Nascido em Colônia, na Alemanha em 1552, Hans von Aachen foi um pintor muito importante para o maneirismo europeu. Extremamente versátil e proativo trabalhou diversos gêneros em suas obras. Além de ter sido muito bem sucedido como pintor retratista de príncipes e aristocratas, também pintou temas alegóricos, mitológicos e religiosos.
Com uma reconhecida habilidade na pintura de nus, pintou cenas mitológicas com erotismo, as quais foram particularmente apreciadas pelo Imperador Rudolf II, um de seus principais patronos. Tais obras são as responsáveis pelo maior reconhecimento do autor.
Outra marca interessante de seus trabalhos é a pintura de figuras retratadas em pequenos grupos, sorrindo e mostradas apenas do peito para cima. Estima-se que von Aachen tenha usado a ele mesmo e sua esposa como modelos para algumas dessas pinturas. Seu trabalho não foi em uma escala muito grande e a maioria de suas obras são pinturas de gabinete.
Biografia de Hans von Aachen
As obras, assim como a vida de Hans von Aachen tem seus registros mais marcantes ao final do século XVI, em regiões do Sul, Norte e Centrais da Europa. Seu treinamento se deu na tradição do Renascentismo Holandês e a após isso, mudou-se para a Itália no ano de 1574.
Na Itália, o artista permaneceu por aproximadamente 14 anos, sendo que onde mais trabalhou foi Veneza. Em 1587 retornou para seu país natal, a Alemanha, mais precisamente em Munique na Baviera, onde decidiu fixar residência. Após este período, von Aachen mudou-se para Praga.
A combinação de fatores como sua formação e a influência italiana deram ao seu trabalho um estilo único, extremamente pessoal de pintura. Parte deste perfil foi adquirido também em suas viagens.
Principais fatos da vida de Hans von Aachen
O sobrenome Aachen do pintor derivou do local onde seu pai nascera, na Alemanha. No início de sua vida como aprendiz, ainda em seu país natal, Hans von Aachen atuou como aluno de Georg Jerrigh, um pintor de retratos que havia treinado na Antuérpia.
Existem indicativos de que ele tenha se juntado a um grupo de pintores de Colônia antes de partir para a Itália, onde não passou muito tempo. Mas o suficiente para fazer parte como membro em uma comunidade de artistas, negociantes de arte, gravadores e outros.
Extremamente criativo como copista, trabalhou junto a Gaspar Rem, natural de Antuérpia, pintor e negociante de arte flamenca. Por um tempo von Aachen trabalhou como copista, usando obras de arte famosas de igrejas de Veneza. Sendo que, muitas das cópias feitas por ele foram destinadas para mercados de arte do norte da Europa.
Somente um colecionador de arte da época, entre vários, que possuíam grandes acervos, chamado Hermann de Neyt possuía 850 pinturas, entre originais e copiadas. Destas, seis haviam sido copiadas por Hans von Aachen.
As constantes viagens de Hans von Aachen
No ano de 1575, já em Roma ele concentrou-se em estudar diversas obras de mestes italianos. Igualmente fez com esculturas antigas. Lá tornou-se membro ativo e importante de um seleto círculo de artistas da cidade, entre eles figuravam: Joris Hoefnagel, Hans Speckaert, Otto van Veen, os irmãos Matthijs Bril e Paul Bril, além de Joseph Heintz.
Na cidade de Florença entre os anos de 1582 e 1583 Hans von Aachen conquistou ótima reputação por retratos, que fizeram com que prestasse serviços para a família Médici, a qual figurava no poder naquele período. Posteriormente, em 1585 ele se estabelece novamente em Veneza.
Sem diminuir o ritmo de suas incursões em países europeus, o artista voltou para a Alemanha no ano de 1587. Assim sendo, esteve primeiramente em Augsburg, local onde desenvolveu diversas pinturas de retratos para a abastada família Fugger. Assim também aconteceu em Munique, onde foi chamado para pintar dois retábulos para utilização na igreja de St Michael.
Após passar mais um tempo em sua cidade natal, Colônia e outro regresso à Veneza, von Aachen acabou por escolher a cidade de Munique para sua residência, no então ano de 1589.
Agora casado com Regina, a filha de um famoso compositor, chamado Orlando di Lasso, ele torna-se ainda mais famoso por pintar retratos para famílias nobres. Pintou também algumas imagens de fatos históricos religiosos e também obras para o Duke Willian V da Baviera. Assim sendo, ganhou ainda mais notoriedade.
Grande expressão do artista em Praga
A partir de Munique o pintor fez alguns contatos com a corte do império em Praga. De tal sorte que teve sua nomeação como pintor oficial de Rudolf II. Ainda assim não foi necessário que morasse na própria corte, podendo ter o privilégio de trabalhar em sua própria casa. Tal prática era conhecida como Kammermaler von Haus aus, ou seja, um pintor da corte em casa.
Rudolf pode ser considerado um dos mais importantes patronos de arte da época, não somente do pintor, pois tinha especial estima pelas causas artísticas, tanto que fez uma carta chamada Carta de Majestade. Nesse sentido ela foi direcionada a Aliança de Pintores de Praga, isentando-os de algumas obrigações especiais, além de atribuir aos mesmos, salários anuais.
Nesta época a pintura deixou de ser considerada apenas um ofício, mas sim relacionada à arte da pintura. Portanto com tais determinações de Rudolf II, garantindo tratamento especial para diversos artistas, mas sobretudo aos pintores, fez com que a cidade fosse transformada em um grande centro onde se cultuava e comercializava a boa arte.
Em virtude do aumento da valorização da arte da pintura, a produção de trabalhos artísticos aumentou sobremaneira. Com ênfase eram pintados principalmente trabalhos ligados à mitologia com conotação erótica, bem como, apresentando diversos tipos de alegorias complexas buscando a glorificação ao imperador.
Considerações finais
A queda de Rudolf II, patrono de Hans von Aachen, ocorreu no ano de 1605 e sua morte ocorreu em 1612. O sucessor do imperador foi Rudolf Mathias I, que prendeu vários outros artistas. Porém com von Aachen foi diferente. O novo imperador deu-lhe uma propriedade em Raussnitz.
Entre os alunos que Hans von Aachen teve na Itália, está Pieter Isaacsz. Em Praga seus principais alunos foram: Hans Christoph Schürer, Andreas Vogel e Christian Buchner. Ele morreu em Praga no ano de 1615, deixando um legado para a arte da pintura europeia, principalmente com suas obras religiosas e mitológicas.