A arte bidimensional é parte da vasta produção artística que ajuda os seres humanos a se diferenciarem dos outros animais. Desenhos, pinturas, gravuras e caligrafia são alguns exemplos de arte bidimensional que a humanidade produziu ao longo de sua incrível história.
A humanidade enxerga em três dimensões (largura, altura e profundidade), isto, porém não impediu que se criassem manifestações artísticas bidimensionais (largura e altura) que ajudam a expressar nossa forma de sentir, enxergar e traduzir o mundo em que vivemos e nossas próprias crenças, personalidades e particularidades.
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Vamos conhecer um pouco mais sobre as diferenças entre as dimensões, as características do espaço bidimensional, os fundamentos e as técnicas da arte bidimensional.
Planos bidimensional x tridimensional
O espaço que um elemento ocupa é chamado de dimensão. Algo bidimensional recebe este nome por possuir apenas duas dimensões: comprimento e largura. Já os elementos tridimensionais, além de largura e comprimento, também possuem profundidade.
A arte bidimensional apresenta figuras dispostas em superfície plana, ou seja, não existe a percepção de volume. Para criar a ilusão de profundidade, figuras bidimensionais apelam para truques que enganam o cérebro dando a impressão de volume.
Recursos como luminosidade, contraste e distorção ajudam na alteração da percepção de elementos bidimensionais. Estas estratégias enganam o cérebro gerando uma noção diferente de volume e espaço para figuras que antes eram planas.
No espaço tridimensional, este em que vivemos, os corpos e objetos são percebidos através de três dimensões que formam o volume das coisas: altura, profundidade e largura. A arte tridimensional é composta por uma grande variedade de elementos como cerâmicas, esculturas, monumentos, objetos decorativos e instalações artísticas. Elementos tridimensionais caracterizam-se por possuírem relevo que facilitam a percepção de texturas, dimensões e espaço.
Característica do espaço bidimensional
O mundo em que vivemos é tridimensional, ou seja, todos os objetos, corpos e superfícies que nos cercam apresentam comprimento, largura e profundidade. Já as principais características do espaço bidimensional são a existência de somente um plano infinito e a presença de pontos, linhas e retas que se unem, pareiam e se tocam para criar figuras e perspectivas.
Para contornar a ausência de profundidade, a arte bidimensional busca utiliza elementos como cores, linhas, textura, pontos para criar a percepção de distâncias, áreas, ângulos, proporções, comprimentos e distâncias. A soma destes elementos também permite criar a perspectiva de contrastes, posicionamento e direção.
A posição que as figuras possuem no espaço bidimensional ajudam a compreender o seu formato e características. Observando o posicionamento dos elementos figurativos é possível avaliar questões como o tamanho de uma figura considerando se ela está localizada à esquerda ou direita, abaixo ou na parte superior da representação.
Outros aspectos que influenciam a percepção do espaço bidimensional são a luminosidade e a posição do observador. A luz, através de suas cores, formatos, intensidade e posicionamento ajuda na percepção de formas, espaço, cores e movimento da figura bidimensional.
O observador e sua posição também são importantes na percepção da arte bidimensional. A percepção das dimensões é percebida pelos sentidos, mas é processado pelo cérebro humano. Características e detalhes das figuras podem ser percebidas de maneira diferente de uma pessoa para outra. Isto ocorre em razão das circunstancias na qual o observador encontra, suas capacidades de percepção, seus juízos de valores e seus conhecimentos sobre o assunto.
Arte bidimensional
Mesmo não possuindo a característica da profundidade a arte bidimensional foi capaz de criar incríveis obras que continuam a impressionar pela riqueza de detalhes que representam as sentimentos, emoções, pensamentos e história da humanidade. Ao longo do tempo, artistas criativos, desenvolveram técnicas que tornaram as representações bidimensionais cada vez mais elaboradas e impressionantes.
O desenho e a pintura foram as manifestações artísticas que mais usufruíram do desenvolvimento de técnicas como contraste, equilíbrio, simetria, regularidade, unidade, profusão, exagero, ênfase, distorção, repetição, singularidade e transparência. Para cada uma destas técnicas também foram desenvolvidos os seus contrapontos, por exemplo, harmonia e contraste, unidade e fragmentação, simetria e assimetria, profusão e economia, etc.
Com isto, questões como distância, movimento e volume são facilmente simuladas em representações bidimensionais que enganam os nossos sentidos e maravilham a nossa percepção. Mesmo em uma superfície plana, uma figura bidimensional pode nos surpreender ao utilizar recursos como grafismos, posição dos objetos, cores associadas e profusão de elementos gráficos.
Paradoxo da arte bidimensional
Ao observarmos uma representação gráfica, como uma pintura, gravura ou fotografia, podemos nos questionar se os elementos estejam realmente distantes uns dos outros já que estamos diante de uma arte bidimensional, que carece de profundidade.
Este questionamento recebe o nome de paradoxo da arte bidimensional. Ou seja, como podemos representar o mundo que é tridimensional utilizando apenas duas dimensões? Os povos antigos não tinham esta preocupação, eles apenas pintavam e desenhavam, sem se preocupar com a ideia de profundidade, utilizando a técnica que conheciam à época: a perspectiva bidimensional.
Com o avanço das técnicas utilizadas na arte bidimensional, os artistas começaram a utilizar estratégias que criam a impressão de profundidade. Isto permitiu o desenvolvimento de representações cada vez mais elaboradas e ricas em detalhes valorizando ainda mais as artes.
Agora era possível afirmar que uma figura era maior ou menor, estava perto ou longe, estaria na frente ou no fundo, qual seria o seu comprimento e volume aproximado. A arte bidimensional deixava de ser uma representação “chapada” do mundo para criar novas perspectivas, algumas representações fidedignas da realidade e outras criações abstratas de novos mundos e ideias.
Exemplos de arte bidimensional
Existem inúmeros formatos de arte bidimensional, os mais comuns são desenho, pintura, fotografia, gravura e a caligrafia. Cada uma destas manifestações artísticas possui características próprias e possuem em comum, a necessidade de atuarem com os benefícios e dificuldades do plano bidimensional.
O uso de cores, texturas, luzes e nuances permitem que manifestações como o desenho e a pintura ganhem novas perspectivas ressaltando aspectos que normalmente não se destacam em figuras bidimensionais.
É possível associar técnicas como recorte, colagem e montagem para criar novos formatos de figuras bidimensionais que simulem o efeito de profundidade. A arte bidimensional é rica e vasta e desde os tempos mais remotos conta a história e os sonhos da humanidade.