Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios

Conheça a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios

Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios foi assim chamada de 1816 até o ano de 1822. A partir desde ano, a instituição passaria a ser chamada de Academia Imperial das Belas Artes. De fato, este nome vingaria até 1889, quando por fim seria renomeada simplesmente para Escola de Belas Artes. Nos dias de hoje, a Escola é uma unidade pertente à universidade brasileira UFRJ.

A vigência do nome se estendeu desde a criação da Escola, dada às vias de fato por intermédio de decreto real. Ordenada por D. João VI, a fundação recebeu a orientação da Missão Artística Francesa, como à época ficou conhecida. Assim, a Escola permaneceus ob igual atividade até o término do período denominado como Brasil Colonial. Afinal, apesar de não ter encerrado seu exercício, a então Escola passou a se chamar Academia Imperial das Belas Artes.

Conheça mais sobre esse marco na arte de nossa história a seguir!

O que foi a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios?

A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios foi uma instituição instalada por decreto real em agosto do ano de 1816, precisamente no dia doze do mês.  O objetivo da fundação era difundir e promover a tutelagem de ensinos classificados como “imperativos para civilização e comodidade dos povos”. Em suma, os estudos da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios abrangiam áreas tais como comércio, indústria , mineralogia e agricultura.

Até o mês de novembro do ano de 1826, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios esteve situada na Travessa das Belas Artes. De fato, nesse período a Escola foi transferida para um imóvel novo. O endereço se localizava na hoje chamada Avenida Passos, cujo no período era conhecida como Travessia do Sacramento.

O projeto da sede da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios foi um projeto de um dos membros da Missão Artística Francesa. Em específico, o instrutor de Arquitetura, Grandjean de Montigny. Infelizmente para a História, o projeto de Grandjean foi demolido no ano de mas 1938. Atualmente, tudo que resta no lugar é um espaço destinado ao estacionamento de carros.

Os grandes professores da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios

Os estudos oferecidos pela Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios eram direcionados para exercícios cuja utilidade e prática dependiam das instruções teóricas das ciências exatas, físicas e naturais, bem como das artes. Para tanto, profissionais do exterior foram empregados, como estava decretado desde a fundação do órgão de ensino.

Dentre os profissionais envolvidos nas práticas de ensino da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios estavam nomes como:

  • Pedro Dellon
  • François Bonrepos
  • Charles Levasseur
  • Joaquim Lebreton
  • O pintor histórico Jean B. Debret
  • O também pintor Nicolas Taunay
  • O arquiteto Auguste de Montigny
  • O escultor Auguste Taunay
  • O instrutor de mecânica François Ovide
  • E o gravador Charles Pradier

Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios

O descobrimento da arte na América de Portugal

Após Napoleão ser derrotado em 1815, em Waterloo, diversos artistas franceses tiveram seus rumos alterados pelos eventos políticos decorrentes. De fato, uma série de cidadãos ligados à arte, bem como aos serviços oficiais do governo da França, procuraram outras práticas para exercer seus trabalhos. Sem dúvida, esse foi o caso do célebre Joaquim Lebretom, à época secretário perpétuo do instituto francês de Belas Artes e administrador responsável pelas Obras de Arte do Louvre.

Com a promessa de uma ascensão artística na América de Portugal, Joaquim Lebreton  lançou proposta ao representante português em Paris, Pedro Coutinho (marquês de Mariaval), de um plano para estabelecer no Brasil uma Academia de Belas Artes. A proposta de Lebreton estava em conformidade com os ideais de Antônio Azevedo. Afinal, o conde da Barca interpretava o desembarco de intelectuais e cientistas no Brasil como uma deixa preciosa para edificar um reino completamente novo, em particular cimentado nos valores de progresso e de civilização.

Após inúmeras negociações com os representantes do Brasil, Joaquin Lebreton, acompanhado de um conjunto de profissionais recrutados por ele, viajou para o Brasil. Aqui no país, o grupo foi acolhido pelo Antônio Azevedo, o já mencionado conde da Barca. A criação da Escola, junto do príncipe regente do Brasil, foi intercedida pelo conde. O grupo inicial ainda foi endossado pela incorporação de profissionais como:

  •  Nicolas Enout, mestre serralheiro
  • Jean Level, mestre ferreiro
  • Louis Roy, carpinteiro
  • Hippolyte Roy, armador de carros
  • Pilité, surrador de peles
  • Fabre, curtidor de peles

Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios

Objetivo da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios

De fato, o objetivo da organização da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios era abrigar a instrução do ofício mecânico, das belas artes e do estudo. Sem dúvida, os estudos dessa variedade de campos do conhecimento eram destinados a cumprir com os interesses próprios do Estado. Isto é, o de oferecer preparo para os homens que, mais tarde, ocupariam as vagas públicas. Além disso, o Estado visava a formação de especialistas em determinados exercícios técnicos. Como, por exemplo, arquitetura e construção naval, que, até aquele momento, não existiam no Brasil.

A princípio, o projeto de Breton tinha como objetivo estabelecer, no Brasil, uma instituição que respeitasse o modelo francês do século dezessete e dezoito. No entanto, o decreto emitido no ano de 1826 não foi exercido, de modo que a Escola não vingou. Assim, os profissionais recrutados se viram obrigados a lecionarem para um número reduzido de alunos ou buscarem atividades sob a asa do rei.

Em um decreto de 1820, lançado no mês de novembro, dia 23, ordenou que fosse estabelecida a Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil. Assim, distanciando-se do projeto proposto inicialmente quatro anos antes, em 1816. Afinal, o anterior abarcava um número maior de áreas do saber. O decreto expresso em 1820 determinava que os substitutos e professores seriam substituídos pelos artistas vindos da França. Esses ocupariam seus espaços e receberiam uma pensão real.

Contudo, um segundo decreto foi lançado no mesmo dia. Nele, havia a ordem para que a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios fosse nomeada como Academia das Artes, incluindo aulas de gravura, pintura, escultura e desenho, como previsto em 1816. Sem dúvida, a iniciativa foi de imensa importância para a formação artística no Brasil. Afinal, pela Escola passaram grandes nomes da arte brasileira.

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