Pontilhismo

Pontilhismo, técnica de pintura, teve início aproximadamente em 1886

Uma técnica de fácil percepção e com uma característica bem peculiar, o pontilhismo surgiu na França por volta de 1880. Assim sendo, essa técnica é realizada na pintura a partir de pequenas pinceladas que formam um conjunto de pequenos pontinhos.

O pontilhismo

Essa técnica tão peculiar é percebida facilmente por se tratar de um conjunto de pequenos pontinhos que acabam formando a imagem da pintura. Além disso, a justaposição das cores nesses pequenos pontos é o que acaba criando a mistura de colorações, percebidos pelo olho do expectador.

O pontilhismo ganhou grande destaque na arte mundial, principalmente por sua forma inovadora de pintar e pelos efeitos visuais atingidos através da técnica. Essa técnica foi igualmente chamada de punctilhismo ou cromoluminarismo.

Pintores franceses que fizeram parte do neo-impressionismo adotaram amplamente essa técnica de pintura. Dessa forma, a principal intenção desse tipo de pintura era mostrar que as cores se alteravam aos olhos do observador sem que elas fossem misturadas ou alteradas na sua aplicação.

Como exemplo podemos citar a utilização de pontinhos brancos intercalados com pretos, que irá originar um efeito de coloração cinza aos olhos do expectador. Conforme a pesquisa do químico Michel Chevreul constatou, a técnica de pintura comprovou.

Dessa forma, alguns artistas foram considerados os mais importantes na difusão e utilização do pontilhismo. Veja agora abaixo alguns exemplos:

  • Georges Seurat;
  • Paul Signac;
  • Vincent Van Gogh, com algumas obras;
  • Jerry O. Wilkerson.

Além desses importantes artistas, também houve outros diversos que se utilizaram dessa técnica em suas obras tanto no exterior como também na arte nacional. Alguns exemplos de brasileiros são Belmiro de Almeida e Eliseu Visconti.

A origem

Conforme já foi citado anteriormente, o pontilhismo foi criado na França, e o primeiro artista a elaborar obras no estilo foi Georges Seurat, visando criar um efeito nas cores sem utilizar a mistura de tintas na palheta, conforme afirmava a pesquisa de Michel Chevreul.

Com essa inovadora técnica, foi possível criar efeitos magníficos nas pinturas de uma forma secundária, como os efeitos da luz e sombras, além da coloração e reflexo das águas. Entretanto, o pontilhismo exigia altíssima técnica do artista, sendo difícil atingir o efeito esperado.

A técnica de difícil execução não contou com muitos adeptos, e surgiu no final do século XIX. Além disso, o pontilhismo possibilitou que os artistas deixassem os seus estúdios e fossem em busca de paisagens vivas da natureza, para então traduzi-las livremente em suas telas.

Por conta disso as obras realizadas com o pontilhismo geralmente retratam a natureza, e muito raramente se pode encontrar alguma obra que fuja disso. Tal técnica favorecia a expressão da criatividade e do talento apurado, já que os artistas usavam só cores primárias justapostas.

Os artistas que precederam e influenciaram o surgimento dessa técnica pós-impressionista foram Jean-Antoine Watteau e Eugène Delacroix, que testaram técnicas de divisão da pintura. No entanto, foi Paul Signac que deu consistência a técnica.

Pontilhismo

Paul Signac

O artista francês Paul Signac nasceu em 1863 e foi um dos pais do pontilhismo juntamente com o seu amigo e colega Georges Seurat. No entanto, Signac começou a sua carreira na arquitetura, e só depois de um certo tempo que ele se dedicou às artes plásticas, precisamente à pintura.

No ano de 1884 foi que ele fundou o Salón des Indépendants junto com alguns colegas de arte. Assim sendo, acabou conhecendo o seu importante colega Seurat, e daí então foi que ambos desenvolveram a técnica do pontilhismo e a disseminaram pelo mundo das artes.

As principais obras de Signac retratavam geralmente paisagens com rios e barcos, como na costa européia. Além disso, as obras dele também contavam com banhistas, trabalhadores e transeuntes, enfatizando através da técnica os raios de sol em contraste com a água.

Paul pode ser visto como um pintor autodidata, já que era filho de um comerciante de estofados e foi formado em arquitetura. Da mesma forma, era um amante de barcos e tinha diversos tipos que usava para viajar e criar as suas pinturas em locais com paisagens diferenciadas.

Possuía uma personalidade forte e linha de pensamento anarquista, pregava pela liberdade e estimava isso com grande apreço. Além disso, escreveu também um livro sobre a técnica do pontilhismo chamado De Eugène Delacroix ao Neoimpressionismo, publicado em 1899.

Georges Seurat

Um dos pais do pontilhismo, o artista também francês Georges Seurat nasceu em 1859 e é tido como o fundador do Neo-Impressionismo. Assim sendo, desde muito cedo Seurat demonstrava amor pela arte, fazendo os seus desenhos já na época de escola.

No ano de 1875, Seurat começou a estudar com o escultor e professor Justin Lequien, e depois de três anos fez parte da Escola de Belas-Artes onde começou a criar as suas primeiras pinturas. Por conta disso, conheceu o trabalho de David Sutter, e logo se interessou por ciência dentro da arte.

Assim como seu amigo e mentor Paul Signac, gostava muito de desenhar paisagens com a técnica do pontilhismo, além de explorar a coloração e os efeitos dos raios solares em suas pinturas. Criou diversas obras, com destaque para Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte.

Essa é uma obra renomada no meio artístico que foi lançada no ano de 1886. A arte retrata pessoas de classes distintas, desde soldados até madames de alta classe social. Além disso, essa obra foi um marco na arte moderna, dando início ao Neo-Impressionismo.

Curiosidades do artista

Georges Seurat foi um influente artista que acabou tendo uma morte muito precoce. Isso porque o pintor morreu com 31 anos, em decorrência de uma tuberculose. Dessa forma, se o artista tivesse uma vida mais longa, certamente hoje existiriam mais obras importantes criadas por ele.

Além disso, Seurat também estudou uma técnica de pintura monocromática, a qual se utilizava de um giz chamado Conté, que era uma mistura de grafite, carvão e cera. Era um artista muito aprofundado no que fazia, oscilando entre sensibilidade e forte abstração científica.

Até mesmo Van Gogh foi tocado pelo pontilhismo, chegando a criar algumas obras com essa técnica. Dessa forma, é possível compreender a magnitude e importância que a técnica possui na história das artes plásticas.

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