Pedro Américo de Figueiredo e Melo, conhecido simplesmente pelo nome artístico de “Pedro Américo“, nasceu em Areia, no dia 29 de abril do ano de 1843. Pedro Américo colecionou muitas carreiras ao longo de sua vida. Entre elas, professor, político, filósofo, ensaísta, teórico de arte, cientista, poeta e romancista brasileiro.
Muito embora seu largo currículo, Américo é comumente reconhecido como um dos pintores acadêmicos mais importantes do Brasil. Sem dúvida, Pedro Américo deixou sua marca com suas obras de significativo impacto em escala nacional.
Biografia
O paraibano polivalente, conhecido como Pedro Américo, demonstrou desde cedo inclinação e talento artístico. De fato, sua genialidade começou a aflorar na infância, altura em que foi descrito como uma “criança prodígio”. Ainda na flor da idade, marcou sua participação enquanto desenhista em uma expedição naturalista realizada no nordeste.
Foi nessa expedição que o governo resolveu ceder apoio a Pedro Américo, financiando seus estudos na Academia Imperial de Belas Artes, onde mais tarde se formou. Entretanto, seu aprimoramento enquanto pintor aconteceu no berço efervescente da arte, em Paris. Sem dúvida, na época, a França era o país mais movimentado em termos de atividade de artistas renomados.
Portanto, Pedro Américo teve a oportunidade de estudar com mestres celebrados, embora tenha também se dedicado à filosofia e à ciência. Ao retornar ao Brasil, Pedro começou a ministrar aulas na Academia onde outrora estudou. Nessa época, foi dado o arranque em sua carreira bem-sucedida.
Américo passou a receber projeção por meio de suas telas de cunho heroico e cívico. Essa atividade o inseriu no programa modernizador e civilizador endossado pelo imperador do Brasil, Dom Pedro II.
Estilo de pintura
O estilo de pintura de Américo estava, de fato, em conformidade com a arte em voga em sua época. Ou seja, o artista promovia a fusão de elementos realistas, românticos e neoclássicos. Além disso, a produção de Pedro Américo é uma das pioneiras no Academismo brasileiro em sua era de ouro.
De fato, o artista deixou obras que permanecem até hoje vivas no imaginário coletivo do Brasil. Entre elas se destacam Independência ou Morte, Batalha de Avaí, Tiradentes Esquartejado e Fala do Trono.
Muitos tiveram acesso a essas obras a partir de livros didáticos, onde foram reproduzidas e distribuídas pelos quatro cantos do país.
Entretanto, a segundo parte de sua carreira foi caracteriza por temáticas bíblicos, alegóricos e orientalizantes. A nível pessoal, essas eram as preferências de Américo. Além disso, o mercado vinculado a esses temas artísticos estava em expansão, o que, sem dúvida, era um incentivo.
Entretanto, apesar de ter sido muito popular na época, essa fração de sua obra não despertou a atenção dos críticos contemporâneos. A tendência, de fato, saiu de moda rápido, e os especialistas atuais não se debruçam sobre ela.
Desse modo, a “outra face” artística de Pedro Américo permanece “underground”, isto é, pouco conhecida pelo público geral.
Técnica de Pedro Américo
O artista era, sem dúvida, dono de uma sofisticada técnica. Além de sua rapidez na finalização das obras, era um notório detalhista, beirando à obsessão. Seja para a alegria ou tristeza das gerações seguintes, o pintor foi um acadêmico por toda sua vida. Apesar dessa categorização, foi um eclético e versátil acadêmico, durante a mais contraditória e influente fase do Academismo no exterior.
À época, o estilo era definido com uma fusão complexa de referências realistas, românticas e clássicas. Desse modo, suas telas são uma combinação das idealistas aspirações características ao classicismo, que refletem nas históricas telas didáticas. De fato, a caracterização minuciosamente detalhista de objetos e figuras se aproxima, muitas vezes, dos artistas realistas. Entretanto, a expressão estilística de Américo é sobretudo romântica.
Isso, por si, não contradiz sua obra, uma vez que o Romantismo foi pessoalmente uma corrente idealista e elétrica, tendo muito a dever aos clássicos. Contudo, o pintor é inserido na terceira geração do Romantismo no Brasil. Isto é, quando o movimento estava já descolado de seu teor original, revolucionário e arrebatado. Nessa altura, o movimento havia assumido uma forma mais conformista, sentimental, esteticista e branda. Essa renovação nos termos do Romantismo se aburguesou ligeiramente, tornando-se verdadeiramente popular em vários aspectos.
Influências de Pedro Américo
Dentre os artistas que provavelmente influenciaram as telas mais relevantes de Américo se inserem:
- François Gérard;
- Théodore Géricault;
- Antoine Jean Gros;
- Horace Vernet;
- Eugène Delacroix;
- Luigi Bechi.
Além disso, alguns especialistas identificam em Américo inspirações do Barroco, como Bernini e Borgognone.
Carreira de Pedro Américo
A carreira de Pedro Américo foi passada entre a Europa e o Brasil. Nesse quesito, Pedro foi um privilegiado. Enquanto muitos artistas só recebem reconhecimento após a morte, Américo foi célebre tanto no Brasil quanto na Europa. Pode-se dizer que sua vida artística foi, sem dúvida, muito movimentada.
De fato, Américo recebeu favores grandiosos do público e da crítica. Todavia, em equivalência a isso, despertou adversários incansáveis e levantou fervorosas polêmicas. Os dotes do pintor, para a vanguarda atual, são inquestionavelmente raros. Entretanto, Américo é, sobretudo, um ícone de toda parcela elitista, conservadora e alheia à realidade brasileira que caracterizava o sistema acadêmico.
Embora o Modernismo tenha, de modo impiedoso, tentado apagar a estrela de Américo – bem como ocorreu a demais acadêmicos -, os expressivos méritos de Américo na arte asseguram seu posto no pódio dos maiores pintores já produzidos pelo Brasil. É inegável que sua extensa influência e fama em vida o destacaram como um dos mais importantes nomes na cultura e história brasileira do século dezenove.
Afinal, o requinte intelectual adquirido por Pedro Américo era imensamente incomum entre os artistas do país da época. Além de se destacar na cena artística, Pedro nutriu uma variedade de outros interesses, aprofundando-se em outros temas. Por exemplo, o artista deixou como legado produções escritas volumosas relativas a filosofia, arte e estética.
Essas obras foram sobretudo inspiradas pelo modelo clássico. Nelas, Pedro Américo incide uma luz especial sobre a educação, elencando como o pilar do progresso. Além disso, destacou a arte como uma força motriz para a humanidade e sua evolução.