Grafite urbano

Grafite urbano: entenda a arte e a sua importância

Você já deve ter ouvido pessoas que consideram o grafite urbano e pichação a mesma coisa, mas saiba que isso não é verdade. Inclusive o grafite é uma arte contemporânea que aparece em museus, e mais, existe um museu somente para grafites em Paris. Incrível não é? Acompanhe a história do grafite abaixo para entender mais sobre arte.

O surgimento do grafite urbano

O grafite, essencialmente, surgiu em meados de 1970 na cidade de Nova York, quando jovens começaram a registrar marcas e desenhos nos muros da cidade, mas esse hábito foi crescendo e foram sendo desenvolvidas técnicas e conceitos sobre o desenho e é aí que surge o grafite.

É importante frisar que digo “essencialmente”, pois o ato de fazer desenhos nas ruas é muito antigo, diversas sociedades fizeram isso com intuitos diferentes com o passar do tempo.

Talvez você até possa relacionar o grafite com a pichação em sua criação, mas com certeza atualmente são coisas bem distintas. O grafite é uma arte urbana e pública, uma manifestação de diversos movimentos na época e que continuam ativos até hoje.

A pichação é diferente em alguns aspectos, não apenas nos estéticos. Um exemplo é que enquanto a pichação é feita sem permissão e com intuitos geralmente subversivos, o grafite é feito com permissão e em ambientes artísticos com um conceito por trás.

É verdade que no início e desenvolvimento do grafite não havia critério e diferença entre as duas coisas, mas hoje elas se diferenciam em essência.

Aceitação do grafite como arte

O grafite divide opinião e não é bem visto por muitas pessoas. Mesmo diante das técnicas e conceitos, ainda existem pessoas que consideram poluição visual, justamente por serem feitos em ambientes públicos, mas a verdade é que reduzir o grafite apenas aos museus seria retirar a sua verdadeira essência.

Grafite urbano

O grafite urbano representa algum movimento?

Isso é relativo, mas o grafite não é necessariamente parte de qualquer movimento. Ele surgiu de movimentos, principalmente os relacionados ao hip hop, mas hoje em dia, embora tenha essa conexão, se tornou algo independente e existem tantos artistas e estilos diferentes que é injusto dizer que o grafite pertença à determinado movimento.

Qual a ideologia por trás do grafite urbano?

A palavra ideologia não é muito adequada. O grafite possui, sim, um histórico de resistência e de crítica social, principalmente ao se impor em um espaço público, além de ser usado como expressão em momentos de repressão, mas ele não se limita à isso. Existem artistas que fazem a arte pela arte. São tantos conceitos, ideias e artistas grafitando de maneira diferente que não é tão simples resumir à uma ideologia. Seria o equivalente à perguntar “Qual é a ideologia por trás de pintar?”. Mesmo que o grafite seja uma arte nova, não significa que não tenha sua profundidade e abrangência.

Como o grafite urbano chegou no Brasil

A verdade é que não demorou muito para o grafite ganhar visibilidade nos EUA e outros países e locais começarem a praticar. O grafite chega no Brasil na década de 70 em plena ditadura e é utilizado como expressão e resistência ao governo. Claro que foi taxado de vandalismo e pichação, estigma que perdura até os dias atuais.

Foi São Paulo que começou a praticar a arte. Os artistas eram, em sua maioria, anônimos. Uma característica muito presente no grafite. A intenção geralmente é dar destaque para a arte e não para o artista em si, mas isso não é, de maneira alguma, uma regra.

Mas e a pichação?

Se você não está convencido que a pichação é diferente do grafite, precisa entender que existem algumas diferenças muito evidentes:

  • O grafite é feito com teor estético e técnico, além de com permissão prévia para a produção em vias públicas. É basicamente uma arte contemporânea
  • A pichação é feita sem a permissão e com diferentes intenções, como vandalismo, declarações, assinaturas, além de servir para demarcar território (no caso de gangues)
  • O grafite não se limita às ruas, mas ele já está em galeria artes e com museus únicos para arte urbana
  • A pichação não é reconhecida como arte

Mas porque os dois são tão confundidos? A verdade é que possuem algumas semelhanças, como o teor de crítica social, frases de reflexão e característica pública, urbana que preza pela liberdade, acabam criando a confusão entre os dois, mas grafite conseguiu reconhecimento, enquanto a pichação continua sendo desvalorizada.

Existem as pessoas que consideram a pichação uma arte. É uma ideia que divide opiniões e gera a dúvida sobre até onde vão os limites da arte, e mais, se a pichação pode considerada arte, será que toda arte é válida ou existem as que não são construtivas?

Grafite urbano

Existe algum grafiteiro famoso no Brasil

Existem vários e cada um com seu estilo único. Boa parte deles possuem sua arte expostas em museus, mas o principal e essencial é vê-las nas ruas. Você pode conferir abaixo alguns:

Eduardo Kobra

Provavelmente é o mais famoso e reconhecido. Sua arte mistura o realismo nos traços com um mix de cores que gera um contraste e acaba tornando seus grafites muito chamativos. Fica evidente o nível técnico do grafiteiro em suas obras. O paulista começou sua arte em São Paulo, mas hoje já é renomado e reconhecido mundialmente.

Anarkia Boladona

As mulheres também fazem parte do movimento artístico e não são poucas. Panmela, mais conhecida como Anarkia Boladona é uma artista que pinta mulheres e protesta contra o fim da violência doméstica. Sua arte carioca foi levada para Nova York.

Nina Pandolfo

Outra artista muito renomada no Brasil e no mundo. É comum o grafite ser algo de protesto e com uma imagem forte, mas Nina protesta justamente com o oposto: A delicadeza e fofura em seus murais. Tudo isso feito com uma técnica que não deixa nada a desejar.

Para concluir

Agora você já sabe o que é grafite urbano e a sua história e não corre mais o risco de confundir confundir com a pichação. A arte urbana ganha cada vez mais espaço no meio artístico e a tendência é que faça parte do nosso cotidiano com o passar o tempo.

Leave a Reply