Rococó: tudo sobre esse estilo artístico nascido na França

O rococó foi um tipo de arte que teve seu surgimento na França e que até hoje é apreciado por muita gente ao redor do mundo. Veja a seguir um pouco mais sobre a história do estilo rococó e fique por dentro do assunto.

História do estilo rococó

Como dito inicialmente, o estilo de arte rococó teve sua origem na França, mas não só isso. Trata-se de um desdobramento do estilo barroco, porém com mais leveza e um pouco mais intimista, sendo usado a princípio como decoração dos interiores.

Seu desenvolvimento teve início no século XVIII e depois da França acabou se espalhando pelo resto da Europa. Entre os franceses a arte também acabou ficando conhecida também como estilo Luís XV e Luís XVI.

Determinados historiadores acreditam que durou entre 1720 a 1780, ficando até a reação neoclássica, em 1770. A arte rococó saiu da França em direção ao restante da Europa partindo para região católica na Alemanha, em Portugal e na Prússia.

A palavra rococó vem de rocaille, palavra francesa que traduzida é algo semelhante a “concha”. Em muitos casos é possível perceber linhas de conchas em elementos de tal estilo. Ela pode ser ligada também a “embrechado”, sendo uma estratégia de incrustação das conchas e fragmentos de vidro que era usada nas decorações de grutas artificiais.

Sendo assim, a expressão “época das Luzes” ficou associada ao século XVIII. Foi um século em que houve uma paz relativa na Europa, sendo um marco na Revolução Americana, em 1776, e Revolução Francesa, em 1789.

O Século das Luzes teve início no signo do Barroco, um período que encerrou a gramática estilística do Neoclassicismo, que tinha domínio na criação dos personagens artísticos. Dentre eles, existiu o Rococó.

Mas a fim de melhorar o entendimento dos valores de tal tendência, é necessário voltar para o século XVII, pois nele o ocorreu o reinado de Luís XIV, entre 1643 e 1715. Na ocasião a França acabou vivendo à sombra de um governo autoritário e centralizador, dando às artes uma cara clássica.

Em 1715, Luís XIV veio a falecer e com isso houve a mudança da corte de Versalhes para Paris, surgindo novos contatos com homens que tinham muito dinheiro e que não nasceram na aristocracia.

O detalhe, porém, é que por se tratarem de pessoas com poses, eles conseguiam dar proteção a artistas e isso lhes davam prestígios a fim de serem aceitos facilmente em sociedade aristocrata.

E isso fazia com que se tornassem clientes preferidos de artistas que criavam pequenas estátuas de porcelana para decoração doméstica. Com isso a arte rococó passou a mostrar como estavam os valores de uma sociedade mesquinha que iam em buscas de artes que lhe proporcionavam prazer a ponto de esquecer os problemas.

Nessas artes os temas mais usados eram com cenas eróticas, pastorais, galantes da vida cortesã e da mitologia, além de motivos religiosos, alusões ao teatro da época e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos nas molduras.

Arquitetura

No período do Iluminismo, que data de cerca de 1700 a 1780, o rococó se tornou a principal ligação entre a arte e da arquitetura pós-barroca. No início do século XVIII, o centro artístico da Europa trocou de Roma para Paris. As principais característica da arte rococó são:

  • Proporções menores, sendo que muitas vezes os edifícios possuíam dois andares baixos.

  • Fachadas mais lisas e alinhadas, uma vez que eliminaram-se os elementos clássicos como escultura, coluna e frontões.

  • Telhados com duas águas.

  • Janelas e portas maiores com arcos de volta-perfeita.

  • Decoração exterior com concentração em janelas e portas consolas.

  • Uso de ferro forjado nas grades de lagos, jardins, varandas e portas.

Nessa arte os jardins ainda se faziam presentes na arquitetura civil, sendo compostos por arvoredos, rampas, esculturas e lagos, além de pequenos de tamanho reduzido,  pavilhões de caça, pagodes chineses e quiosques turcos.

Tais lugares usados para reuniões mais íntimas com uso de fogos de artifício, celebrações públicas e festas de máscaras.

Há o salão principal como centro das dependências com salas secundárias à volta e escadaria que leva ao andar de cima nas divisões privadas dos proprietários.

Elas possuem divisões pequenas, arredondadas, baixas, independentes e com pavimento parquet, com iluminação pelas portas-janelas, por muitos espelhos e por lustres e candeeiros.

As divisões possuem decoração com diferentes móveis e em cima dos mesmos havia adorno com bibelôs de prata e porcelana. Usava-se também materiais com pintura que imitava mármore.

As paredes eram cobertas com cores claras, que se misturava ao dourado e prateado de molduras das telas, afrescos, tapeçarias e relevos.

Pintura

A pintura da arte rococó possui uma divisão em duas áreas diferentes. Em uma possui um documento visualmente intimista e de teor despreocupado no que diz respeito ao modo de vida e da concepção de mundo de elites europeias no século XVIII.

Já na outra, há uma adaptação de elementos com estilo de decoração palácios e igrejas, usada como forma de glorificar a fé e do poder civil.

Mesmo possuindo valor de arte autônoma, a arte rococó era vista como parte de uma concepção global de decoração de interiores. Passou a receber críticas em meados do século XVIII, com o surgimento de ideais neoclássicos, iluministas e burgueses.

Ela sobreviveu até mesmo à Revolução Francesa, no momento em que caiu em descrédito completo e passou a ser tratada como superficial, imoral, frívola e puramente decorativa.

Somente na década de 1830, que a arte rococó voltou a ter reconhecimento, se tornando testemunho importante de um período cultural da Europa e do estilo de vida específico, sendo um bem valioso por ser único e próprio, no qual discutia questões de estética que mais tarde se tornariam arte moderna.

O rococó no Brasil

Bem diferente do que acabou acontecendo em muitos lugares de países europeus, o Rococó quando chegou ao Brasil por volta do século XVIII sofreu influência com temas religiosos, sendo visto principalmente em campo da arquitetura.

Tal arquitetura religiosa da arte do rococó brasileiro ainda pode ser vista nas cidades históricas de Pernambuco, Minas Gerais e Belém. O artista Aleijadinho, por exemplo, além de ser reconhecido como artista do Barroco, ele também se tornou um dos principais representantes do rococó no Brasil.

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