O que é arte antiga? Como se define?

A arte antiga são as evidências artísticas desenvolvidas pelas civilizações antigas após a criação da escrita. As civilizações que deixaram mais registros para estudarmos a arte antiga foram a egípcia, a grega e a romana.

E é sobre as particularidades da arte dessas civilizações que vamos discutir hoje.

Egito

A arte antiga egípcia surgiu há cerca de 3000 a.C., mas só entre 1560 e 1309 a.C. sua pintura passou a se destacar, buscando retratar a movimentação dos corpos e apresentando uma preocupação com a suavidade das formas.

O local a ser trabalhado primeiramente recebia um revestimento de gesso branco e em seguida se aplicava a tinta sobre a placa de gesso. Essa tinta era algo parecido com cola colorida, produzida a partir de minerais.

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Ao pintar e esculpir, os egípcios tinham o intuito de relatar os eventos de sua época. Geralmente contavam a história dos faraós, do seu povo (em uma escala reduzida) e dos deuses.

Um fato curioso sobre as representações humanas na arte antiga egípcia é que os humanos não podiam ser retratados em templos ou lado a lado dos deuses.

Curiosidades

  • Acredita-se que os egípcios não tiveram a intenção de nos deixar a arte dos seus criadores;
  • O tamanho das pessoas e objetos não caracterizava necessariamente a distância um do outro e sim a importância do objeto, o poder e o nível social;
  • Os egípcios tinham valores estáveis que se perduraram por aproximadamente 6000 anos;
  • O faraó era a figura de ligação entre os homens e os deuses. E graças ao fato de ser o responsável pelo bem-estar do povo, também acabava sendo considerado uma divindade.

Grécia

O desenvolvimento alcançado pelas manifestações artísticas na Grécia foi notável. A arte antiga grega sempre buscou refletir os costumes e as principais mudanças que ocorreram com sua sociedade durante a antiguidade.

Antropocêntrica

Uma característica importante da arte antiga grega é que ela é antropocêntrica, focada no realismo, buscando ressaltar a beleza do ser humano, com destaque especial a perfeição das suas formas, trazendo sempre a ideia de que o ser humano é o centro de tudo.

Arte pré-helênica

A arte pré-helênica ou cretense chegou a atualidade graças a descoberta do Palácio de Cnossos. Tanto sua grandiosidade quanto as características das pinturas encontradas demonstram a beleza e também como as civilizações orientais que ficavam próximas de Creta nesse período influenciaram a arte da cidade.

Um destaque especial vai principalmente para a retratação das figuras humanas, geralmente caracterizadas por: pernas em perfil, corpo frontal, cabeça em perfil e olhos virados para a frente.

Arte micênica

Em suma, o período da arte micênica ficou caracterizado como sendo o período de evolução da arquitetura. O Mégaro Micênico foi o grande modelo de evolução do artesanato em cerâmica, onde podemos encontrar figuras decorativas que retratam cenas cotidianas do povo grego.

Apesar de grande influência da arte cretense, muitos elementos peculiares foram desenvolvidos graças a arte micênica, o que acabou dando início a um afastamento das influências artísticas orientais.

Deuses e Homens

A religião dos gregos valorizava bastante os deuses. Mas também valorizava bastante os homens. É por esse motivo que ela é vista como sendo uma cultura racional, individualista e antropocêntrica.

Ela é considerada também hedonista, pois possibilitava que os homens criassem obras que refletissem seus sentimentos íntimos, produzindo por puro prazer, sem a necessidade de as obras terem alguma utilidade, como era comum nas culturas orientais, que eram mais pragmáticas.

Arquitetura

Os templos foram a principal representação de arte antiga na arquitetura grega. Sendo politeístas e acreditando na semelhança entre os deuses e os homens, os gregos criaram uma doutrina religiosa singular em sua época.

Seus templos, das mais variadas deidades, disseminaram-se pelas cidades gregas. Eles eram edificados sobre uma base de um metro de altura chamada estilóbato.

