguiram conquistar o Atlântico, o que abriu trajeto para a Índia e Novo Mundo.

Em Florença, a pintura, passou a apresentar diferentes correntes, tendo como representante Tommaso Masaccio (1401-1428), com seu estilo naturalista. Isso além de Fra Angélico (1390?-1455), com uma arte que lembrava o estilo gótico, e Sandro Botticelli (1445-1510), que acabou sintetizando as correntes anteriores.

Na Itália, a literatura, arquitetura e as artes plásticas vieram a se irradiar em diferentes países da Europa. Bem ao norte, em Flandres, vieram a se destacar os pintores que mostravam o cotidiano da alta burguesia.

Um grande exemplo dessa arte é o casal Arnolfini representado no quadro de autoria de Jan Van Eyck (1395?-144l), sendo por acaso, um dos pioneiros na pintura a óleo, a qual acabou vindo a substituir várias técnicas anteriores e a se tornar uma referência da pintura sofisticada, isso até hoje.

O renascimento e a sua expansão

Foi durante o século 16, que aconteceu a terceira etapa do renascimento, tendo como marco uma expansão ainda maior no movimento cultural na Europa. O grande destaque da Itália, foi Leonardo da Vinci (1452-1519), que acabou contribuindo com a arte e a ciência.

Não podemos nos esquecer também do físico, matemático e astrônomo Galileu Galilei (1564-1642), pois foi ele um dos responsáveis pelo avanço da ciência à época.

Voltando às artes, também não podemos deixar de fora o emblemático Michelangelo Buonarroti (1475-1564), criador dos afrescos na capela Sistina, além das esculturas de Moisés, Davi, e outras que, pelo tamanho, deixam evidente a ideia de grandeza da humanidade no Renascimento.

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Obras e ideias

A obra “O Príncipe”, de Maquiavel veio a descrever um modelo perfeito de governante com base na ciência política dentro do renascimento. A autoria do emblemático “História de Florença” também é atribuída a ele, tendo informações históricas e reflexões políticas, que veio a abordar alguns acontecimentos marcantes da região, se tornando ícone do renascimento.

Thomas Morus foi o autor de “Utopia”, que veio a idealizar uma cidade perfeita no qual todos vivem em harmonia. Com essa obra o autor conseguiu fazer uma boa crítica à sociedade da época, principalmente contra os poderosos.

Queda da era renascentista

Por volta do século 16, as obras filosóficas ou artísticas estavam revelando diferenças estilísticas no que diz respeito àquelas que se convencionaram a serem chamadas de renascentistas, trazendo mudanças no plano sociopolítico. Com isso o renascimento começou a desaparecer.

Um dos principais motivos de tal desaparecimento foi que boa parte da igreja, que se acomodou com novo estilo de vida voltada ao capitalismo, veio a romper com o obsoleto clero de Roma, causando várias reformas religiosas, dando origem a várias novas denominações cristãs.

Foi depois disso que a Europa veio a se dividir entre os protestantes e católicos, deixando o continente em crise, onde veio a predominar o fanatismo, obscurantismo, as fogueiras da Santa inquisição e as guerras de religiões.

Com tal terreno de medo, incertezas e árido, o renascimento acabou perdendo seu equilíbrio e a harmonia, que um dia o fizeram florescer.

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