Guernica, de Pablo Picasso: tudo sobre a obra

Uma das mais célebres pinturas de Pablo Picasso, a tela conhecida por Guernica também é uma das grandes referências do movimento cubista.

Nesta obra, a temática do renomado artista espanhol é justamente revelar as consequências da guerra sobre uma população.

A partir disso, é só você acompanhar nosso artigo e saber por que Picasso e seu legado são de extrema importância na História da Arte. Vem com a gente.

Inspirando a criação

O ponto de partida para a inspiração do artista ocorreu em 26 de abril de 1937. Foi nesse dia que aeronaves nazistas bombardearam a cidade espanhola de Guernica, destruindo-a quase que totalmente.

Localizada mais precisamente no País Basco, Guernica é uma cidade autônoma da província de Biscaia. Portanto, este cenário também tem um simbolismo político.

O nome da obra é uma crítica à destruição que assolou a cidade, ainda mais que as forças alemãs contavam com o suporte do então governo ditatorial espanhol.

Por outro lado, ainda é possível aceitar o fato de que o nome de Guernica serve para simbolizar a paz e funcionar até como um movimento contra as guerras.

Após ser finalizada, cerca de um mês depois de seu início, a obra passou a ser exposta em vários países, ganhando reconhecimento e servindo como forma de protesto.

Isso porque os olhos do mundo passaram a conhecer mais de perto o que era a Guerra Civil Espanhola. Contudo, a fase mais sombria de sua carreira ainda estava por vir.

Com o começo da Guerra Civil Espanhola, início da Segunda Guerra Mundial e a morte de sua mãe, Picasso produziu certas obras que revelariam uma alma atormentada.

Ainda no início da segunda grande guerra, ele decidiu emprestar a obra Guernica ao Museu de Arte Moderna da cidade de Nova York. A tela foi voltar a terras espanholas apenas no ano de 1981.

A história no contexto da sua criação

Para entendermos as origens de Guernica, é fundamental interpretar o contexto histórico de sua criação.

Nesta época, a Espanha presenciava a luta entre as forças Nacionalistas (comandadas pelo então general Franco) e as Republicanas. É fato que as forças Nacionalistas tinham suporte dos nazistas, autorizando-os a bombardear a cidade de Guernica.

Nesses ataques, os alemães aproveitaram para testar novas táticas e armas de guerra, que seriam utilizadas anos mais tarde nas batalhas da Segunda Guerra Mundial.

Entretanto, à época dos ataques, Picasso morava na França. Lá, ele estava criando uma obra solicitada pelo próprio governo espanhol e que seria exibida em Paris.

E assim surgiu sua ideia de criar a tão famosa tela. Ao saber dos ataques, ele decidiu abandonar a ideia original e partiu para a produção de obra uma relacionada aos bombardeios na cidade de Guernica.

Características de Guernica

As cores

A utilização das cores preta e branca mostra que Picasso queria dar mais dramaticidade aos eventos cruéis que infligiram a cidade.

Composição

A Guernica é um exemplo clássico de arte do movimento do Cubismo, pois apresenta a decomposição de figuras de formas geométricas e elementos com técnicas surrealistas.

Por serem elementos populares dentro da cultura espanhola, o touro e o cavalo são os elementos que mais se destacam na obra.

Em outra forma de interpretar a obra, o ataque a Guernica pode representar uma agressão à cultura dos espanhóis, visando acabar com os ideais dos cidadãos.

Entretanto, também é valido observar o terror das pessoas. Para isso, repare nesses personagens representados na obra:

  • Uma mulher ferida na perna e tentando fugir do caos;
  • Uma mulher segurando um lampião, dando a intenção de querer iluminar os elementos;
  • Uma mãe chorando a morte do filho;
  • Uma mulher desesperada ao ver sua casa destruída pelo fogo.

Informações e atual localização

A célebre pintura conhecida por Guernica trata-se de uma obra produzida com a técnica de óleo sobre tela. Com dimensões maiores que o normal, ele mede 7,76 metros por 3,49 metros.

Sua primeira exibição ocorreu em Paris, num pavilhão espanhol dentro de uma exposição internacional ocorrida na Franca.

Hoje me dia, a obra pode ser vista na cidade de Madri, sendo parte do acervo do Museu Nacional de Arte.

O pintor Pablo Picasso

Artista de origem espanhola, Picasso dedicou sua vida à criação de obras que, além da pintura, passeiam pela escultura e gravura. Considerado por vários críticos um dos maiores artistas do século XX, ele nasceu na cidade de Málaga, em 25 de outubro de 1881.

Por ter iniciado sua carreira desde pequeno, sua primeira pintura é considerada a obra conhecida por “Le picador”, ao ter apenas nove anos.

Apenas com 14 anos, ele já era um artista precoce ao pintar modelos vivos. Isso graças à influência do pai, um professor de História da Arte e pintor chamado José Ruiz Blasco.

Com 15 anos, sua família se muda para a cidade de Barcelona, onde começa a criar em seu primeiro estúdio. Vale lembrar que essa área fora alugada pelo pai, que acreditava no seu talento.

Ele era tão precoce que, com apenas 15 anos, teve o quadro “Primeira comunhão” integrado à Exposição Municipal de Barcelona.

Aos dezenove anos, chegou a hora de Picasso ficar profissional, chegando a Paris e criando contato com negociantes de artes. E foi no ano seguinte que ele realizou sua primeira exposição.

Depois de anos de consagração, Picasso fundou, ao lado de Georges Braque, o movimento chamado de Cubismo, o que promoveu uma grande revolução.

Mas foi apenas em 1925 que Picasso, enfim, teve participação na sua primeira exposição dentro do movimento que o consagraria: o Surrealismo.

Entre vários críticos, podemos classificar suas obras nas seguintes fases:

  • Fase azul, de 1901 a 1904;
  • Fase rosa, de 1905 a 1907;
  • Fase cubista, de 1907 a 1925;
  • Fase do classicismo, de 1920 a 1930;
  • Fase surrealista, a partir de 1926.

Mesmo com uma vida pessoal agitada e até conturbada, seu legado é representado por:

  • 150 esboços;
  • 80 desenhos;
  • 880 quadros;
  • 220 esculturas.

O mestre Pablo Picasso faleceu aos 91 anos na cidade francesa de Mougins, a 8 de abril de 1973.