El Greco

El Greco, artista nascido na Grécia, desenvolveu grande parte de sua carreira na Espanha

El Greco, como era conhecido, tinha o nome Domenikos Theotokopoulos de batismo. Natural de Heracléia, capital de Creta, uma ilha na Grécia, nasceu no ano de 1541, quando então era dominada pela República Veneziana. Não há muitos registros relacionados à sua vida particular, porém, alguns documentos, bem como, interpretações aleatórias de obras da sua autoria dão conta de uma personalidade explosiva e ansiosa.

Aristocrata, pertencia a uma família de fé católica, que tinha como função a administração da ilha em que viviam, ou seja, prestando serviços à dominadora República de Veneza. Foi na própria ilha de seu nascimento que El Greco fez seus primeiros contatos e foi ensinado sobre as técnicas empregadas na arte da pintura. Talento o qual seria mais desenvolvido posteriormente.

Biografia de El Greco

De personalidade marcante, estilo inconfundível e traços alongados, o artista espanhol, mas com origem grega, marcou fortemente o Maneirismo espanhol. Por conta disso tornou-se um expoente com suas obras que anteciparam o estilo Barroco.

O início de seus estudos na arte aconteceu muito provavelmente através de pintores bizantinos, que trabalhavam em imagens da Escola Cretense. Com aproximadamente 25 anos mudou-se para Veneza, onde tudo indica ter sido aprendiz de Ticiano. Conforme a existência de evidências bastante fortes, presentes em suas pinturas.

Entre os primeiros trabalhos desenvolvidos por El Greco um dos principais destaques é Jesus Expulsando os Vendilhões do Templo, pintado entre 1560 e 1565 e hoje, na National Gallery of Art, em Washington. Inegavelmente nesta época já mostrava traços da estética de Veneza da época no que relacionado à construção espacial, o colorido e a luz empregada em suas pinturas.

No final de 1570 o artista saiu de Veneza e foi para Roma, estando sob a proteção do Cardeal Alessandro Farnse. Em Roma concentrou-se na Capela Sistina, onde estudou com afinco os afrescos de Michelangelo. Após sete anos de permanência em Roma o artista foi para a Espanha, tendo sido atraído pela então construção do Mosteiro do Escorial, que ficava próximo à Toledo.

El Greco

Período de El Greco em Toledo

O ano era 1577 e El Greco havia chegado em Toledo, nesta época o local era um tipo de centro das questões místicas na Espanha. Tendo sido inclusive a capital do país até o ano de 1561. Logo após sua chegada, o pintor começou a receber encomendas.

Através de um convite do Cônego Diego de Castilha, ele fez a decoração do retábulo do altar na importante Igreja de Santo Domingo e Antiguo, desenvolvendo as obras: A Assunção, datada de 1577 e A Trindade, de 1577 a 1579. Depois disto trabalhou em uma obra encomendada para a Catedral de Toledo. O nome da obra é O Espólio, tendo sido pintada entre os anos de 1577 e 1579. Esta foi um de seus trabalhos mais importantes.

El Greco e o Maneirismo

Depois de ter concluído um de seus mais importantes trabalhos, o artista faz uma considerável mudança em sua pintura. Passando então a aliar as cores vibrantes dos venezianos com uso d os tons claro-escuro de Tintoretto, dando também às figuras o alongamento maneirista.

Agora El Greco acentuava uma deformação longilínea, com as figuras subindo e flutuando nas alturas como sendo chamas. As cenas passam a ter deformidade com iluminação irreal, composta por clarões e nuvens pesadas com cores quentes no intuito de produzir uma atmosfera com conotação sobrenatural.

No ano de 1580 o artista pinta O Sonho de Filipe II, obra também tradada como Alegoria da Santa Liga, para o rei Filipe II. A obra foi exposta na Sacristia do Mosteiro de Escorial. No mesmo ano El Greco pinta O Homem com a Mão no Peito.

Já no ano de 1581 o rei Filipe II encomenda outra obra, que foi titulada de O Martírio de São Maurício. A obra foi originalmente concebida para ser colocada no altar dedicado ao santo de mesmo nome, também em Escorial. Porém um fato importante foi que o soberano não se agradou muito das deformações, que eram distintas do naturalismo clássico. A obra não foi colocada em seu local de destino original e o rei não encomendou mais trabalhos do artista.

O retorno de El Greco para Toledo

Após os eventos ocorridos com as obras desenvolvidas para o rei Filipe II, El Greco retornou para Toledo. Por lá dedicou-se à pintura de retratos, buscando demonstrar mais a vida interior de seus personagens. Além disso, trabalhou em uma série de obras com apóstolos e santos.

O Enterro do Conde Orgaz, obra pintada para a igreja de São Tomé, em 1586, já em Toledo, foi considerada sua obra prima. O quadro possui duas partes, as quais unem-se pelo colorido, atitudes e gestos dos personagens retratados. Na parte inferior do quadro o conde é levado ao sepulcro por Santo Estevão e Santo Agostinho, cercando-os estão clérigos e nobres, revelando assim, o tipo de refinamento presente na aristocracia espanhola.

Pelo enorme sucesso da obra, o autor teve de montar um estúdio, onde ele passou a atender as suas encomendas, que tornaram-se muito numerosas.

Em 1600 El Greco vivia o ápice de sua produção de obras religiosas. Neste ano ele pintou A Ressurreição e Vista de Toledo. Em 1608, O Batismo de Cristo, em 1609, Pentecostes. Mais adiante, em 1614 pintou Adoração dos Pastores. Outras obras de menor expressão também foram desenvolvidas no período.

El Greco

A última obra

A obra intitulada Laocoonte foi a última do artista. Nela ele faz apresentação de um tema profano. Pintada entre os anos de 1610 e 1614, ao fundo ela tem uma paisagem de Toledo com as figuras de Laocoonte junto a seus filhos, que se retorcem ao lutar com serpentes.

Os últimos anos da vida do artista foram de reclusão, período em que preferiu contar apenas com a presença de seu filho, chamado João Manuel, que também era seu sócio e seu ajudante nas questões mais práticas. Ainda que considerado maneirista, sua pintura apresenta um estilo distinto, que traz grande pessoalidade. Por conta disto o estilo tão individual não favoreceu o surgimento de seguidores.

Falecido em Toledo, na Espanha, em 7 de abril de 1614, El Greco retratou em suas obras três distintas culturas: bizantina, italiana e espanhola. Evoluiu, incorporou sua personalidade às obras e embora não tendo deixado seguidores, foi de relevante importância para o período em que viveu, tanto quanto para a história da arte.

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