A sociologia da arte é o campo das ciências sociais responsável por estudar as artes em geral. Dessa forma, ela aborda os diversos tipos de obra de arte com os seus campos de atuação, públicos, interpretações e até mesmo o artista responsável por uma determinada obra.
A sociologia da arte
Esse subcampo da sociologia é o responsável por observar, analisar e estudar tudo o que envolva as artes. Assim sendo, os estudos sobre as artes são feitos embasados na sociologia, tratando a arte como um resultado da sociedade.
A sociologia da arte trata desde a criação de uma determinada obra de arte até os métodos de distribuição e difusão da mesma. Do mesmo modo, ela se utiliza de diversas disciplinas para os seus estudos e análises, como a cultura, política, filosofia, economia, entre outras ciências.
Dessa forma, pode se afirmar que o início desse processo se deu com o filósofo Auguste Comte, que criou o positivismo no século XIX. A arte deixou de ser algo desinteressado e autônomo quando saiu do domínio exclusivo da filosofia.
Mas foi somente após a Segunda Guerra Mundial que a sociologia da arte ganhou corpo. Inicialmente esteve associada ao marxismo, porém tornou-se independente com as obras lançadas no século XX por Klindger, Antal e Hauser.
Para melhor compreender esse subcampo da sociologia, podemos descrever alguns métodos e pontos utilizados para a análise de uma determinada obra de arte conforme vemos abaixo:
- O mecenato;
- A comercialização da arte;
- A crítica da arte;
- As fundações e organizações artísticas;
- Os tipos de arte.
Além disso, também é preciso considerar outras formas de estudo e análise, levando em conta que a sociologia da arte não se ocupa somente das obras estéticas, mas sim de qualquer obra de expressão artística, seja ela abstrata ou não.
A arte em geral
Compreendendo a forma de atuação da sociologia da arte, é necessário também entender o que exatamente é arte e como isso pode ser tomado como objeto de análise. Assim sendo, toda e qualquer forma de expressão criada por um artista já é, per si, arte.
No entanto, para que uma determinada obra se enquadre em estudos desse subcampo da sociologia é necessário que tal obra alcance uma certa notoriedade na sociedade. Porém, isso não é fator determinante para que algo se classifique como arte ou não.
Uma obra que não é lançada ao mundo e que não alcança olhares e contemplações evidentemente não será percebida e enquadrada pela sociologia da arte. É preciso que a obra exerça influência e que haja troca de informações sobre ela.
A definição de arte é algo muito subjetivo, no entanto, uma obra só pode ser enquadrada por esse campo de estudos se ela alcança os requisitos para tal. Só para exemplificar, podemos citar uma belíssima pintura em tela escondida no porão do artista que a fez. Essa arte passa desapercebida.
O mecenato
Esse termo teve origem no antigo Império Romano, e era uma espécie de patrocínio aos artistas da época que contavam com o apoio do império. A origem do nome está relacionada com Caio Mecenas, que foi um conselheiro do imperador Augusto.
Caio Mecenas foi responsável por criar esses círculos de artistas e intelectuais ligados ao império, e fornecia a esses artistas uma espécie de patrocínio econômico. Do mesmo modo, isso se popularizou e diversos governos se utilizaram disso para melhorar suas imagens perante o povo.
Posteriormente, o mecenato se popularizou e eram chamados de mecenas as personalidades que possuíam posses e dinheiro que através disso financiavam artistas e literatos. Dessa forma, isso tornou-se comum no renascentismo, como um modelo a ser seguido extraído dos antigos.
Atualmente, o mecenato é visto de uma forma um pouco diferente, mas ainda existe. Assim sendo, todo auxílio e benefício que os governos oferecem aos artistas ou até mesmo isenção de impostos pode ser considerado uma forma de mecenato.
A comercialização da arte e a crítica
Da mesma forma que o mecenato influencia socialmente, a comercialização das artes também exercem uma grande influência econômica. Quando uma obra de arte ou um artista atinge uma certa notoriedade, isso passa a movimentar o mercado.
Seja na música, nas artes plásticas, na literatura ou no teatro e cinema, a influência econômica e formação de opinião social possuem um grande impacto. Por conta disso, a comercialização das artes em geral e um ponto importantíssimo na sociologia da arte.
Por consequência dessa influência econômica e social, nasce então a crítica das artes. Com o objetivo de enaltecer ou até mesmo de se opor ao produto gerado por um determinado artista, a crítica se utiliza de detalhes técnicos para contrabalancear o impacto social.
Dessa forma, podemos afirmar que a crítica possui forte influência quando se trata do sucesso de uma obra de arte, independente do segmento à que pertence. Quanto maior a exposição de uma crítica, maior a sua influência social.
Do mesmo modo, a crítica as modalidades de arte mais modernas e alternativas podem ser nulas e até inexistentes, levando em conta a notoriedade social que a arte em questão possua.
As organizações
Com o objetivo de organizar e de fomentar mais ainda as obras de um determinado segmento, nascem as organizações, fundações e associações artísticas. Assim sendo, esses grupos acabam dando mais forma, condições e até impulsionando o trabalho de um artista.
Evidentemente que o ingresso e até mesmo o auxílio de uma determinada organização artística só é conseguido e alcançado por um artista mediante a sua notoriedade, ou por algum outro meio que possa favorecer a ambas as partes.
Diante da subjetividade da arte, vale lembrar também que somente serão encontradas fundações de artes que já possuam um certo corpo na sociedade, visto que artes alternativas talvez deixem o seu artista a mercê de seus próprios e individuais esforços na criação e difusão.
Tais fundações podem enaltecer um artista, aumentar o seu alcance e o seu prestígio na sociedade, e isso pode ser um fator decisivo no sucesso de um artista. Por conta disso a sociologia da arte considera tão importante elucidar as organizações artísticas e o modo que elas trabalham.