Arte na Idade Contemporânea: tudo o que você sempre quis saber

A arte na Idade Contemporânea compreende-se no período entre a Revolução Francesa (1789) e o presente.

Foi uma época caracterizada por revoluções e grandes transformações artísticas, demográficas, sociais, políticas, tecnológicas e econômicas. Neste contexto, a vanguarda artística surgiu, buscando uma nova linguagem estética consistente com a nova sociedade do século XX.

A principal característica da arte na Idade Contemporânea é a liberdade de expressão e atitude provocante. Também o uso da linguagem e vocabulário que escandaliza e humoristicamente critica a cultura e os tempos.

A arte abandona a imitação da natureza e se concentra no mundo interior dos personagens, no sensível, no conceitual e na linguagem das formas. Prevalece o inconsciente, a reconstrução mental do trabalho, exigindo do espectador uma nova atitude para com a obra.

As pinturas e esculturas fogem da figuração e avançam em direção ao abstrato. Elas quebram com as linhas, com as cores tradicionais e com a perspectiva única. Criam desenhos geométricos e a visão simultânea de várias configurações de um objeto. A arquitetura, por outro lado, abandona a simetria para dar lugar à assimetria.

A arte na Idade Contemporânea e seus estilos

O Romantismo

Depois Revolução Francesa uma série de mudanças culturais e intelectuais foram acionadas em paralelo com as transformações econômicas sociais e políticos da revolução burguesa e a revolução industrial. Estes foram refletidos nos movimentos da arte do século XIX.

Os estilos do século XVIII, o neoclassicismo e rococó, simultaneamente cederam espaço para o movimento romântico. Um exemplo da expressão da arte na Idade Contemporânea foi na pintura de Gericault, que rompeu com as convenções estéticas.

Os artistas procuraram libertar-se das formas e modelos clássicos para conseguir uma arte mais espontânea, viva e pessoal. Buscavam sua clientela em um público burguês que sancionou seu sucesso com a demanda de seu trabalho em um mercado de arte cada vez mais animado; e não tanto nos padrões tradicionais (nobreza, clero, monarquia).

Goya é um caso excepcional. Apesar do fato do Romantismo ter chegado atrasado na Espanha e durado pouco, seu estilo pessoal superou os cânones românticos. Com o tempo, influenciou artistas de todo o mundo, sendo unanimemente considerado como um dos precursores do impressionismo.

O Impressionismo

Embora o termo impressionismo seja aplicado em diferentes artes, como a música e a literatura, seu aspecto mais conhecido, e o que foi o precursor, é a pintura impressionista.

O movimento impressionista foi desenvolvido a partir da segunda metade do século XIX na Europa, principalmente na França. Sua característica, à grosso modo, era a tentativa de capturar a luz (visual “impressão”), independentemente da identidade do que projetou.

Ou seja, se seus antecessores pintaram formas com identidade, os impressionistas pintaram o momento da luz, além das formas subjacentes. O movimento foi batizado pelos críticos com ironia e ceticismo, sendo diametralmente oposto à pintura metafísica.

O Modernismo

Modernismo – outro estilo da arte na Idade Contemporânea – é o termo usado para designar uma corrente de renovação artística desenvolvida no final do século XIX e início do século XX.

Em diferentes países, recebeu várias denominações:

  • Art Nouveau (na Bélgica e França);
  • Estilo moderno (na Inglaterra);
  • Secession (na Áustria);
  • Jugendstil (na Alemanha e países nórdicos);
  • Liberdade ou Floreale (na Itália);
  • Modernismo (na Espanha).

Embora exista certa relação que os torna reconhecíveis como parte da mesma corrente, em cada país o seu desenvolvimento foi expresso com características distintivas, distinguindo-se pela sua criatividade, pelo gosto pelo refinamento, pelo desejo de deixar a realidade cotidiana e por conhecer outras culturas e costumes.

Vanguarda

Vanguarda vem da palavra francesa avant-garde, um termo no vocabulário militar que designa a parte mais avançada do exército, que confrontaria a avançada “linha de frente” na exploração e no combate.

No campo artístico, uma série de movimentos artísticos do início do século XX foi chamada de vanguardas históricas. Esses movimentos buscaram inovação na produção artística. Destacaram-se pela renovação radical em forma e conteúdo. Também exploraram a relação entre arte e vida, além de reinventar a arte confrontando movimentos artísticos anteriores.

Características da Vanguarda dentro da arte na Idade Contemporânea

Uma das características visíveis da Vanguarda é a atitude provocativa. Foram publicados manifestos em que tudo o que foi produzido anteriormente foi atacado. O descarte acontecia por serem consideradas obras desatualizadas, enquanto ao mesmo tempo, havia a reivindicação do original, do lúdico, desafiando os modelos e valores existentes até o momento.

Diferentes ismos emergiram (futurismo, dadaismo, cubismo, construtivismo, ultraismo, surrealismo, etc.). Eram diferentes correntes de Vanguarda com diferentes fundamentos estéticos, embora com denominadores comuns:

  • A luta contra as tradições, buscando o exercício da liberdade individual e da inovação;
  • Audácia e liberdade de forma;
  • A natureza experimental e a rapidez com que as propostas se sucedem;
  • O poeta / artista / arquiteto de vanguarda não é feliz. Como o passado não o ajuda, ele precisa procurar uma arte que responda a essa novidade interna que o homem está vivendo, contando com a novidade original que é carregada por dentro;
  • Os velhos temas eram abandonados, pois careciam de substância e não respondiam ao novo homem;
  • A poesia era tocada constantemente com o símbolo;
  • As regras tradicionais de versificação precisavam de maior liberdade para expressar adequadamente seu mundo interior;
  • Na reação contra o modernismo e imitadores dos mestres desta corrente, havia uma consciência social que os levava a tomar posições contra o homem e seu destino;
  • Novos temas, linguagem poética, revolução formal, desaparecimento da anedota, proposição de temas como o antipatriotismo;
  • Aprofundamento no mundo interior dos personagens, porque eles eram apresentados através dos estados mais ocultos da alma;
  • O tempo cronológico não era importante, mas sim o tempo psíquico. Era levado em conta o aspecto de apresentação, uma vez que apenas sugeria ao leitor completo. O autor exigia, não só a presença de um leitor atento que desvendasse os fatos apresentados, mas que iria inteligentemente montando as peças do romance de nosso tempo.

 

This post was last modified on February 8, 2019 7:02 pm