Os edifícios governamentais também tinham importância arquitetônica. Eles refletiam as transformações políticas das cidades mais importantes como, por exemplo, Atenas.

Outra característica que marca a arquitetura da Grécia Antiga é o uso das colunas de pedra. As colunas eram as responsáveis pelo ar suntuoso das construções.

Inicialmente, existiam dois estilos de colunas: o dórico, simples e pesado; e o jônico, mais suave.

Durante o século V a.C., foi criado um novo estilo, o Coríntio, que era mais ornamentado e refinado.

Esse período ficou conhecido como “idade de ouro” (ou “o século de Péricles”), pois foi durante esse século que a arquitetura grega desenvolver suas maiores construções, tendo como maior exemplo o Pártenon de Atenas, projetado pelos arquitetos Calícrates e Ictinos.

Esculturas

Entre os séculos XI e IX a.C, a Grécia produziu obras esculturais pequenas. Geralmente eram representações de rapazes e moças em marfim ou argila.

A pedra passou a ser o principal material no período arcaico, comum nas simples estátuas de figuras humanas, refletindo ainda a influência que vinha de outras civilizações.

No entanto, o apogeu da escultura na arte antiga da Grécia, ocorreu no período clássico. Foi no século V a.C., que as obras obtiveram maior realismo, buscando refletir a perfeição das formas e a beleza do ser humano, posteriormente ganhando inclusive um dinamismo, como pode ser percebido no Discóbolo de Mirón.

Roma

A arte antiga romana se divide nos períodos da Roma Republicana e da Roma Imperial.

Durante a república, a expressão “arte romana” estava basicamente restrita a arte criada na cidade de Roma, a qual ainda conservava a influência dos etruscos.

Aos poucos, a arte se libertou da herança etrusca, por conta da expansão do Império Romano pela Itália e pelo mediterrâneo.

Com a expansão do império e a absorção de outras culturas, a arte antiga romana acabou se tornando muito rica e eclética, caracterizando-se pelo emprego de estilos diferentes em cada cidade, variando de acordo com os gostos dos seus mecenas.

Arquitetura

Seus templos eram uma mistura de elementos etruscos e gregos. Planta retangular, teto de duas águas, vestíbulo profundo com colunas livres e uma escada na fachada dando acesso ao pódio ou a base.

Além disso, os romanos mantiveram as ordens gregas tradicionais mencionadas anteriormente: dórica, jônica e coríntia. No entanto, eles inventaram mais duas: a toscana – uma espécie de ordem dórica sem estrias no fuste – e a composta, com um capitel criado a partir da mistura de elementos jônicos e coríntios.

Esculturas

Por toda Roma, os relevos escultóricos adornavam os edifícios governamentais e privados. Algumas estruturas romanas serviam apenas como suportes monumentais para escultura.

Colunas historiadas com frisos em baixo relevo em espiral relatam com muitos detalhes as guerrilhas romanas.

Pintura

Os artistas de Roma trabalhavam diversos temas. Como principais, podemos citar: natureza morta, mitos, acontecimentos históricos, retratos e cenas da vida cotidiana.

É possível dividir a arte antiga da pintura Romana em 4 etapas/estilos:

  • 1º Estilo: fundamenta-se na decoração de interiores grega, também conhecido como estilo de incrustação, pois suas obras sobre o revestimento de gesso foram usadas para imitar os aspectos dos paredões de mármore polidos;
  • 2º Estilo: tem como objetivo criar obras com perspectiva, uma espécie de ilusão espacial, prologando-se além da extensão do mural;
  • 3º Estilo: é marcado por pinturas suaves na qual o ilusionismo do segundo estilo é suprimido em prol dos arabescos lineares sobre fundos monocromáticos;
  • 4º Estilo: foi o responsável por fazer com que as pinturas arquitetônicas voltassem a se popularizar com a diferença de que, agora, a perspectiva lógica assumiu um papel secundário, sendo trocada por estruturas épicas e de difícil construção.

Mosaicos

Os mosaicos romanos variam entre padrões abstratos de tecelãs negras e brancas até ambiciosas criações figurativas policromáticas.