Andrej Varhola, Jr, ou Andy Warhol, como era chamado, nasceu no dia 6 de agosto de 1928 em Pittsburgh, Pensilvânia (EUA), e faleceu em 22 de fevereiro de 1987 na cidade de Nova York. Seus pais, Ondrej e Julia Varhola, eram imigrantes originários do nordeste da Eslováquia, devotos da Igreja Católica Bizantina e, em 1914, emigraram para os EUA.
Ainda quando criança, Andy foi acometido por um distúrbio neurológico autoimune conhecido como Coreia de Sydenham (CS) ou Doença de São Vito, que afeta a coordenação motora, causando movimentos involuntários. Ele também sofreu com escarlatina, que o deixou com uma cor de pele muita pálida.
Quando acamado em virtude de doenças típicas da infância, Andy gostava de desenhar e ouvir rádio, além de colecionar ao redor de sua cama fotos de celebridades do cinema. Anos depois, o artista declarou que esses períodos foram muito importantes para desenvolver suas habilidades, bem como teve muita importância na formação de sua personalidade.
Fotógrafo, artista plástico, cineasta e designer gráfico, considerado o pai da Pop Art, Andy deixou uma obra de grande destaque, inclusive na literatura e no cinema.
Início de carreira
Aos 17 anos de idade, em 1945, Andy Warhol foi estudar no Instituto de Tecnologia de Carnegie, atualmente Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, e se formou em designer. Logo após a sua graduação, mudou-se para Nova York onde iniciou seu trabalho como ilustrador de revistas.
Em 1949, Andy fez seu primeiro trabalho como artista, uma ilustração para a Revista Glamour e, posteriormente, para outras revistas renomadas como Vogue, The New Yorker e Harper’s Bazaar, entre outras. Ainda nessa época, o artista também desenvolvia trabalhos publicitários como anúncios e expositores para vitrines de lojas.
A partir daí, Andy iniciou sua promissora e bem-sucedida carreira de artista gráfico, ganhando prêmios importantes como diretor de arte do The American Institute of Graphic Arts e do Art Director’s Club.
Carreira em ascensão
Em 1952, Andy realizou a sua primeira exposição individual na Hugo Galley onde apresentou quinze desenhos inspirados em obras de Truman Capote, escritor e dramaturgo norte-americano. Posteriormente, em 1956, esses desenhos foram expostos no Museu de Arte Moderna (MOMA), também em Nova York.
Já na década de 60, o tema de suas obras, assim como de outros artistas que encabeçavam o movimento Pop Art, voltou-se para objetos de cultura de massa e celebridades, fundindo os conceitos de arte e cultura popular. O uso de tintas acrílicas em cores forte e vibrantes e o foco em objetos de consumo e temas do cotidiano eram sua marca registrada.
Andy passou a utilizar a técnica da serigrafia, processo de reprodução sobre papel, tecido ou outros materiais, de fotos (ou textos), onde a tinta é vazada através de pressão feita em um rolo, para uma tela previamente preparada. A técnica gerava inúmeras cópias de seus trabalhos mecanicamente, ou seja, a produção passou a ser em massa, sem que houvesse evidências das mãos do artista.
Entre esses trabalhos podemos destacar as latas de sopa Campbell, garrafas de Coca-Cola e rostos de celebridades como Marylin Diptych, onde Andy utilizou uma fotografia da propaganda do filme Niagara (1953), protagonizado por Marylin Monroe e pintado logo após a morte da atriz.
Nessa mesma época, Andy fundou a famosa The Silver Factory, estúdio e ponto de encontro cultural na cidade de Nova York. Em 1965, o artista financiou e gerenciou a banda The Velvet Underground.
Em 1968, Andy Warhol foi vítima de um atentado onde sofreu um tiro, teve que submeter-se a uma cirurgia complicada, conseguiu se recuperar, mas o deixou com graves sequelas.
