O tema deste artigo trata-se de uma das obras fundamentais do magnífico pintor francês que deixou a sua marca na eternidade com suas obras no fim do século XIX e começo do vigésimo, A Casa do Enforcado, de Paul Cézanne.
Talvez A Casa do Enforcado não seja a sua obra mais conhecida, mas certamente é uma das mais simbólicas e importantes de sua carreira. Importância que iremos explicar mais adiante, além de identificar a qual corrente artística o quadro está relacionado.
Saiba mais sobre A Casa do Enforcado a seguir.
Continue na leitura.
Sobre o artista
Paul Cézanne nasceu em uma cidade muito privilegiada em termos de beleza natural, pois era muito procurada pelos grandes artistas de seu tempo por causa de sua luminosidade encantadora, cheia de nuances suaves que formam verdadeiras obras de arte com as paisagens que ali se encontram.
Tal cidade situa-se no sul da França, é conhecida como Provença.
Certamente as belezas naturais dessa urbe notável serviu ao excepcional artista de fonte de inspiração e grande escola para aperfeiçoar a sua técnica de pintura, a perceber os detalhes de iluminação e a variedade dos plantios mais diversos e formosos, em diferente situações, como nos dias de sol e de chuva.
Destaca-se que, como citado, Provença era ponto de refúgio dos principais artistas da época de Cezánne para aprimorarem suas técnicas e pela busca de referências inspiradoras, sendo extremamente comum que a cidade ganhasse vida nos quadros dos mais diversos artistas, no entanto a primazia de Cézanne foi tal ao dedicar os seus traços para retratar a bela cidade que conseguiu o feito de fazê-la ser associada indelevelmente a sua arte, ao seu estilo.
O autor de A Casa do Enforcado tornou-se uma das grandes referências do Impressionismo e do pós-modernismo, sendo a obra que motiva o presente artigo o seu trabalho de estreia no movimento artístico primeiramente citado.
Procuremos nos aprofundar mais a respeito.
O Impressionismo
O que se trata o Impressionismo? Quais são as suas principais características? O que o difere das demais escolas de arte?
O Impressionismo, na qual se situa A Casa do Enforcado, surge em um contexto histórico em que as escolas de arte tradicionais, os movimentos artísticos clássicos, se encontravam em seu esgotamento, não conseguiam mais refletir o espírito da época, final do século XIX, marcado por grandes transformações da sociedade com a revolução industrial, a ascensão das grandes indústrias que formaram a elite burguesa e a classe operária.
Diante de tantas novidades proporcionadas pelo desenvolvimento tecnológico e pela aceleração e aperfeiçoamento da divulgação de ideias, considerou-se que as convenções clássicas, as normas impostas pelos estilos artísticos consagrados pela academia, já se encontravam superados, pareciam grilhões que limitavam novas formas de se expressão que verdadeiramente se coadunavam com a nova ordem social, que dialogava efetivamente com o público ávido por novidades.
Também destaca-se que havia um sentimento, talvez o maior impulsionador das novas correntes artísticas, das classes mais abastadas de que precisavam valorizar os seus engenhos, as suas proezas, as suas conquistas por meio da ciência em contraposição aos velhos rompantes da massa trabalhadora de se exaltar o trabalho coletivo e rudimentar de tempos remotos.
Essa mistura de desejos por algo novo que refletisse o espírito do tempo e as conquistas do mundo moderno foi o combustível que trouxe a luz o que aprendemos a chamar de Modernismo. Diversas correntes artísticas surgiram com esse princípio de propor algo novo e que se distinguissem das velhas escolas, todas passando a integrar a cartela abrangente e variada do Modernismo.
O Impressionismo desponta nessa época de efervescência e ruptura propondo atender o princípio de expor algo destoante do que então reinava na academia, nas artes plásticas: em vez de focar na captura mais fiel e popular possível dos objetos e formas, a preocupação do movimento era eternizar as nuances, as variações da luminosidade, das sombras, do movimento e até do som nas formas e nos objetos.
A camada mais familiar era o que menos importava, mas, sim, a percepção de que as cores da natureza podiam modificar de acordo com a incidência de luz em determinados trechos e horários. Quer-se captar o átimo de mudança, as impressões sensoriais da cor, luz, som e movimento.
Por essa razão, o impressionista pinta ao ar livre, no aguardo do deslocar da luz, e pinta várias vezes o mesmo objeto ou ser em horários distintos.
A Casa do Enforcado
La Maison du Pendu ou A Casa do Enforcado, de 1873 foi para Paul Cézanne uma peça de importância capital para sua trajetória de artista, primeiro por ter sido integrada ao grupo considerado impressionista, apesar dos protestos de um dos expoentes do movimento, Claude Monet, corrente artística que se estabeleceu como uma das referências de pintura nos anos posteriores e, segundo, por ser a sua primeira obra comercializada, vendida. O comprador chamava-se conde Doria (nenhuma relação com o ex-prefeito da capital paulista que jurou de pé junto que não abandonaria a prefeitura para disputar outro cargo. Por ter mentido, foi agraciado com o cargo de governador).
Os protestos advindos de figurões como o seu Monet se deveu por considerar o trabalho de Cézanne “ousado demais” e que poderia prejudicar os demais participantes.
A Casa do Enforcado é uma composição com pinceladas oblíquas, espátula vigorosa e volumes e planos que se interagem, já denotando uma das características que viriam a se transformar em uma das grandes marcas do consagrado pintor francês.
A esquerda do quadro A Casa do Enforcado, encontra-se uma casa em primeiro plano. Mais ao centro nota-se outras casas com telhados geométricos e ao fundo, percebe-se pradaria verde , acompanhada, mais atrás, por uma cordilheira.
Considerações finais
A Casa do Enforcado é o quadro de estreia do pintor francês, nascido na cidade de Provença, ao Sul da França, famosa por suas paisagens abrilhantadas pela iluminação diferenciada que ajuda a compor quadros idílicos encantadores e por isso fonte de inspiração para diversos artistas de seu tempo, no Impressionismo.
Além de marcar a estreia do autor em tal movimento, foi a sua primeira peça de arte que lhe rendeu retorno financeiro significativo.
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