Realismo

Realismo: contexto histórico, obras e características

Durante a primeira parte do século XIX, veio à tona o estilo de arte do Romantismo na parte literária, que foi sucedido pelo realismo. Na prática, a verdade é que este se tornou um estilo considerado anti-romântico, por assim dizer.

O realismo, portanto, veio para tirar da arte o estilo romântico e cheio de ideais. A escola literária que ditava o realismo mostrava a todos o que realmente acontecia em seus dias sem esconder nada, tudo de forma real e mais literal, como, aliás, seu próprio nome sugere.

Veja também – Maneirismo: definição, obras e características

Dessa forma, o realismo possuía uma escrita mais objetiva, tendo seus textos com um tipo de temática mais universal. Eles passaram a retratar os prolemas da sociedade, diferente do romantismo, que falava sobre as dores que os autores sofriam.

Não podemos deixar de falar que o realismo se iniciou na França, tendo a publicação de Madame Bovary.

Em Portugal, Eça de Queiroz se tornou um dos representantes do realismo literário, sendo o autor de “O crime do padre Amaro”.

O grande representante do movimento no Brasil, por sua vez, foi Machado de Assis.

Características do realismo

Entendida a parte introdutória, chegou a hora de conhecer os pontos mais marcantes desta filosofia. Vamos a eles:

  • Sua literatura era um tipo de descrição de tudo o que passava na sociedade;
  • Sua literatura era objetiva, dizendo tudo o que acontecia;
  • As obras do movimento realista não abordavam apenas o “eu” – tratavam do problema de todo mundo;
  • Seus livros eram verídicos, com debates e discussões do que realmente estava acontecendo;
  • Na obra realista, seus personagens vinham a ser apresentados em muitos casos na terceira pessoa por um narrador que tinha conhecimento de tudo sobre o personagem;
  • Trazia crítica social e crítica política, uma vez que não falava apenas o que estava acontecendo com a sociedade, mas também aproveitava para propor uma reflexão a respeito de seus temas relacionados.

Realismo

Contexto histórico do realismo

Depois que aconteceu a Revolução Industrial, a sociedade terminou exposta a novas tecnologias como, por exemplo, o telefone, telégrafo, máquinas a vapor e locomotivas. Em meio a isso, veio a ocorrer o êxodo rural, com o povo indo direto para cidade, culminando com a Belle Époque.

Foi exatamente nesse período que ocorreu o clima artístico e intelectual que estava dominando as metrópoles, como Londres e Paris. Isso veio a acontecer no período do fim da Guerra Franco-Prussiana, se estendendo até o início da Primeira Guerra Mundial.

Durante este tempo, muitas pessoas estavam em busca de emprego em fábricas, mas tudo o que encontravam era empregos com salários abusivos, além de uma jornada de trabalho muito longa e condições de vida desumanas. Isso terminou dividindo as classes sociais e deixando muitos burgueses mais ricos.

Mas, com o passar do tempo, os operários conseguiram entender toda a situação e passaram a se organizar para exigir seus direitos e foi assim que surgiram movimentos sociais denominados como comunismo e socialismo.

De acordo com tais movimentos, as terras e seus meios de produção deveriam ser de todo mundo, mas com o governo fiscalizando, entretanto, todo o rendimento da produção deveria ser distribuída de forma igual para todos.

No que diz respeito ao idealismo dessa época, podemos destacar alguns nomes como, por exemplo, Augusto Comte. Foi basicamente ele quem criou o termo “sociologia”, afirmando que a sociedade devia ter uma análise pela ciência e pela razão.

Karl Marx se tornou um dos criadores do O Capital e O Manifesto Comunista, que passaram a ser considerados os principais escritos que relatam o movimento comunista.

Por outro lado, Émile Durkheim era defensor da importância da sociologia como uma ciência empírica. Já Max Weber, na época, era um dos grandes pensadores, sendo um dos responsáveis pelo desenvolvimento do socialismo.

No Brasil, no ano de 1850, foi a época em que o fim da monarquia e a campanha defendendo a Abolição da Escravatura ganhou força. Isso porque boa parte dos escritores se declaravam anti-monarquia.

Realismo no Brasil

Entendido o contexto histórico em que se inseriu o realismo, voltamos ao nosso país. Nesse caso, não é nenhum absurdo reafirmar que Machado de Assis se tornou o grande representante desse pensamento no Brasil.

Do mesmo modo que ocorreu em todo o mundo, no Brasil o realismo ganhou força para contrariar o que o romantismo pregava, tendo como principais características:

  • Uma escrita objetiva;
  • Valor a ciência exata e social;
  • Escrita orientada à prosa;
  • Narração rica em detalhes e cheia de descrição;
  • Positividade na filosofia de Comte, com uma análise científica no comportamento;
  • Retratos urbanos;
  • Retratação do cotidiano;
  • Darwinismo, retratando a adaptação do mais forte;
  • Empirismo;
  • Distanciamento dos fatos, algo como se o narrador não fizesse parte da história;
  • Retratação da realidade;
  • Determinismo, mostrando a humanidade da forma em que foi criada.

Realismo

Um pouco mais sobre Machado de Assis

Machado de Assis é até hoje considerado um dos principais escritores brasileiros da época do realismo. Este escritor teve uma importância muito grande na época, sendo até hoje muito importante na literatura.

É provável que você já tenha analisado ou lido uma obra dele, pois criou grandes ícones literários do país, como, por exemplo, seus contos “Uns Braços” e “Uma Senhora”. Todavia, suas obras mais famosas são “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.

O autor, além de criar inúmeros textos, ainda foi o grande fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi ainda nesse tempo que Machado de Assis fez com que a sociedade enxergasse a profissão de escritor com maior importância, inclusive como ferramenta para explicação sobre fatos ocorridos na sociedade.

O autor teve duas grandes fases durante sua carreira de escritor, sendo elas a fase preparatória e a realista. A seguir você confere detalhes sobre ambas.

Fase preparatória

Essa fase é considerada o momento em que o autor abandonou o estilo romântico. Podemos citar como obras do autor nessa época “A mão e a Luva”, em 1874, e “Ressurreição”, em 1872.

Fase realista

Já na segunda fase do autor ele já faz parte por completo do realismo, já com as características do movimento, com textos objetivos e descritivos, passando a ter uma análise psicológica de seus personagens.

Leave a Reply