No jardim de Giverny, de Claude Monet

Optar entre dar um passeio no jardim de Giverny, no real jardim de Giverny, ou pela versão idealizada que tão belamente retratou em seus quadros seria uma escolha compreensivelmente difícil, já que ambas as possibilidades trazem perspectivas muito agradáveis.

Tanto a versão real como a estilizada provocam encanto nos admiradores fazendo com que a ideia de perambular no jardim de Giverny seja sempre um motivo de agradecer a boa fortuna.

Mas do que se trata esse jardim e o que seria essa tal de “Giverny”, caso ainda não saiba? Qual a sua importância para a história da arte?

É o que explanaremos sobre a seguir.

Confira!

Claude Monet

Monet é um dos mais importantes pintores franceses do século XIX considerado um dos fundadores do movimento artístico conhecido como Impressionismo.

Filho de comerciante, seu pai deseja que seguisse a sua profissão, se dedicando ao ramo terciário, no entanto ,seu lado artístico falou mais alto e recebeu incentivo de sua tia, Marie-Jeanne Lecadre, que também tinha se dedicado a arte da pintura outrora.

Após a morte de sua mãe, aos 16 anos, resolveu morar com a sua tia e depois seguiu para Paris para se aprofundar sua técnica de pintura.

Se tornou um artista célebre e cultivou uma longeva carreira de 71 anos como pintor. Em 1883 Monet comprou a que viria a se tornar a muito famosa casa de Giverny, cidade situada no norte da França, e um dos motivos que o fez adquirir o imóvel foi o belo jardim do terreno que o encantou de imediato. Em suas palavras: “(…) não tem mais do que 200 metros de largura e, no entanto, sua imagem despertou em mim a ideia do infinito”.

Logo o jardim passou a ser alvo de inspiração para diversos quadros de sua autoria, dentre eles o Jardim em Giverny, e também fonte de investimentos do famoso pintor para ampliá-lo e torná-lo ainda mais exuberante, o que o faria se tornar uma grande atração turística, um dos cartões postais para quem visita a terra de Napoleão, o que explica o desejo, a procura de se ver caminhando no jardim de Giverny.

O Impressionismo

Antes de nos embebermos em detalhes em nosso breve passeio no jardim de Giverny vale apontar as principais características do movimento cujo o proprietário de região tão glamourosa e famosa foi um dos maiores expoentes.

O Impressionismo surge na França no final do século XIX e apresenta como proposta um antiacademicismo, no que se referia as normas, convenções clássicas no campo das artes plásticas, em prol de uma corrente de pensamento que privilegiava as percepções oriundas dos aspectos de luminosidade, cor e sombra das paisagens.

Por exemplo, em vez de priorizar o retrato de objetos e formas do modo mais verossímil ao que se está incrustado no imaginário popular, o impressionista busca retratá-lo de forma díspar do convencional em razão das nuances proporcionadas pelo jogo de luzes; está mais interessados em captar com a tinta as impressões sensoriais de cor, luz, som e movimento.

Essa busca de captar esses aspectos singulares e abstratos, que proporcionam imagens distorcidas e muito vívidas, explica o porquê dos impressionistas preferirem, primeiro, pintar ao ar livre, e, segundo, pintar um mesmo objeto em diferentes horários do dia.

As principais características do impressionismo:

  • Captar impressões sensoriais de cor, luz, movimento e som por meio de tintas claras e brilhantes;
  • Estudos de efeitos ópticos;
  • Uso de fotografias;
  • Cores coloridas;
  • Sem mistura de cores, cores puras;
  • Falta de contornos nítidos.

Os principais artistas do impressionismo:

  • Claude Monet;
  • Paul Cézanne;
  • Camille Pissarro;
  • Edgar Degas;
  • Pierre-Auguste Renoir.

No jardim de Giverny

Que tal nos acomodarmos com mais propriedade no jardim de Giverny? Na época da aquisição do imóvel que continha o belo jardim a área de ocupação do terreno alcançava 8.100 m². Era próxima a uma escola de muito prestígio e não muito longe da metrópole parisiense, o que facilitava para Monet a produção e comercialização de suas obras artísticas.

Como relatado anteriormente, o encanto do consagrado pintor o incentivou a ampliar o terreno do solo fértil e incrementá-lo com outras espécie de plantas e árvores para abrilhantar ainda mais aquele foco de inspiração infinita a suas composições artísticas.

No jardim de Giverny verificava-se divisões, seções de plantio bem característicos como o Clos Normand, um jardim floral situado defronte ao casario. No sentido oposto a estrada notava-se o jardim aquático japonês. Também integra esse verdadeiro paraíso na Terra um jardim aquático, atravessado por um riacho cuja origem provêm do de uma afluente do rio Sena

No jardim de Giverny, é possível encontrar as mais variadas espécies de plantas e vegetais, como:

  • Rosas;
  • Trepadeiras;
  • Bambus japoneses;
  • Macieiras;
  • Dálias;
  • Girassóis;
  • Hortência;
  • Limoeiros;
  • Miosótis;
  • Tulipas;]
  • Iris;
  • Framboesas;
  • Macieiras;
  • Azaleias;
  • Plantas aquáticas.

Considerações finais

No jardim de Giverny, estar-se diante de um cenário de beleza rara, propiciada pelos talentos únicos da artista suprema, a mãe natureza, com auxílios dos recursos dos inventos humanos. Além de propiciar um excelente cartão postal, o encantador jardim tem um papel importante na história da arte por ser uma das “musas” inspiradoras de um dos maiores pintores franceses, representante máximo da arte conhecida como impressionismo, Claude Monet.

O impressionismo é uma corrente artística que privilegia a captura das luminosidades, cores sombras e paisagens dos objetos e seres por meio da tinta em detrimento da representação clássica dos mesmos estipuladas pelas convenções clássicas dos meios acadêmicos até então. Por esse motivo, era comum os impressionistas fazerem suas obras ao ar livre e pintar um mesmo objeto ou pessoa em diferentes horários do dia, pois partilhavam do princípio que as cores da natureza se modificavam conforme a incidência de luz em determinados lugares e horários.

Monet, embevecido pela beleza única de seu jardim, usou-o como fonte de inspiração para diversas composições artísticas, como o quadro Jardim em Giverny, e como foco de investimentos para ampliar o alcance do terreno arborizado, contratando cerca de 10 jardineiros e 3 motoristas.

Monet, filho de comerciante e estimulado pela tia com alma de artista a prosseguir na carreira de pintor, teve uma carreira profícua e longeva, que durou 71 anos que lhe rendeu muita fama e glória. Faleceu em 1926 deixando extraordinário legado para as gerações posteriores.

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