A Última Ceia, de Leonardo da Vinci

Assim como a emblemática Mona Lisa, o quadro “A Última Ceia” é outra obra-prima criada pelo mestre renascentista Leonardo da Vinci. No afresco, Da Vinci (1452-1519) retratou Jesus Cristo e seus apóstolos naquela que seria sua última refeição antes de sua crucificação.

Encontrado na cidade de Milão, na Itália, a composição tem grandes dimensões: 4,60 por 8,80 metros.

Uma das obras de arte mais célebres de todos os tempos, ela pode ser apreciada no Convento Santa Maria Delle Grazie, onde chega a ser uma das mais copiadas e estudadas no mundo.

Compondo a obra-prima

Um dos maiores ícones da História da Arte, “A Última Ceia” é a representação do evento bíblico no qual Cristo faz sua última refeição em companhia de seus discípulos.

O momento retratado pela obra seria aquele em que Cristo teria acabado de confirmar que saberia da traição por parte de um de seus discípulos.

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A teoria ganha fundamento ao percebermos uma certa agitação por parte dos elementos, que foram representados por gestos e expressões que demonstram certa inquietação.

Com uma composição rigorosamente equilibrada, a pintura apresenta um gestual de grande importância, pois ele consegue transmitir as emoções de acordo com a narrativa.

Vale ressaltar que toda essa importância de retratar gestuais para se construir a cena tem confirmação do próprio autor.

Ele afirma que, além de ser ponto essencial da obra e o mais difícil de se retratar, a intenção maior ainda era a de apresentar uma visão da intenção da alma humana.

Também se pode deixar de fora a arquitetura do local, mesmo servindo como um simples cenário para os personagens centrais da composição.

Neste caso, o afresco e seus elementos arquitetônicos não se sobrepõem aos elementos e ainda contribuem para dar o destaque necessário e atribuir mais profundidade à pintura.

A última ceia

As técnicas utilizadas

Para criar “A Última Ceia”, Da Vinci resolveu deixar de lado as técnicas mais tradicionais de afrescos, como o uso de têmpera de ovo aplicado sobre reboco umedecido. Assim, ele preferiu realizar a obra utilizando uma liga à base de óleo e a aplicação sobre gesso seco.

Especialistas dizem que a escolha pode ter sido feita para ele garantir cores primorosas e diferentes entre os tons escuro e claro. Isso adicionava um aspecto mais específico à obra, como era uma de suas características mais marcantes.

Outra hipótese era a de que a escolha fora feita pelo simples fato de que Da Vinci não era especialista na técnica de pintar afrescos.

Outra vantagem era a de o óleo permitir a pintura em várias camadas, deixando em aberto a possibilidade de ir repensando a pintura enquanto a executava.

Seja por qual for a razão, o grande problema que surgiu com o passar dos anos é que a técnica é um desastre em termos de conservação. Afinal, muito pouco tempo após seu término, “A Última Ceia” já apresentava sinais de deterioração.

Como já é de esperar, até aos dias atuais a pintura já passou por uma infinidade de intervenções, restaurações e repinturas. Isso sem contar com os danos ocorridos no século XIX, quando Napoleão e seus soldados usaram o convento para servir de estábulo para cavalos.

Falando em conflitos, essas mesmas instalações também chegaram a sofrem graves danos durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial.

Nessa época, a pintura chegou a ficar exposta às intempéries e à ação do tempo e demais eventos climáticos.

Contudo, somando-se sua importância e multiplicando-a pela fragilidade desse tipo de pintura, o resultado pode ser considerado como um grande milagre!

“A Última Ceia” ainda está disponível e aberta (mesmo que com acesso mais restrito) para visitação.

Detalhes e curiosidades

Da Vinci, com o intuito de representar pessoas comuns, não utilizou argolas nem Jesus em algum dos apóstolos da pintura.

A visitação de “A Última Ceia” é certamente muito concorrida. Mas está aberta apenas mediante a compra antecipada de ingressos. Mas programe-se, tem que ser feita meses antes.

Também chamado de “Santa Ceia”, a pintura tem dimensões de 4,6 por 8,8 metros.

“A Última Ceia” está localizada numa sala reservada para os monges fazerem suas refeições.

Certas teorias indicam que Maria Madalena também está presente na obra, do lado direito de Cristo. É até possível notar algumas características femininas.

No livro (2003) e no cinema (2006), “O Código Da Vinci” traz um enredo que envolve diversos mistérios relacionados à pintura de Da Vinci. A mais curiosa é uma suposta relação entre Jesus e Maria Madalena.

A última ceia

Restaurando e conservando de obras-primas

Pela técnica frágil, sabe-se que a obra “A Última Ceia” teve os primeiros casos de descascamento com Da Vinci ainda vivo.

Ainda assim, mesmo cinquenta anos após sua morte, os cuidados não foram necessários e deixaram a pintura num grau de deterioração muito avançado.

Entretanto, no ano de 1726, houve uma primeira restauração completa. Mas, entre diversas tentativas para sua preservação e uma reparação regular, boa parte delas chegou a causar mais estragos do que restauração.

Uma curiosidade a respeito da preservação de “A Última Ceia” foi a de que, durante uma das tentativas de reparo, acharam um prego na cabeça de Jesus. Ele estava ali para marcar um dos pontos de fuga usados por Da Vinci para representar a perspectiva da obra.

Enfim, a pintura em exposição que vemos hoje é o trabalho dos restauros que chegaram a durar 20 anos. De 1979 a 1999, especialistas tinham apenas um simples objetivo: recuperar uma das obras-primas mais icônicas da história.

Pelo que apuramos, está em andamento mais uma intervenção para restauração, mas dessa vez o objetivo é estudar e proteger a obra em relação a aspectos climáticos e de ambiente.

Por isso que sua visitação é muito rígida e tem que ser controlada. Por vez, são apenas 25 felizardos que podem contemplar tamanha genialidade.

E o tempo também é curto: são apenas 15 minutos para olhar e guardar um momento único.

Como precauções para controlar o anseio dos visitantes, todo o ambiente é climatizado, evitando que micro-organismos possam afetar a pintura e comprometer a segurança do “mais-que-sagrado” refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie.

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