Andrea di Pietro della Gondola, também conhecido na história como Andrea Palladio. Ele nasceu em 1508, em Pádua. Seu local de nascimento é, nada mais, nada menos que uma propriedade do continente da República Veneziana, com sede na ilha.
Aprendiz de pedreiro desde os seus 13 anos de idade, Andrea resolveu largar tudo logo após 1 ano e meio. Ele simplesmente fugiu para a cidade vizinha de Vicenza. Lá, o rapaz tornou-se um assistente na principal oficina de pedreiros, bem como construtores na época. Daí foi que o pontapé inicial da sua carreira aconteceu.
A associação de Andrea Palladio com Trissino
A vida presumivelmente estabelecida de Andrea foi transformada em 1537, quando ele tinha 30 anos. Naquela época, ele foi admitido por Gian Giorgio Trissino, o maior e principal estudioso do período.
A intenção era que Palladio o ajudasse na execução de novas adições que Trissino havia projetado para sua própria casa. O lugar em Cricoli, nos arredores de Vicenza, era enorme e muito bem localizado.
Essa associação afetou Andrea Palladio de pelo menos três maneiras:
- Primeiro – Trissino imediatamente assumiu o papel de mentor de Andrea. Foi ele quem deu início à tarefa de apresentá-lo ao princípio da clássica arquitetura e às outras disciplinas da educação renascentista;
- Segundo – Trissino apresentou seu protegido a um círculo cada vez maior de patronos. O primeiro lugar foi em Vicenza, por conseguinte, estendeu-se até Pádua. Finalmente, acabou chegando em Veneza;
- Terceiro – Trissino concedeu a Andrea o apelido pelo qual ele se tornaria famoso: Palladio. Sugerindo Pallas Athene, a deusa da sabedoria grega, o nome também foi usado por Trissino.
Sua ascensão
Através dos livros, o italiano aprendeu os princípios de Vitrúvio. Este foi um arquiteto romano clássico, cujo tratado havia sido redescoberto no século anterior. Andrea Palladio também recorreu aos ensinamentos do Renascimento Leon Battista Alberti.
Através de contato pessoal, ele se familiarizou com as ideias, bem como com as obras de arquitetos pioneiros de seu período, incluindo:
- Giulio Romano;
- Giovanni Maria Falconetto;
- Sebastiano Serlio;
- Michele Sanmicheli.
Ainda sob o patrocínio de Trissino, ele recebeu uma introdução adicional às obras romanas clássicas e às obras renascentistas iniciais. Isso ocorreu durante suas visitas a Pádua e Veneza (1538) e uma visita inicial a Roma (1541).
Em 1538, provavelmente auxiliado pela influência de seu mentor e sua oficina, deu início a construção da Villa Godi. Essa foi a primeira de uma grande série de vilas e palácios urbanos projetados por Andrea Palladio nos anos seguintes para clientes entre a nobreza provincial de Vicenza.
Após o falecimento de Trissino, os ricos e influentes irmãos Barbaro, liderados pelo cardeal Daniele Barbaro, incentivaram ainda mais os estudos de Andrea na arquitetura clássica. Eles o levaram para Roma no ano de 1554, apresentando-o a Veneza logo depois. Foi nessa cidade onde Palladio acabou se tornando “Proto della Serenissima”, ou arquiteto-chefe.
Um pouco mais sobre o belo trabalho de Andrea
Uma década depois da construção da Villa Godi, Palladio passou a receber convites de líderes proeminentes e ricos da nobreza de Veneza, como:
- Daniele;
- Marc’Antonio Barbaro;
- Giorgio Cornaro.
A riqueza e as aspirações desses novos clientes evocaram de Andrea Palladio aquelas criações grandiosas e inovadoras de seu período intermediário. Essas criações foram aquelas nas quais se baseia sua influência em toda a arquitetura ocidental posterior.
Finalmente, em 1560, o arquiteto recebeu seu primeiro convite para uma obra na cidade de Veneza. Essa obra foi a conclusão do refeitório dentro do mosteiro beneditino em San Giorgio Maggiore. Mas outras estruturas religiosas em Veneza se seguiram:
- O claustro dentro do mosteiro em SM della Carita, hoje Museu da Academia;
- A fachada da catedral de S. Francesco della Vigna;
- Entre outras.
Suas obras venezianas culminaram em três magníficas igrejas que permanecem até hoje:
- S. Giorgio Maggiore;
- Il Redentore;
- “Le Zitelle” (SM della Presentazione).
Outra igreja, obra belíssima de Andrea Palladio, S. Lúcia, foi infelizmente derrubada em meados do século XIX. Contudo, o local deu origem à estação ferroviária.
Foi através desses projetos, muitos dos quais agora são Patrimônio Mundial da UNESCO, que Andrea desenvolveu o próprio estilo arquitetônico. Assim, estilo paladiano é bem conhecido por sua adesão aos princípios romanos clássicos.
As elevações do arquiteto sempre tiveram uma ênfase central que reflete a simetria axial do plano. Isso foi desenvolvido no Palazzo Valmarana, em Vicenza, de 1565. Junto a isso ocorreu o uso crescente de relevos da superfície e colunas gigantes. Esses são os dois elementos maneiristas, usados particularmente por Michelangelo.
Os ensinamentos em livros de Andrea Palladio
Surpreendentemente, apesar dos numerosos esforços para manter-se fiel apenas aos ensinamentos que recebeu, o arquiteto quis repassar seus conhecimentos. Dessa forma, seu primeiro livro foi um guia para as ruínas clássicas de Roma, presumivelmente motivado por suas próprias frustrações ao tentar localizar vários monumentos durante suas visitas a essa cidade.
Ele também publicou, com seus filhos, uma nova tradução dos Comentários de César. Além disso, contribuiu com ilustrações para a edição anotada de Daniele Barbaro do tratado de Vitrúvio sobre arquitetura clássica.
Então, em 1570, após anos de preparação, ele publicou em Veneza a obra-prima que garantiu seu posto na história geral da arquitetura: I Quattro Libri dell ‘Architettura “Os quatro livros de arquitetura”.
O livro expôs seus princípios arquitetônicos, assim como conselhos práticos para os construtores. O elemento mais crítico, talvez, foi o conjunto de ilustrações meticulosas em xilogravura. Estas foram tiradas de seus próprios trabalhos para ilustrar o texto. A obra foi posteriormente traduzida para todos os idiomas europeus e permanece impressa hoje, em brochura e capa dura.
Palladio faleceu em 19 de agosto do ano de 1580 por causas desconhecidas. Seu enterro se deu no belo Cimitero Maggiore de Veneza.
Infelizmente, grande parte de seu trabalho está localizada em um pedaço relativamente pequeno do mundo: a cidade de Veneza. Entretanto, a influência do arquiteto se espalhou pelo mundo.
Após sua morte, sua sensibilidade arquitetônica tornou-se popular em toda a Grã-Bretanha, bem como na Europa e América. Tanto que Thomas Jefferson acabou se declarando um admirador de seu trabalho. O Capitólio dos Estados Unidos foi projetado com o design paladiano em mente. Hoje, Andrea Palladio ainda é considerado o indivíduo mais influente na história de toda a arquitetura ocidental.