De Stijl (Neoplasticismo): um verdadeiro marco da era moderna

Em vários momentos a Arte passou por mudanças. Em um deles, por exemplo, surgiu o movimento De Stijl, que revolucionou a Arte Moderna. Dessa maneira, novas propostas foram observadas e velhos moldes começaram a ser contestados.

Ainda assim, o De Stijl é um movimento que surgiu na Europa e, portanto, esses moldes foram bem aceitos em certo sentido. Isto porque nem todas as formas de Artes são aceitas facilmente para os velhos padrões europeus. No entanto, isso não significa em momento algum que foi fácil para o De Stijl se estabelecer.

O movimento criado na Holanda, embora ainda em continente europeu, ia contra tudo que era estabelecido até o momento. Desse modo, não foi tão simples assim fazer com que as ideias propostas fossem aceitas. Entretanto, foi um caminho mais fácil que para formas de Arte de outros continentes, sobretudo colônias.

A origem do De Stijl e sua aceitação na sociedade

Como dito anteriormente, o De Stijl surgiu na Holanda em 1917, e também é conhecido como Neoplasticismo. Todo o movimento começou a partir de um grupo de designers, arquitetos e artistas, cuja associação foi criada junto de um jornal. Sendo assim, o novo movimento acabou por receber o nome desse jornal em homenagem a esse grupo fundador.

Ao todo, foram dez fundadores do movimento e que propunham grandes mudanças na perspectiva de se observar a Arte. Contudo, em 22, muitos membros já tinham saído do grupo e novos integrantes ingressavam. À medida em que os ideais iam se estabelecendo, ficava mais difícil a aceitação do novo estilo proposto.

Ainda que fosse complicado convencer as pessoas sobre essa nova perspectiva, o caminho não foi impossível. Por exemplo, é mais fácil a aceitação dessa proposta vindo da própria Europa que das Artes Xamanicas advindas de continentes explorados. Logo, depois que conseguiram conquistar certa aceitação na sociedade, o estilo e as técnicas passaram a ser mais bem aceitas.

Inclusive, o movimento abriu muitas portas para a Arte Moderna em comparação aos outros movimentos da época. Nem todo movimento artístico consegue ter suas propostas aceitas pela sociedade, como ocorreu com as vanguardas, por exemplo. Isto porque nem todas as ideias conseguem convencer o público de que não são absurdas.

Há Arte além do De Stijl

Ao se considerar o tópico anterior a respeito de que nem todos os movimentos conseguiam se estabelecer, é comum imaginar que tenham desaparecido. O que acontece, no entanto, é que outros movimentos que têm as ideias e propostas consideradas absurdas demais, não necessariamente são extintos.

Pode acontecer, por exemplo, de continuar a fazer Arte mesmo sem o reconhecimento devido. Portanto, ao se estudar Arte por completo, é comum se deparar com movimentos, estilos, técnicas e propostas nunca mencionadas. Este fato ocorre, pois, nem todos foram aceitos pela sociedade na época.

O mesmo ocorre com escritores brasileiros, uma vez que nem todos ficaram famosos na época ou agora. Assim, quando se faz um estudo aprofundado da Literatura, é comum se deparar com nomes que nunca tiveram evidência. Logo, isso também acontece na Arte e há outras técnicas e movimentos além do De Stijl nessa mesma época. Pode ter acontecido, porém, de nem todos terem reconhecimento, sobretudo por contestarem a Antiguidade Clássica em diversos momentos.

Características do movimento De Stijl

Muito parecido com o que propunha o Bauhaus alemão, o movimento De Stijl surgiu com novas ideias para se olhar os objetos. Dessa maneira, defendiam um purismo estético a fim de demonstrar mais a funcionalidade de determinado objeto. Não interessava, portanto, apenas a beleza estética, mas o funcionamento de tudo.

Assim sendo, os famosos “floreios” e embromações não eram aceitos. A Arte deve ser pensada, reflexiva, mostrar alguma funcionalidade, não apenas bonita. Tudo isso, redefiniu o que se pensava da Arte até então, bem como moldou as bases do design.

Na Arte, porém, o grupo defendia o uso de formas geométricas na Arte Abstrata. De certa forma, a ideia da Arte como maneira de reflexão era reiterada com essa proposta. Afinal, mais do que demonstrar através de simbologias o que aquela pintura quer dizer, a Arte existia para nos fazer pensar.

Portanto, o movimento pregava mais que uma análise. Era necessário, ao se compreender a proposta de estilo, pensar criticamente e refletir sobre as ideias. As cores primárias eram utilizadas para que não houvesse uma simbologia das cores por trás do pensamento. A ideia era encarar a arte pela sua funcionalidade, pela sua reflexão, pela ideia do geral antes do particular.

A transgressão mais importante

O movimento moderno do De Stijl, ou Neoplasticismo como também pode ser chamado, também transgrediu em outras áreas. Não apenas na Arte e na Arquitetura as técnicas poderiam ser utilizadas. Como dito anteriormente, o movimento foi importante para determinar as bases do design como o conhecemos.

Assim sendo, ao se criar objetos, especificamente móveis, era necessário pensar no De Stijl antes. Somente dessa forma o objeto poderia ser funcional sem exageros. Não basta para a peça ser bonita e combinar com o ambiente, ela precisa ser útil.

Uma cadeira, por exemplo, não precisa ser cheia de ornamentos ou da melhor madeira. Para que o objeto esteja dentro do que pregava o De Stijl, era preciso apenas que fosse funcional. Desse modo, a cadeira precisa apenas ter um encosto e quatro pernas, permitindo que alguém possa se sentar.

A dança russa

Como forma de demonstrar como funcionava a Arte para o movimento De Stijl, os primeiros quadros apresentados trabalhavam com uma técnica simples. Muito parecida com o que conhecemos do Cubismo, as formas geométricas são postas em evidência na tela.

O quadro “Ritmo de uma dança russa” demonstra como o De Stijl apresentava sua perspectiva. Em linhas retas, de fundo cinza e branco, os passos da típica dança russa estão demarcados em cores primárias.

Desse modo, cabia ao observador que apreciasse o que estava sendo construído naquele momento. O que aquilo quer dizer? O que significa? Simplificar a Arte não é fácil, porque faz com que mais perguntas surjam e as respostas sejam relativas.

Assim sendo, em um movimento estabelecido para se encarar a Arte com funcionalidade e pessoalidade, o De Stijl surgiu. Logo, serviu de base para muitas reflexões e perguntas, de modo que qualquer pessoa conseguisse olhar para dentro de si primeiro.