Expressionismo: da Alemanha para o mundo

Entre tantas correntes artísticas representativas no mundo da Arte, podemos dizer que o Expressionismo é o que chega mais perto da essência humana.

Afinal, como conceito básico do movimento, ela é conhecida por expressar a “arte do instinto” por meio de pinturas subjetivas e dramáticas, revelando os mais diversos sentimentos da humanidade.

Com origem na Alemanha do começo do século XX, precisamente entre os anos de 1905 e 1930, tem forte presença pelo uso de cores quase que inexistentes!

É assim que o expressionismo consegue dar as formas únicas e plásticas ao ciúme, amor, medo, miséria humana, solidão e até a prostituição.

Dando mais valor a obras emocionais do que as intelectuais, o expressionismo sempre se utilizou da deformação de figuras para deixar essas emoções serem mais ressaltadas!

Definindo as características do movimento

Com tanto sentimento abstrato a ser explorado, o expressionismo ficou marcado por várias propriedades com origem puramente humana. Entre elas, destacamos:

  • Tintura espessa e áspera;
  • Técnica abrupta;
  • Preferência pelos aspectos trágico e sombrio da humanidade;
  • A pesquisa da psicologia;
  • Dinamismo inesperado e improvisado;
  • Cores vivas e vibrantes.

Vale lembrar ainda que vários historiadores localizam alguns artistas proeminentes dentro do movimento ”pós-impressionista”.

Pois, para não destruir os efeitos impressionistas, eles almejaram levá-los para além das barreiras do chamado “expressionismo clássico”.

Confira abaixo os grandes pintores do expressionismo que destacamos para você saber mais!

Tudo sobre os grandes artistas do Expressionismo

Paul Cézanne

Nascido em 1839 e falecido em 1906, criou suas primeiras telas com muito apelo erótico. Mas seu temperamento tenso e perto do neurótico ajudou a contribuir para consolidar sua imagem de excêntrico.

Mesmo aderindo à técnica do Expressionismo, aos poucos foi criando sua própria linguagem, afirmando seu nome como o “pai da arte moderna”.

Mas a fama só chegaria no ano de 1995, onde sua primeira mostra individual acabou por revelar toda sua genialidade. Triste saber que, em últimos anos, estava só, vivendo no interior de Provença.

Lá, ele por fim provou por que vivera apenas para a Arte, dedicando sua vida e pintando intensamente até sua morte.

Vincent van Gogh

De 1853 a 1890, Van Gogh viveu para se empenhar a criar e recriar toda a beleza presente na natureza e na humanidade. E usando-se das cores, algo fundamental para sua arte, ele genialmente conseguiu!

Apesar de ser solitário, foi a partir dos trabalhos de Gauguin que ele se decidiu a simplificar as formas humanas e qualquer efeito de luz e ainda a investir nas cores mais bem definidas.

No ano de 1888, ao se mudar de Paris uma cidade francesa mais ao sul, ele iniciou uma fase de criações mais ao ar livre. Com o sol inspirador do mediterrâneo a sua pintura mudou!

Nessa época Van Gogh se libertou de todo naturalismo empregado nas cores. Aprimorando-se nas cores mais puras e intensas, ele criou uma linha de obras que representassem melhor nossas emoções.

Mas, entre diversas crises nervosas, internações e tratamentos, ele se mudou para o norte da França.

Apenas nos três primeiros meses, ele chegou a pintar cerca de oitenta obras dentro do estilo do Expressionismo!

Nesse mesmo ano, ele se suicidou. Mas, hoje, chegamos a contabilizar uma coleção de obras plásticas de quase 900 pinturas, mais de 1700 desenhos e gravuras.

Embora não fosse reconhecido na época, seu legado foi essencial para o primeiro passo rumo à Arte Moderna!

Toulouse-Lautrec

Provavelmente o maior artista gráfico de sua época, Lautrec (1864-1901) é um ícone quando o assunto são seus cartazes inovadores acerca das casas noturnas de Paris!

Isso porque, apesar da origem aristocrática, ele era assíduo dos bordéis e cabarés da noite parisiense. Sua arte reflete o cotidiano noturno da capital francesa até o início da década de 1890, quando ele fora vencido pelo alcoolismo.

Triste é ter que registrar que sua morte foi tola: com apenas 36 anos e em plena decadência física….

Edvard Munch

O artista norueguês, nascido em 1863 e falecido em 1944, foi um dos pioneiros de sua época a dar às cores um valor mais subjetivo e até simbólico, bem distante de alguma representação realista.

Munch iniciou sua formação na capital, Oslo, mas foi numa viagem a Paris que ele chegou a conhecer os mestres Lautrec, Gauguin e Van Gogh.

No seu retorno à Alemanha, ele chegou a ser convidado para a exposição da Associação de Berlim. Vivendo na Alemanha em 1907, aí ele entrou na rota das grandes exposições.

Sua obra mais imortal é “O Grito”, de 1889. Esse é um ótimo exemplo entre todos os temas que sensibilizaram pintores ligados à tendência do expressionismo!

Na obra, a figura humana não apresenta suas reais linhas, embora ela se contorça sob a ação das emoções.

Nos traços sinuosos da água e do céu, assim como perspectiva diagonal da ponte, tudo conduz o olhar do visitante à boca do protagonista, retratada num ato de gritar instigante.

Em poucas linhas, Munch recusou o obvio e retratos mais pacíficos, investindo com beleza na dor e na tragédia que refletem suas pinturas.

Kirchner

Um dos grandes artistas a fazer parte do movimento de expressionismo, Kirchner ainda apresenta influências tanto do cubismo quanto do fauvismo.

Com muito talento, o pintor alemão, que nasceu em 1880 e faleceu em 1938, aliou a geometria às cores.

Com isso ele eliminou de vez a ideia decorativa das telas e inseriu ambientes mais contrastantes e até agressivos para manifestar como era sua versão da realidade.

Nas fases mais inspiradas, Kirchner chegou a ser ousado na criação de paisagens naturalistas e retratos de nudez, assim como as clássicas cenas circenses.

Ao ter sua contribuição reconhecida para a Arte alemã, ele chegou a ser nomeado membro da Academia de Berlim, em 1931. Embora, seis anos depois, na época do nazismo, viu sua obra ser desprestigiada e destruída pelos órgãos de censura de Hitler.

Enfim, o mestre Kirchner tentou provar com suas obras a existência de uma realidade decadente. Influenciado ainda por todos os resultados de uma guerra, suas telas viraram uma cena caótica, neurótica e com excesso de ásperas.

Características do expressionismo presente na sua vida como um belo produto da sua tristeza…

Ao fim do ano de 1938, ele foi outro mestre da pintura que acabou por tirar a própria vida. Mas seu legado está espalhado pelos melhores e mais consagrados museus de arte moderna da Alemanha.

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