O atentado foi protagonizado pela escritora e militante feminista, fundadora e única integrante do grupo Society for Cutting Up Men, Valerie Solanis, que sofria de esquizofrenia paranoica. Valerie Solanas entregou-se à polícia e foi condenada a 3 anos de prisão.
Em 1969, o artista lançou a revista Interview, que se destacava pelos elementos gráficos e pelas entrevistas sempre feitas por um artista famoso a outro, e que muitas vezes o próprio entrevistador famoso era Andy.
Principais obras de Andy Warhol
Andy Warhol, que utilizava sempre a expressão:“Eu sou uma pessoa profundamente superficial”, deixou a sua marca no mundo das artes plásticas, cinematográficas e literárias. Várias de suas obras encontram-se em exposição no The Andy Warhol Museum, inaugurado em 1994 em Pittsburgh.
As primeiras obras digitais de Andy foram encontradas recentemente no museu que preserva a obra do artista em alguns disquetes antigos. O chefe do acervo foi procurado por Cory Arcangel, artista de novas mídias que encontrou um vídeo onde Andy participou do lançamento de um PC em 1985, o Commodore Amiga, que despertou seu interesse em saber onde estariam as imagens criadas por ele.
Com o auxilio do Clube do Computador da Universidade Carnegie Mellon, que reuniu partes do hardware, foi possível fazer a leitura. Nos disquetes foram encontrados fotos, colagens e rascunhos feitos com o mousse de uma de suas mais famosas obras: o retrato da lata de sopa Campbell’s.
Outro achado que despertou bastante interesse foi a releitura feita por Andy de “O Nascimento de Vênus”, do artista renascentista italiano Botticelli. Esses achados serão expostos na mostra “A Fotografia Invisível”, no Carnegie Museum of Art, em Pittsburgh.
Conheça algumas de suas principais obras a seguir.
Filmes
Andy Warhol produziu e dirigiu centenas de filmes. Veja alguns deles:
- Kiss, 1963;
- Eat, 1963;
- Sleep, 1963;
- Blow Job, 1963;
- Batman Dracula, 1964;
- Empire, 1964;
- Vinyl, 1965;
- Poor Little Rich Girl, 1965;
- More Milk, Yvette, 1966;
- Chelsea Girls, 1966;
- Salvador Dalí, 1966;
- I, a Man, 1967;
- Lonesome Cowboys, 1968.
- Flesh, 1968;
- Blue Movie, 1969;
- Trash, 1969;
- Heat, 1972;
- Blood of Dracula, 1974.
Obras inesquecíveis
- Campbell’s soup cans, conjunto de 32 telas pintadas em homenagem ao rótulo das 32 variedades de sopas oferecida pela empresa fabricante;
- Marylin Diptych;
- Caricatura de MaoTsé-Tung;
- Garrafa de Coca-Cola, feita à mão em 1962 e vendida por 57,2 milhões de dólares;
- Mickey Mouse, da série Myths, representações em serigrafia de personagens fictícios da cultura popular ocidental;
- Eight Elvises, pintura em que sobrepõe fotografias de Elvis Presley vestido de cowboy;
- Brillo Box, réplica de caixa de sabão em pó, marca muito consumida nos EUA, produzida por serigrafia;
- Big eletric chair, obra que retrata uma série de imagens coloridas e em sequência de uma câmera de execução com a cadeira elétrica vazia;
- Banana amarela, utilizada na capa do primeiro álbum da banda The Velvet Underground.
O último trabalho de Andy Warhol foi Self-Portrait, autorretratos produzidos pelo artista em 1986 e utilizados recentemente na coleção-cápsula da Calvin Klein Jeans.
Andy Warhol faleceu aos 58 anos de idade no dia 22 de fevereiro de 1987, em Nova York, EUA, após a cirurgia para a retirada da vesícula biliar.
Vamos terminar a matéria com uma das frases mais célebres do artista: “No futuro, todos terão quinze minutos de fama”.