Afinal, o que é arte conceitual? A arte conceitual, como ficou conhecida, é um movimento artístico que atingiu o ápice durante os anos setenta. O movimento ganhou popularidade nos EUA e na Europa, como uma quebra ao status quo e ao convencionalismo artístico. Dessa forma, a arte conceitual se formalizou como uma reação à afetação das artes durante a década de sessenta. Assim, o movimento de arte conceitual se fortaleceu e se propagou ao redor do mundo, caindo também no gosto dos brasileiros.
Características principais da arte conceitual
- Na arte conceitual, o conceito da obra artística é mais valorizado do que a atuação física e o objeto representado.
- A versatilidade de materiais e recursos é uma característica de destaque na arte conceitual. A arte conceitual utiliza de fotografias, vídeos, textos, performances, instalações artísticas, dentre outros, para compor a cena da arte.
- A arte conceitual também emprega outras formas de expressão artísticas e ambientais para o desenvolvimento próprio. Entre elas podemos citar o grafite urbano e a arte postal.
- A arte conceitual valoriza elementos da natureza, bem como figuras humanas e invenções criadas pelo homem. Esses artifícios visam remontar à arte figurativa.
- Talvez a principal característica da arte conceitual seja a contracultura. A arte conceitual vai contra ao formalismo e status quo da arte, buscando inovar conceitos.
- Além de criticar o formalismos das artes, o movimento conceitual faz crítica ao mercado artístico. A arte conceitual é também uma oponente ao consumismo e aos exageros materiais no ramo da arte.
- Dentre suas oposições, a arte conceitual demonstra também contrariedade ao minimalismo artístico e ao movimento hermético.
- Os ideais da arte conceitual miram na propagação da arte como um difusor de mensagens e comunicação entre a sociedade.
- Junto a esse conceito, se une ao de popularizar na arte um cunho reflexivo, de meditação e exercício mental. A arte conceitual visa promover o pensamento independente.
- Para essa promoção, o movimento dispensa conceitos tradicionais, apostando no radicalismo e no culto ao que é chamado de antiarte. O nome não se opõe a arte. Ele se deve à revolução na forma convencional de fazê-la.
- Para isso, a arte conceitual acata uma ruptura com o que há de clássico e formalizado a respeito do que é considerado “fazer arte”.
Os artistas e a arte conceitual brasileira
Junto com a questão “o que é arte conceitual?”, se encontra “quem são os artistas conceituais no Brasil?”. A arte conceitual e seus artistas adeptos ganharam a cabeça dos brasileiros durante as décadas de setenta e oitenta.
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Os elementos contraculturais conquistaram a cena artística do Brasil, recepcionando o movimento entusiasticamente.
Entre alguns artistas que aderiram à arte conceitual nesse período, é possível citar: Hélio Oiticica, Lygia Clark, Iole de Freitas, Cildo Meireles e Amilcar de Castro.
História e origem
A arte conceitual é creditada por revolucionar muitos âmbitos artísticos. Seu ideal antiarte e sua crítica ao classicismo garantiram autonomia e originalidade às obras artísticas do movimento. Portanto, para respondermos “o que é arte conceitual?”, temos que rememorar sua história, origem e papel.
Sua denominação, cunhada de “arte conceitual”, é de autoria de Henry Flynt. O filósofo, escritor e artista americano utilizou o termo pela primeira no ano de mil novecentos e sessenta e um.
Sol Lewitt, um escultor americano nascido em mil novecentos e vinte e oito, afirma que a ideia, tanto qualquer outro produto, é uma obra de arte – ainda que essa ideia não receba aspecto físico ou visual. Isso, de forma resumida, pode elucidar o que é arte conceitual para alguns especialistas.
Os mesmos especialistas sugerem que o símbolo da arte conceitual está no mictório levado ao museu durante a década de cinquenta. Seu responsável, Marcel Duchamp, é, para muitos entusiastas, o precursor desse movimento de vanguarda. Marcel Duchamp foi um artista ousado, que questionou o conceito da arte para, em seguida, reformulá-lo com inovação.
Para os artistas conceituais, a arte deve promover processos mentais e reflexivos em detrimento dos visuais. A “antiarte” está no conceito demonstrado antes de estar no produto artístico propriamente dito. Desse modo, o grande desafio da arte conceitual no decorrer da história foi definir onde começava e onde terminava o entendimento artístico. Isto é, além de indagar o que é arte conceitual, limitar as fronteiras e questionar o que, em definição, é a arte.
Um olhar sobre a arte conceitual
A arte conceitual é uma arte de interpretação. A missão do apreciador e entusiasta é captar o conceito e a reflexão proposta pelo criador da obra artística. A arte conceitual é uma mensageira codificada, que desafia seus observadores a decifrá-la, se perguntando o que é arte conceitual.
Essa participação alavanca o público e os apreciadores a um projeto interativo, nos papéis de captador e receptor da reflexão. Assim, o observador da obra assume um papel passivo, tendo que imergir para compreender e decifrar o conceito.
Portanto, quando se fala de arte conceitual, não há espaço para maniqueísmos, bom ou mal, bem feito ou não. Elogios estéticos quanto à composição e qualidade ficam em segundo plano. A arte conceitual exige um olhar mais analítico e circunspecto sobre a obra. Dessa forma, o movimento antiarte tem passe para negligenciar alguns aspectos considerados de suma importância, como estudo de cores e composição de pintura.
Como compreender a arte conceitual?
Mais do que se perguntar o que é arte conceitual, muitos se perguntam como compreender esse movimento artístico em sua essência. A arte conceitual pode ser abstrata ou subjetiva, mas ela, por ideal, sempre transmite uma reflexão de seu artista. Portanto, para identificar o que é arte conceitual e como compreendê-la, se faz necessário ultrapassar a atenção aos detalhes técnicos. A arte conceitual parte de meditações profundas e viagens para dentro de si.
Enquanto um pintor adepto às expressões figurativas deve se dedicar aos aspectos técnicos para reproduzir seu trabalho com fidelidade, o artista conceitual pode dispensar esse conhecimento. O artista conceitual não aspira um retrato fiel ao modelo como outros movimentos artísticos.
O compromisso do artista conceitual está em outras matérias, majoritariamente cultas. O adepto pode ser um conhecedor assíduo da história, filosofia e outras referências às quais inserir seu contexto artístico. Com esses conhecimentos paralelos e alinhados, o artista é capaz de construir obras com consistências visual, promovendo a reflexão ao seu observador.
Considerações finais
Devido a esse conceito subjetivo, a arte conceitual pode ser considerada um movimento inconsistente e sem substância. Para que o movimento não seja deslegitimado, é importante que seus artistas se perguntem o que é arte conceitual e invistam em áreas de conhecimento que enobreçam a resposta.