Fotorrealismo

Fotorrealismo abrange pintura, desenho e outros meios gráficos

O Fotorrealismo, também conhecido como Hiper-Realismo e Surrealismo, surgiu na segunda metade do século XX em meio à ascensão da pop art. Como apresenta semelhanças com esse movimento artístico, que teve como um de seus maiores expoentes o artista Andy Warhol, às vezes é confundido.

No entanto, sem dúvida se trata de um movimento com as próprias cores, traços e personalidade.

O Fotorrealismo surge como uma resposta ao minimalismo, arte que se dedica a retratar apenas o essencial, sendo por isso um dos estilos mais enxutos.

Os adeptos do Fotorrealismo defendem que o movimento não se trata de uma volta ao Realismo do século XIX, mas na verdade uma continuação, uma atualização dessa corrente de pensamento artístico, já que as artes do Fotorrealismo são apegadas a paisagens e objetos da contemporaneidade.

A fotografia é um elemento essencial para desenvolver um trabalho de Fotorrealismo. Seu registro fidedigno da realidade é fundamental para que se consiga produzir obras ricas em detalhes que somente a realidade mais crua é capaz de fornecer.

Contudo, o Fotorrealismo consegue ir além. É tão detalhista que apresenta elementos tão particulares, específicos, que acaba proporcionando imagens mais ricas, do ponto de vista visual, do que a própria realidade.

Sem dúvida a pintura e a escultura se destacam na produção Surrealista, contudo, outras artes que se utilizam de outros métodos para compor paisagens e pessoas também são consideradas ferramentas válidas de expressividade Hiper-Realista, como os desenhos e toda e qualquer arte que se valha de elementos gráficos.

O que é Fotorrealismo?

Fotorrealismo é um estilo de arte que se centra nos detalhes, nas minúcias para compor imagens e esculturas que impactem pelo seu elevado grau de realismo.

Para tanto, se utiliza de imagens reais, fotografias, observação de paisagens, etc, para usar como base.

No entanto, o grau de detalhismo é tão impressionante que as artes surrealistas causam o paradoxo de se duvidar da realidade que pintam, de tão perfeitas.

São imagens que mesmo se baseando em cenas banais do cotidiano impressionam pela reunião de elementos que formam uma paisagem única mesmo se tratando de um ambiente banal com pessoas banais.

Origem

A origem do Fotorrealismo remonta ao final dos anos 1960 do século XX. O movimento despontou nas cidades de Nova York e Califórnia e surgiu como uma retomada do estilo realista iniciado no final do século XIX.

Os artistas que encamparam o Fotorrealismo foram chamados de “novos realistas”.

A motivação pela retomada de um estilo que tinha caído em desuso foi o de pavimentar uma alternativa aos movimentos minimalistas e abstratos que denominavam a cena artística até então.

Fotorrealismo

Minimalismo e abstracionismo

O minimalismo é uma arte que se baseia no uso de traços mínimos, mas essenciais, para expressar ou sugerir uma ideia, um formato, um conceito. Se trabalha muito nesse tipo de arte com os espaços, com o vazio, proporcionando ambientes arejados, em muitos casos, e também sofisticados.

Já a arte abstrata não trabalha com formas definidas, não busca retratar imagens reconhecíveis pelo público. É uma arte que não está voltada para aspectos racionais, mas busca trabalhar sensações, sentimentos internos, despertar emoções internas fazendo uso de cores e formas que sejam estimulantes o bastante para alcançar esse fim.

Para tanto, não é necessário compor imagens que tenham um significado ou que apresentem alguma coerência. O significado, caso o apreciador da arte faça questão de encontrar um, é dependente única e exclusivamente da percepção do apreciador, que pode ser diferente de outro que observa a mesma imagem ao seu lado.

Esse tipo de arte que gera velhos embates e questões sobre o que é ou não arte. “Por que as pessoas acham tão incrível um mero quadro negro?”.

Detalhes e razão de volta ao centro

Como vimos acima, o Fotorrealismo segue uma proposta completamente diferente. Vai no caminho oposto da arte abstracionista e minimalista.

O Fotorrealismo faz questão dos detalhes, da profusão de detalhes, por enxergar valor estético e simbólico neles, assim como faz questão de uma arte que seja reconhecível, ainda que ao mesmo tempo a torne uma imagem rara e única, e que apresente um significado determinável por critérios racionais e não apenas subjetivos.

O auge dessa nova fase do Realismo se deu nos anos 1960 e 1970 e começou a declinar a partir da década de 1980. Entretanto, no final dos anos 2000 esse tipo de arte parece ter ganhando novo fôlego.

Artistas que estão recorrendo ao estilo, mesmo que promovendo algumas atualizações, estão sendo premiados e bem recebidos por boa parcela do público.

O realismo

Movimento literário que surgiu na França no final do século XIX. Esse movimento surgiu como oposição à subjetividade e individualismo pregado pelo Romantismo.

O Realismo é uma arte voltada para a objetividade e veracidade das situações cotidianas.

O grande expoente dessa escola literária que influenciou escritores, músicos, pintores e escultores foi Gustave Flaubert, com a sua Madame Bovary, obra que causou escândalo em sua época na sociedade francesa por desconstruir a imagem romântica do casamento por meio de sua protagonista, Emma, que se desencanta pelo casamento e busca outros prazeres. Acaba investindo em jogos de sedução e no adultério.

O Fotorrealismo claramente é inspirado nesse movimento, se considera uma continuação, uma modernização do Realismo tradicional, respeitando seus principais dogmas, mas mantendo seu olhar para o presente.

Centros urbanos e a solidão

As mazelas dos grandes centros urbanos espalhados pelo globo servem de inspiração para diversos artistas que aderem ao Fotorrealismo.

Suas paisagens transbordando detalhes, como casas em mal estado de conservação, de muros pichados, profusões de fios elétricos emaranhados nos postes, lixo forrando ruas e calçadas, trânsito intenso de pessoas e veículos, animais de diferentes tipos se acomodando em lugares inusitados são um verdadeiro prato cheio para os artistas surrealistas da contemporaneidade.

Alguns artistas, como o norte-americano Kevin Peterson, tentam retratar transmitir desses cenários fervilhantes de informações, sentimentos intrinsecamente ligados aos centros urbanos, como a solidão.

Grandes construções, espaços como pano de fundo de tipos por algum motivo isolados, sozinhos, parecendo pequenos detalhes na paisagem.

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