Rego Monteiro

Rego Monteiro: pintor, desenhista, escultor e poeta

Vicente do Rego Monteiro é natural de Recife, Pernambuco. Esteve presente em Paris, alternando-se entre Recife e a cidade luz. Vamos conhecer melhor a história desse artista?

Professor, poeta e artista

Rego Monteiro iniciou suas atividades em 1908, no Rio de Janeiro. Seus estudos artísticos começaram na escola de Belas Artes. Com enorme vocação para a arte desde cedo, especialmente para a pintura, destacou-se em Paris, a partir de 1911.

Estudou nas seguintes academias:

  • Academie Julian;
  • Academie Colarosi;
  • Academie de la Grand Chaumiere.

Entre Recife, Rio de Janeiro e Paris

Influenciado por sua irmã, Monteiro entrou na arte inicialmente em sua cidade natal, Recife. O pernambucano decidiu ir para o Rio de Janeiro, a fim de estudar. A seguir, decidiu ir para Paris, na França, para expandir seus estudos.

Curiosamente, foi obrigado a retornar para o Brasil em função de acontecimentos decorrentes da Primeira Guerra Mundial.

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A impressionante versatilidade do artista

Rego Monteiro, assim como alguns outros artistas de sua época, tinha uma impressionante capacidade de poder se expressar de vários modos. Assim, seu objetivo era ser capaz de apresentar suas ideias por vários meios.

Sua maior capacidade era por meio de pinturas e de esculturas. Tendo sido bastante influenciado pelo período no qual permaneceu em Paris, Rego Monteiro expressou-se de várias formas.

Mudanças de planos com a Primeira Guerra Mundial

Rego Monteiro conseguiu mostrar a sua capacidade, mas teve problemas para lidar com as guerras. Sua ideia era permanecer por mais tempo em Paris. No entanto, ele volta para o Brasil em função do início da primeira guerra mundial e dos riscos inerentes a ela.

Rego Monteiro

Conexões com outros artistas

Uma das características mais interessantes de Rego Monteiro é a sua conexão com diversos artistas, especialmente a partir do modernismo. Deste modo, sua conexão com Di Cavalcanti e Anita Malfatti se torna bastante clara, especialmente a partir de 1920.

Influência e destaque

Rego Monteiro foi um dos precursores da Semana de 22. Seu papel é decisivo e serve também para desenvolver-se com habilidade como um dos grandes nomes do Modernismo.

Seu valor é ser considerado como sofisticado e também como racional.

Características

Rego Monteiro era conhecido como um sujeito bastante alegre e animado, com vontade de viver e interesse pela vida. Foi capaz de vencer torneios de dança, em Paris, na década de 20, mostrando-se como um dançarino valorizado.

Ao mesmo tempo, também chegou a disputar torneios oficiais de automobilismo, de uma forma inteligente e favorável.

Era curiosa e complexa a personalidade do artista, de uma forma a chamar a atenção da sociedade.

Rego Monteiro está presente como um dos mais relevantes artistas brasileiros representados na França – talvez o mais representado.

Simetria e assimetria

Uma das características mais curiosas de Rego Monteiro como artista está relacionado a sua capacidade para realizar trabalhos simétricos. A simetria é a capacidade de fazer trabalhos que apresentem elementos de dimensões proporcionais e integrados adequadamente.

Rego Monteiro apresentou uma série de trabalhos simétricos inteligentes e capacitados.

Retorno a Paris

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, Rego retorna a Paris em 1921. Seu objetivo era deixar um conjunto de 10 obras, que foram expostas na Semana de Arte Moderna, que aconteceu no ano seguinte.

Sua influência aumenta consideravelmente, sendo visto com frequência como um dos mais importantes – para muitos, o mais importante – artistas estrangeiro de sua época, na França.

Principais obras

As principais obras, ou algumas delas, são as seguintes:

  • O goleiro;
  • As religiosas;
  • Flagelação;
  • Atirador de arco.

Tragédia envolvendo suas obras

Houve uma situação bastante curiosa envolvendo a obra de Rego Monteiro. Na verdade, trágica. Muito trágica e triste, mais do que qualquer outro elemento.

Rego Monteiro teve grande parte de suas principais obras, na década de 20, totalmente destruídas em função de um incêndio de grandes proporções.

A seguir, Rego Monteiro tentou recriar todas estas obras, mas não houve o mesmo sucesso. Ele tentou lembrar-se de todas as peças que havia criado. No entanto, a dificuldade era bastante alta em reproduzir fielmente as peças estabelecidas.

Rego Monteiro

Histórias e curiosidades

  • Vicente do Rego Monteiro segue exercendo influência mesmo após seu falecimento. Uma de suas principais obras foi arrematada no Rio de Janeiro, em um leilão, pelo valor de R$ 800 mil, mostrando a influência e a relevância do artista;
  • Entre 1930 e 1950, o artista esteve bastante tempo entre o Brasil e a França, alternando-se entre os dois países. Em uma dessas andanças, conheceu o poeta João Cabral de Melo Neto;
  • Apesar de passar boa parte do seu período de vida fora do país, Vicente Rego traz em suas obras muito da cultura do Nordeste e do Brasil. Dentre esses elementos, destaca-se a sua participação para a ilustração em elementos vinculados ao futebol e a outros elementos da cultura nacional;
  • Dono de frases de efeito, Rego Monteiro criou a seguinte frase célebre: “Para mim, só existem duas cidades: Recife e Paris”.

Avaliação de seu trabalho

Embora existam algumas dúvidas relacionadas à definição precisa a respeito de como identificar e encaixar o seu trabalho, a pintura de Rego Monteiro tende a se inclinar ao perfil neo-clássico.

Além disso, também há um valor relacionado ao seu trabalho com vinculação ao cubismo.

Dedicação à poesia

Além de toda a sua influência e impacto voltados para a escultura, também houve espaço para as letras e os versos. Rego mostra-se um bom poeta, apesar de não receber o devido reconhecimento em território brasileiro.

O artista recebeu prêmios em Paris, em função de sua capacidade de convencer e comover com os poemas elaborados.

Principais temáticas

Rego Monteiro é importante para diversos temas, sempre abordando a sensualidade, sinuosidade, dentre outros elementos. Ao mesmo tempo, curiosamente, existe uma associação do artista também com a religiosidade, mostrando uma grande versatilidade, que o caracteriza significativamente.

Morte e contribuição

Vicente do Rego Monteiro faleceu na sua cidade natal, Recife, no ano de 1970, após sofrer um segundo e decisivo infarto de miocárdio. Sua obra faz parte de diversos acervos importantes, tanto no Brasil quanto na Europa.

Sua contribuição histórica é extremamente relevante para a cultura brasileira.

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