O pintor e arquiteto italiano Giorgio Vasari é mais famoso por suas biografias de artistas italianos do que por suas próprias obras. A importância de sua obra escrita é inestimável. E é, em grande parte, devido a Vasari que temos uma riqueza de informações sobre os artistas do Renascimento.
Pintor, arquiteto e historiador italiano, trabalhou principalmente em Florença. Juntamente com outros artistas, apoia-se no princípio que o estudo do desenho é a base de todas as artes. Ele foi fortemente influenciado por Michelangelo e Andrea del Sarto. E hoje é considerado um dos maiores maneiristas toscano-romanos.
Teve um papel muito importante para o livro “Inferno” de Dan Brown. Ele era um polímata brilhante, e seus conhecimentos cobriam uma série de assuntos diferentes, incluindo escrita, pintura e planejamento.
Obras e vida do pintor toscano
Nascido em Arezzo em 1511, ainda criança Vasari foi instruído por Guglielmo de Marcillat. Mas sua formação decisiva foi em Florença, onde desfrutou da amizade e patrocínio da família Médici. Esse conhecimento foi formado no círculo de Andrea del Sarto. Vasari mais tarde se tornou um admirador de Michelangelo e permaneceu assim por toda a vida. Como artista, Vasari era ao mesmo tempo estudioso e prolífico.
Sua pintura é melhor representada pelos ciclos de afrescos presentes em Palazzo Vecchio, em Florença. Assim como o chamado afresco de 100 dias, que retrata cenas da vida do Papa Paulo III, na Chancelaria de Roma. As pinturas de Vasari eram muitas vezes produzidas com a ajuda de uma equipe de assistentes e, no final do dia de trabalho, ele costumava jantar com seus colaboradores. Entre eles Alessandro Farnese, assim como homens de grande cultura, incluindo Paolo Giovio.
As obras de Vasari são no estilo dos maneiristas da Toscana e têm sido frequentemente criticadas como fáceis, superficiais e sem cor. Estudiosos contemporâneos consideram Vasari melhor como arquiteto do que como pintor.
Seus prédios são todos muito famosos. Mas certamente o mais famoso é o da Galleria degli Uffizi em Florença, iniciada em 1560 para Cosimo I de Médici. Mas também outras construções feitas para a igreja, como o mosteiro e o palácio criados para os Cavaleiros de San Stefano, em Pisa. Esses desenhos mostram a influência de Michelangelo e são exemplos excepcionais do estilo arquitetônico maneirista da Toscana.
Características de pintura
Giorgio Vasari retratava em suas pinturas temas relacionados ao cristianismo. Também usava cores vivas, o que aproximava suas obras da realidade. Ao mesmo tempo valorizava expressões e sentimentos humanos.
A vida de Giorgio Vasari
A fama de Giorgio Vasari é baseada em seu grande livro Vite de 1550. Traduzido como A vida dos mais excelentes arquitetos, pintores e escultores italianos, foi uma obra dedicada a Cosme de Médici. Nele, Vasari critica à arte ocidental através de vários prefácios e uma longa série de biografias de artistas da época. Essas discussões apresentam três períodos de desenvolvimento artístico.
Segundo Vasari, a excelência da arte clássica foi seguida por um declínio na qualidade durante a Idade Média. Que posteriormente foi revertida por um renascimento das artes na Toscana no século 14. Iniciado por Cimabue e Giotto, culminando nos trabalhos de Michelangelo.
Uma segunda edição ampliada do Vite, que adicionou as biografias de vários artistas, bem como a autobiografia de Vasari, agora é muito mais conhecida que a primeira edição e foi amplamente traduzida.
O estilo de escrever de Vasari é anedótico e, portanto, contém muitas histórias da vida cotidiana que são muito legíveis. Quando os fatos eram escassos, no entanto, ele não hesitou em preencher as lacunas com informações de veracidade duvidosa. Até seu preconceito em relação à arte italiana (e mais especificamente da Toscana) é inegável.
Apesar desses defeitos, o trabalho de Vasari em Vite representa o primeiro grande exemplo da historiografia moderna. Desse modo, tornou-se gradualmente cada vez mais importante. O cânone dos artistas renascentistas italianos que ele estabeleceu no livro continua até hoje. E quase se tornou um padrão de qualidade.
Além disso, a trajetória da história da arte que ele apresentou constituiu a base conceitual da cultura renascentista. E continua a influenciar as percepções populares da história da pintura ocidental.
Os anos difíceis de Giorgio Vasari
Os anos calmos de sua estadia em Florença são brutalmente interrompidos pela morte de seu pai, Antonio. A morte de seu pai o leva a um estado de pobreza. Para ganhar algum dinheiro, ele começa a fazer obras de todos os tipos, incluindo retábulos perto de Florença. São anos difíceis que o marcam muito.
Foi nesse período que ele conheceu Rosso Fiorentino, um dos principais expoentes dos chamados “florentinos excêntricos”, os pioneiros do maneirismo na pintura. A maneira de criar de Fiorentino daria um novo impulso a Vasari, que, no entanto, mudará levemente sua arte. Graças a esses trabalhos, Vasari conseguiu estabilizar a renda da família. Ele vivia com a mãe e os irmãos mais novos, e ainda com mais conforto, ele constrói uma casa.
O último período
Agora, no auge da celebridade, Vasari recebeu inúmeras comissões. Dentre elas, destaca-se a realização do Estúdio no Palazzo Vecchio. Local onde Francisco I de Médici pretendia coletar espécimes raros de história natural, assim como artefatos.
Em 1570, ele volta a Roma chamado por Pio V, onde em apenas oito meses pintou três capelas no Vaticano. A Capela de San Michele, San Pietro Martine e Santo Stefano, ao mesmo tempo em que decorava a Sala Regina.
Com a morte do Papa, Giorgio Vasari retorna a Florença, onde, após onze anos de trabalho, conclui a decoração do Salone dei Cinquetcento. Posteriormente ainda ficou incumbido de pintar a abóbada do Brunelleschi ana Dome de Santa Maria del Fiore.
Em 1572 o Cosme de Médici encarregou-o de projetar o Logge di Arezzo e a decoração de afresco da cúpula do Duomo de Florença. Onde, no entanto, apenas um terço dela foi concluída.
Giorgio Vasari morreu em Florença, em 27 de julho de 1574. Embora não seja muito grande, mas muito rica em elementos artísticos que ainda podem ser vistos hoje em dia, sua casa tornou-se um museu em Arezzo. A vila preserva afrescos de acabamento requintado, caracterizados por uma narração leve, relaxada e quase poética.