Pintor, gravurista e escultor, Georges Braque foi um dos maiores artistas que trouxeram destaque ao cubismo. Este movimento artístico é considerado um dos mais importantes momentos da arte moderna mundial.
Seu estilo inovador de pintar influenciou várias gerações de artistas que enxergaram em sua obra – e de seus contemporâneos de movimento – novas maneiras de se expressar e de retratar o mundo, ajudando a fundar uma nova arte.
Uma obra única que soube beber das melhores fontes que efervesciam em sua época e que soube transmutar tantas referências em algo original e encantador. Assim foi a produção artística e o legado deixado pelo excelente pintor.
Biografia de Georges Braque
No dia 13 de maio de 1882, na aldeia de Argenteuil-sur-Seine, França, nascia Georges Braque, que viria a ser um dos maiores expoentes do cubismo. Sua obra fez com que ele se tornasse um dos pintores franceses mais conhecido até hoje.
Após a mudança da família para a cidade de Le Havre, influenciado pelas atividades do pai e de seu avô, o jovem Braque começa trabalhando como decorador e pintando casas.
O apoio dos pais foi fundamental para que ele iniciasse seus estudos na Escola de Belas Artes. Lá ele teve contato com várias técnicas distintas e conheceu o trabalho de muitos artistas, entre eles Henri Matisse, que o influenciou profundamente.
Em 1889, o pintor que tinha dezessete anos muda-se para Paris, onde passa a viver com dois amigos pintores, Othon Friesz e Raoul Dufy, que também exercerão forte influência sobre a personalidade e o estilo de pintura de Georges Braque.
Na cidade luz, ele frequenta aulas de desenho na escola de Batignolles e posteriormente na Académie Humbert. Nos anos seguintes, ele tem acesso a diversas obras que o impactam e acabam por influenciar a sua obra.
Obras do movimento Fauvista, em particular, exercem grande fascínio em Braque, que passa a usar cores brilhantes e livre interpretações em suas obras. Os principais precursores deste movimento foram Henri Matisse, Albert Marquet e Georges Rouaul.
Outro artista que ele passa a admirar é o pintor Paul Cézanne, que era pós-impressionista e forneceu elementos que influenciaram a transição entre o impressionismo e o cubismo.
Em 1907, Braque expõe suas obras no Salão dos Independentes, fato que dá destaque ao seu trabalho e demonstra o começo de seu reconhecimento artístico. Neste mesmo ano, acontece algo que determinará a sua carreira: o encontro com Pablo Picasso.
A partir deste momento, ambos artistas passam a colaborar artisticamente e no ano seguinte exibem conjuntamente em uma famosa galeria de Paris. Esta parceira ocorre até 1914 e ambos produzem tantas coisas juntos que muito deste período ainda é motivo de discussão sobre a autoria das obras.
Convocado para servir na Primeira Guerra Mundial, Georges Braque é ferido gravemente na cabeça e passa por um grande tempo de recuperação. Somente em 1917 ele volta a produzir e começa a mudar o seu estilo de pintura que valorizava as linhas curvas, naturezas mortas e pinturas figurativas.
Nos anos seguintes, o artista começa a se dedicar com mais afinco a trabalhos com gravuras, litografias, xilogravuras, cerâmica e escultura.
Tendo vivido sozinho durante grande parte de sua vida em Paris, o artista falece na cidade no dia 31 de agosto de 1963.
O estilo da pintura de Georges Braque
O trabalho de Georges Braque possui várias características que marcaram e diferenciaram o seu estilo, fazendo com que ele seja tão reconhecido. O uso das cores fortes, a temática variada e as representações abstratas são algumas delas.
Dentre os temas preferidos e muito comuns em suas obras aparecem as pinturas de naturezas-mortas, a representação de interiores, os pássaros e alguns objetos do cotidiano.
A mescla entre temas simples ou do cotidiano em representações complexas e abstratas fizeram com que sua obra ganhasse uma personalidade própria e muito associada ao impressionismo e cubismo.
Também se destacam em seu estilo a utilização de texturas e cores variadas, ornamentos e outros elementos que marcaram suas obras. Ele também se destacou por ter inventado uma técnica inovadora na qual colava pedaços de papel nas telas pintadas.
A obra de Georges Braque
O contato com as cores e pinturas, ainda na infância através do trabalho do pai, influenciaram os passos iniciais de Georges Braque. Da mesma forma, seus estudos posteriores e o contato com as obras de pintores impressionistas ajudaram a moldar o seu estilo artístico.
Inicialmente, as paisagens representadas no estilo fauvista foram foco de seu interesse e produção. Porém, na medida em que ele começa a tomar contato com os movimentos que naquela época revolucionavam as artes, ele também começa a mudar o seu jeito de se expressar.
O contato com Pablo Picasso foi fundamental para o processo de maturação de seu estilo. Deste encontro resultaram muitas obras que foram importantes para o cubismo. Eles pesquisaram inúmeras maneiras de expressar suas visões de mundo de uma maneira tridimensional que pudesse ir além da arte bidimensional da tela plana.
Nesta fase, chamada de cubismo analítico, destacam-se obras em que naturezas-mortas e figuras únicas eram retratadas de maneira abstrata, linhas que identificam os temas e em poucas variações de cores.
Já na fase seguinte, denominada de cubismo abstrato, as cores intensas estão mais presentes e surgem as primeiras experimentações com colagens de materiais diversos como madeira, tecido, papel e areia, que eram colados nas telas.
Nos anos seguintes, o artista experimenta com sucesso a produção artística em outras vertentes como nas gravuras em metal, esculturas e obras em cerâmicas.
Ainda em vida, Georges Braque pode vivenciar a grande repercussão e reconhecimento de sua obra por meio de exposições e premiações.
Principais obras de Georges Braque
A produção artística de Georges Braque é rica e diversificada. Dentre suas obras estão alguns dos quadros mais valiosos e apreciados mundialmente. Seu estilo marcante influenciou muitos pintores e continua a impressionar os apreciadores da arte moderna. Dentre suas obras, destacam-se:
- Houses at Estaque (1908);
- Clarinet and Bottle of Rum on Mantelpiece (1911);
- Violin and Pipe (1913);
- Fruit on a Tablecloth with Fruitdish (1925);
- The Bowl of Grapes (1926);
- Balustre et Crane (1938);
- Next to the Sea (1958);
- The Bicycle (1961);
- The Metallic Plow (1962).