Louis Leroy

Quem foi Louis Leroy? Quais suas contribuições?

Já ouviu falar em Louis Leroy? Um dos críticos da arte mais famosos do século XIX na França, ele abordava as obras em artigos cheios de ironia e trocadilhos, que seriam veiculados por todo o país. Essas críticas costumavam ser acompanhadas por caricaturas e outros tipos de ilustrações feitas justamente para deixar a sátira mais intensa ainda.

Em um de seus textos, ele abordou um grupo de artistas que tentou criar peças diferentes para romper com a tradição artística acadêmica. Como esperado, seu julgamento sobre eles foi bastante negativo. Porém, ele não contava que esses artistas iriam iniciar um dos movimentos artísticos mais influentes entre as vanguardas: o impressionismo.

Portanto, se você quiser saber um pouco mais sobre quem foi Louis Leroy e o seu grande erro, continue lendo esse conteúdo.

Quem foi Louis Leroy?

Louis Leroy foi um artista e crítico da arte altamente versátil do século XIX, que se envolveu em diversos tipos de atividades como pintura, literatura e gravação. Além disso, alguns de seus grandes reconhecimentos são seus trabalhos como dramaturgo.

No entanto, sua atuação mais marcante foi no Le Charivari, um jornal francês que tinha edições diárias e falava sobre os temas num tom humorístico e irônico. Louis escrevia críticas de arte e ilustrava o jornal com caricaturas. Numa dessas ásperas críticas, o escritor acabou nomeando e chamando a atenção do mundo a um dos movimentos artísticos mais influentes até hoje: o impressionismo.

A exibição dos impressionistas

No ano de 1872, houve uma exibição na França que contou com a participação de diversos artistas. Dentre eles, estava o grupo Sociedade Anônima de Pintores, Escultores e Gravadores, apresentando obras que se destacavam das outras por sua composição e traços ousados para a época.

Diante disso, Louis Leroy tomou a atitude de abordar essas obras em seu artigo no Le Charivari, criticando especialmente a tela de Claude Monet. Na sua abordagem, ele julgou o quadro “Impressão: Nascer do Sol” de forma bastante brutal e irônica.

Enquanto discorria sobre o tema, acabou chamando os artistas desse grupo de impressionistas com uma certa intenção ofensiva. Porém, foi assim que o nome de um dos movimentos mais influentes da história das vanguardas foi adotado pelos seus praticantes. Louis Leroy não sabia, mas havia cometido uma das maiores gafes da crítica artística de todos os tempos.

Louis Leroy

O que é um crítico da arte?

Assim como Leroy foi, um crítico da arte geralmente é alguém que tem experiência comprovada em algum tipo de atividade artística para poder julgá-la. Além disso, seria necessário este ter tido um grande acesso e contato com várias obras. A questão do repertório é algo importante para a avaliação da arte, pois funciona como base comparativa entre as peças sendo contempladas.

Além disso, esses críticos têm o papel de tentar desvendar os significados que compõem as obras, assim como opinar em suas estéticas, qualidades e sobre os juízos de valor presentes nelas. Dessa forma, diferentes profissionais acabam tendo avaliações distintas de uma mesma peça.

Apesar de ser um trabalho que demanda um conhecimento sólido, ainda parte de um julgamento humano, portanto, jamais será definitivo e exato.

Essa atividade pode embasar a qualidade de uma obra. No entanto, o fato de a maioria desses profissionais ser ocidental de classe social mais elevada, com certeza, leva o julgamento a uma tendência elitista.

Hoje em dia existem cursos como o “Teoria, crítica e história da arte”, oferecido pela UNB, por exemplo, que podem formar pessoas que desejam se tornar críticos da arte. Porém, o curso não dispensa a necessidade de absorção de conhecimento constante que a atividade demanda.

Por fim, uma das maiores provas de que críticos de arte não podem necessariamente ditar a qualidade das obras é o próprio julgamento do Louis Leroy.

A crítica de Louis Leroy

Acostumado com as pinturas cuidadosamente compostas, lindamente acabadas e realistas exibidas todos os anos no Salão de Paris, Leroy, que na época tinha 62 anos, ficou chocado com a pincelada solta e a composição casual de Monet e seus amigos. O crítico nunca havia se deparado com obras daquele tipo, principalmente em lugares tão privilegiados.

No entanto, sua reação não foi solitária em meio ao grande público que visitou o programa. Os temas referentes a pessoas na rua, apenas cuidando de sua vida e realizando atividades comuns, foram amplamente criticados.

Além de julgar as abordagens “vulgares e comuns”, os visitantes consideraram que a maneira de pintar adotada era muito superficial e incompleta. O uso de pinceladas rápidas – com pinturas inteiras concluídas em uma sessão – foi tido como um insulto à pincelada meticulosa e demorada de artistas tradicionais, de forma que esses, muitas vezes, passavam semanas em um único trabalho.

Quando Louis Leroy usou o termo impressionista para descrever as obras de Monet e seu grupo, ele tentou diminuí-los e acabou os imortalizando. Porém, curiosamente, o título do quadro que inspirou a expressão foi escolhido de forma bastante casual por Claude Monet. Ele batizou a obra como “Impressão: Nascer do Sol” apenas para identificá-la no catálogo e a escolha do nome aconteceu no momento do cadastro.

Importante dizer que essa exposição tinha mais de 100 obras, vindas de mais ou menos 20 artistas. Mesmo com tanta variedade, Louis Leroy decidiu focar principalmente no grupo impressionista no seu artigo.

Conclusão

Dessa forma, Louis Leroy foi um artista aclamado em seu tempo e fez bastante sucesso com suas criações. Autores indicam que as peças de dramaturgia dele e suas gravuras foram bastante significativas para a região onde atuou. No entanto, o maior reconhecimento que recebe, e o motivo dele estar na história da arte, vem justamente da crítica que deu o nome ao movimento impressionista.

Apesar disso, é completamente esperado que um movimento de vanguarda venha a ser bastante criticado no seu início. A mesma coisa se deu no Brasil com Monteiro Lobato se referindo às obras de Tarsila do Amaral.

Futuramente ela, por sua vez, viria a ser uma das artistas mais importantes da história do país. Seu quadro Abaporu, por mais que não possa ser vendido, já que é tombado, custaria em torno de 30 milhões de reais.

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