Franz Weissmann

Quem foi Franz Weissmann? Qual sua importância na área da escultura?

A escultura é uma das manifestações artísticas mais cultuadas ao redor do mundo. Não por acaso, o Brasil, ao longo do último século, comportou grandes nomes do segmento que, aliás, foram fundamentais para a evolução da arte no país. Um dos casos mais emblemáticos dentro desse cenário, por exemplo, foi Franz Weissmann.

Embora austríaco, foi no Brasil que ele cresceu e consolidou sua carreira, tornando-se um dos mais memoráveis artistas estrangeiros em terras tupiniquins. Na sequência você confere um pouco mais sobre a sua história, bem como a importância do artista na evolução cultural do país no século passado. Veja!

Quem foi Franz Weissmann?

Nascido em 1911, no dia 15 de setembro, Franz Josef Wessmann, natural de Knittefeld, na Áustria, veio para o Brasil muito cedo. Na ocasião, ele ainda tinha cerca de 10 anos de idade, vivendo no interior paulista por aproximadamente seis anos, até 1927, quando se mudou para a capital, onde passou cerca de 2 anos.

Em 1929 ele partiu rumo ao Rio de Janeiro, ainda acompanhado da família. Já em terras fluminenses ele passou a estudar arte, mais precisamente em 1939, na Escola Nacional de Belas Artes. Apesar disso, não chegou a se formar no curso. Em vez disso, estudou com August Zamoyski a respeito de desenho e escultura entre os anos de 1942 e 1944.

Depois disso, em busca de novos ares, Franz Weissmann rumou para Belo Horizonte, onde passou a dar aulas ao lado de Guignard. O trabalho era realizado na Escola de Arte Moderna, pioneira na capital mineira, esta, por sua vez, criada por ninguém menos que Juscelino Kubitschek, que à época era prefeito do município.

Aproximadamente dois anos mais tarde, Weissmann realizou sua primeira exposição individual, não em BH, mas sim na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde havia estudado anos antes. Depois de um pequeno hiato sem grandes destaques artísticos, em 1951 ele começou as suas experiências na área da escultura.

Inicialmente ele passou a trabalhar peças em bronze, argila e cimento, agregando ainda alguns fios de aço. Foi nessa ocasião que explorou o formato do cubo no espaço vazio que, por sua vez, deu origem à emblemática peça Cubo Vazado, ainda em 1951. A peça em questão ficou marcada por não ter sido aceita na I Bienal de São Paulo.

Sem desanimar, no ano de 1952, Franz Weissman passou a experimentar um pouco do concretismo, quando começou a esboçar Cubo Aberto e Blocos Modulares, ideias que permitiam a participação de quem observava. Quase um ano mais tarde, resolveu apresentar uma versão renovada da peça rejeitada dois anos antes. Dessa vez a obra foi aceita e ele participou da II Bienal em São Paulo.

Franz Weissmann

Na Bienal seguinte ele então foi premiado com o 2º título de Escultura. As obras responsáveis pela conquista foram aquelas que Mário Pedrosa apelidou de “desenhos no espaço”, feitas a partir de diversos fios de aço.

Depois disso ainda passou a fazer parte do Grupo Frente, sendo reconhecido junto de outros nomes vanguardistas da arte concreta do Rio de Janeiro. Dentre os nomes estavam Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Lygia Clark e Ferreira Gullar, isso só para citar alguns.

Já em 1957, ele retornou para a Bienal de São Paulo, dessa vez em sua edição IV. Todavia, foi no ano seguinte que recebeu outra premiação memorável: a “Viagem ao Estrangeiro”, recebida no Salão Nacional de Arte Moderna. De posse do prêmio, ele visitou o Oriente e a Europa, mas não sem antes assinar o emblemático Manifesto Neoconcreto.

Em seu retorno ao país, foi um dos nomes presentes na 1ª Exposição de Arte Neoconcreta que, por sua vez, aconteceu no MAM/RJ. Sua estadia em terras brasileiras, contudo, não se estendeu. No mesmo ano ele retornou com a família para o Velho Continente.

O artista na Europa

Nessa nova estadia em terras europeias, terminou por realizar exposições individuais nos anos de 1962 e 1964, uma em cada ano, ambas na Espanha. Foi por lá que ele expôs seus desenhos e os Amassados. Em retorno ao país em 1965, voltou ao Rio de Janeiro, mas foi condecorado com uma sala especial na oitava edição da Bienal de São Paulo, isso em função da obra Amassados que criara na Espanha.

No ano seguinte ele passou então a experimentar peças modulares e participou da Bienal Paulista do ano seguinte, apresentando a Arapuca. Na ocasião, utilizou perfis metálicos coloridos nas peças modulares. Foi aí que chegou a se aprofundar na ideia da cor para construção espacial, bem como as oportunidades visuais e participativas da arte escultural.

Já no ano de 1969, ele se aliou ao grupo que presta apoio ao movimento internacional de boicote à ditadura, violência e censura no Brasil. Em função disso, se recusou a se fazer presente na X Bienal em São Paulo. Já no ano seguinte, Franz Weissmann foi nome presente no evento “Do Corpo à Terra”, ocorrido na semana de vanguarda e organizada na Capital Mineira.

Incansável, aos 60 anos ele ruma à Bélgica, onde participa da XI Bienal de Escultura ao Ar Livre, esta ocorrida na Antuérpia em 1971. No ano seguinte ainda esteve em Veneza com 2 salas especiais na Bienal. Passada quase uma década, Franz Weissmann, já com 70 anos de idade, realizou então a sua primeira mostra retrospectiva, ocorrida no IAB do Rio de Janeiro em 1981.

Doze anos depois, em 1993, ele ganhou o Prêmio Nacional de Arte do Ministério da Cultura. A premiação foi uma espécie de reconhecimento à importância do austríaco na construção da cultura artística brasileira.

Não obstante, ao longo de sua jornada, ainda encontrou tempo para deixar sua marca em diversas cidades do país, onde instalou uma enorme quantidade de peças esculturais em espaços públicos. Seu falecimento ocorreu em 2005, mais precisamente no dia 18 de julho, aos 94 anos de idade, no Rio de Janeiro.

Características e importância de Franz Weissmann na escultura

O artista sempre foi pautado pela originalidade e inovação em relação à arte. Criador de peças de grande renome ao redor do mundo, Franz Weissmann fez da escultura a sua paixão, pelo que se tornou um ícone capaz de inovar sem fugir das características dos movimentos artísticos nos quais sua arte se encaixava.

Em função disso, se tornou um grande mestre e influenciador, tendo ajudado a formar outros grandes nomes da arte e escultura em si ao longo de sua vida.

Franz Weissmann e o neoconcretismo

O resumo da história do artista é um manifesto do neoconcretismo, mas não do modo tradicional.

Os destaques ficam por conta da eliminação de bases, apoio de três pontos, ortogonalidade, modularidade e enlaces infinitos, isso sem contar os emblemáticos fios de aço que foram importantes em sua ascensão.

Leave a Reply