Minimalismo: saiba tudo sobre essa forma de expressão e arte

Apesar de ser uma das palavras da moda nos dias de hoje, o minimalismo é muito mais que um estilo de vida adotado pelas pessoas que decidiram parar com o consumismo desenfreado.

O minimalismo é na verdade, um movimento que surge nos Estados Unidos, durante o século XX. Mais precisamente, ao longo dos anos 60. Ele se popularizou rapidamente, graças a efervescência cultural da época. Tornando-se, uma filosofia de vida para diversas pessoas.

Definição

De forma sucinta, podemos definir artisticamente a arte minimalista como um conjunto de movimentos artísticos de arte abstrata. No qual o mínimo de elementos no quadro seja o ideal.

Dentro do minimalismo, teremos o uso de formas e ideias vindas de outros quatro grandes movimentos artísticos: o suprematismo, o construtivismo, o De Stijl e o concretismo.

Partindo dessa premissa, podemos dividir a arte minimalista em duas fases. Onde a primeira inicia-se desde o suprematismo iniciado na Rússia; e a segunda – conforme apontado no segundo parágrafo -, tem seu início em Nova Iorque, encorajada pelos movimentos de Pop Art dos anos 60.

Para entender melhor o minimalismo, vamos falar um pouco agora sobre os movimentos que o compunham. Não entraremos nos detalhes e especificidades de nenhum deles, mas falaremos de seu início e principais características, para que possamos perceber como foram importantes para o movimento minimalista.

Suprematismo

Podemos definir grosseiramente o suprematismo como um movimento focado em formas geométricas. Mas ele é bem mais que isso.

O suprematismo foi um movimento artístico, que começou na Rússia em 1915 e impulsionou o modernismo. Além de fazer parte do minimalismo, o suprematismo influenciou seriamente o design.

Os grandes artistas suprematistas não acreditavam que o espaço se limitava a três dimensões. Eles acreditavam em uma quarta dimensão invisível: o tempo. Para representar o tempo, eles tinham que ir um pouco mais além de onde o cubismo e o futurismo chegaram e viram nas formas geométricas como o quadrado, o retângulo, o triângulo, a cruz e o círculo um meio para dar vasão aos sentimentos acima da estética.

Construtivismo

O construtivismo é uma corrente de pensamento. Sua criação e disseminação é atribuída a Jean Piaget, pois foi um dos primeiros a falar sobre esse ponto de vista filosófico.

Atualmente existem diferentes linhas construtivistas, mas seu alicerce baseia-se em um ponto central: na natureza do conhecimento.

Em sua época, Piaget refletiu muito sobre essa filosofia, ele acreditava que o construtivismo é “poder pensar as coisas na perspectiva daquilo que elas se tornam”. Desse modo, podemos ver a relação direta entre o construtivismo e o futuro, ou “o estar a frente do seu tempo”.

De Stijl

“De Stijl” é um termo holandês que significa “o estilo”. Surgiu na cidade de Leida (Holanda) em 1917 e foi encabeçado pelos pintore, Piet Mondrian, Georges Vantongerloo e Theo van Doesburg.

Assim como o suprematismo, o De Stijl defendia o uso das formas geométricas, porém focado muito mais nas artes abstratas, do que as representações suprematistas. Além da pintura, o movimento teve grande influência na arquitetura e no design dos móveis da região.

As cores utilizadas foi um outro ponto impactado pelo movimento De Stijl. As cores das obras e objetos eram reduzidas as três cores primárias e as “não cores” (branco, cinza e preto).

Concretismo

Com base nas ideias de Theo Van Doesburg (participante do movimento De Stijl), o suíço Max Bill concebe o concretismo em 1936 na Europa. O movimento logo se espalhou pelo mundo, promovendo mudanças na arquitetura, na literatura e nas artes diversas culturas.

Apesar de promover a arte abstrata, o concretismo defendia a racionalidade de suas obras, sendo essa, a sua principal diferença do De Stijl.

Outra característica marcante do concretismo é a rejeição do expressionismo, do acaso e da abstração lírica e aleatória.

De volta ao minimalismo

Viu só como os diferentes movimentos que antecederam a arte minimalista trouxeram ideias, abstrações, mudanças de paradigmas e principalmente a redução de elementos nas obras? Todos eles contribuíram diretamente para o surgimento do minimalismo.

Novidades

Apesar de ainda manter o foco nas formas geométricas, uma das novidades que surgiram nessa época foi a repetição de padrões. Outra grande mudança foi o uso de materiais industriais na construção das obras, como: ferro, vidro e acrílico.

Impacto

Nos anos 60, a linguagem objetiva e direta do minimalismo impactou diretamente a arquitetura e o design de interiores dos Estados Unidos, chegando a se tornar para muitos um estilo de vida a ser seguido.

As construções eram feitas com formas básicas e simples e os móveis eram poucos, preferencialmente apenas os essenciais, sem exageros e sem poluição visual.

Hoje em dia

Conforme dito no início do texto, o a linha de pensamento minimalista vem causando impacto até os dias de hoje.

É fato que vivemos em um mundo consumista. E o minimalismo nos dias de hoje preza por um estilo de vida atípico para os padrões atuais. A ideia principal é aproveitar ao máximo as experiências reais em detrimento do consumismo exacerbado.

Para os minimalistas, viver apenas com o básico ajudaria na busca da real felicidade.

Música

A música também foi impactada pelo movimento. Muitas composições na época foram compostas com o uso de apenas duas notas musicais e ritmos repetitivos.

Principais nomes

Muitos nomes fizeram parte do minimalismo, abaixo segue as mais importantes figuras do movimento nos Estados Unidos e no mundo.

• Agnes Bernice Martin: artista de pintura abstrata, nascida em 1912.
• Ad Reinhardt: pintor abstrato, nascido em 1913.
• Anne Truitt: escultora nascida em 1921.
• Dan Flavin: nasceu em 1933 e trabalhou com esculturas e luminárias fluorescentes.
• Donald Judd: nascido em 1928, Judd foi inicialmente pintor e terminou sua carreira sendo escultor.
• Frank Stella: é um pintor, escultor e desenhista que nasceu em 1936.
• John Harvey McCracken: foi um escultor, nasceu em 1934.
• La Monte Young: compositora vanguardista do minimalismo, nasceu em 1935.
• Philip Glass: compositor musical nascido em 1937.
• Piero Manzoni: nasceu em 1933 na Itália, focando seu trabalho principalmente em arte conceitual, muitas vezes irônica, buscando questionar a natureza do objeto da arte.
• Sol Lewitt: nasceu em 1928, ao longo de sua vida, trabalhou como escultor e criando peças arquiteturais. Além disso, também fez trabalhos envolvendo desenhos em paredes.
• Steve Reich: compositor, nascido em 1936.
• Robert Morris: foi escultor e escritor, nasceu em 1931 e faleceu ano passado, aos 87 anos de idade.
• Terry Riley: músico e compositor, nascido em 1935. Ficou conhecido com sua composição “Em Dó”.

Modinha ou não?

O minimalismo é sem dúvida um movimento artístico muito rico. Trouxe visões novas do mundo e está voltando a moda nos últimos anos.

Mas será que essa nova ascensão do minimalismo é algo que irá contribuir com inovações, proporcionando algum tipo de revolução artística, ou é só uma modinha passageira resgatada do passado? Comenta aí vai!