Iole de Freitas

Iole de Freitas: uma grande artista plástica brasileira

Dentre inúmeros artistas plásticos brasileiros conhecidos internacionalmente, Iole de Freitas certamente merece destaque.

A artista Iole de Freitas nasceu na capital Belo Horizonte no ano de 1945. Reconhecida artista plástica, atua no segmento da arte contemporânea. Influente no mundo da arte, iniciou sua carreira na década de 1970, onde participou de coletivos artísticos na cidade de Milão, na Itália.

Naquele tempo teve muita influência e ligação com a Body Art e fotografia. E quando retorna ao Brasil na década de 1980, troca a ideia da arte através do corpo humano, para expressá-la através de esculturas. Os materiais que a artista usa na criação de suas obras são quase que exclusivamente metais. Arames, telas, aço, cobre, pedra e água, são as peças que mais utiliza em suas obras de arte.

Nesse artigo falaremos mais sobre a carreira, obras e influências dessa grande artista brasileira.

Biografia

Nascida em Belo Horizonte em 1945, foi no Rio de Janeiro que começou a dar os primeiros passos no mundo da arte. Cursou Desenho Industrial na Escola Superior de Desenho Industrial, e logo após se formar, mudou-se para Milão. Na Itália trabalhou no Corporate Image Studio da Olivetti, sob a tutela do renomado arquiteto Hans von Klier.

Demonstrando o seu talento, iniciou seus primeiros projetos envoltos a arte plástica. Não demorou muito tempo para que seus trabalhos fossem expostos em galerias.

E assim passou a década de 1970 pela Europa, com exposições em renomadas mostras de arte, dentre elas as Bienais de Paris e de Veneza. A partir do ano de 1973, desenvolveu trabalhos experimentais no campo fotográfico. Com o sucesso, começou a expor suas obras individualmente, ganhando destaque no cenário internacional da arte contemporânea.

A partir desse estágio, passa a retratar o corpo humano como tema central para suas obras. O trabalho de Iole de Freitas remete a técnicas utilizadas na fotografia, assim como no cinema. Foi nesse período que descobriu seu talento através da Body Art e arte pavera, sendo influenciada também pela gravura e escultura.

Iole de Freitas

Volta ao Brasil

Com a chegada dos anos de 1980, diante das influências da arte naquela época, passa a entrar no campo tridimensional de esculturas e obras de arte. Realiza os conhecidos Aramões, utilizando-se de fios, arames, tubos, serras e tecidos em seus projetos. Seu reconhecimento acontece ao receber uma bolsa de pesquisas do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

Sua volta ao Brasil é atrelada a participações da Bienal de São Paulo assim como na Fundação Nacional de Arte do Rio de Janeiro. A partir de sua volta ao Brasil, passa a dar aulas de escultura contemporânea na Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro. Depois também lecionou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Foi nessa época, mais precisamente partir de 1983, até meados de 1994, que seu direcionamento artístico muda. Em resumo, o corpo humano não mais é representado como centralizador dos seus temas. Ela passa então para seu foco ao gesto, onde passa a utilizar fios, telas e arames.

Suas esculturas agora apresentam questões relacionadas a peso e leveza, através de fragmentos e transparência.

Obra e arquitetura

A conexão entre escultura e arquitetura se torna cada vez mais próximas nos trabalhos de Iole de Freitas.

Foi na década de 1990 que passou a projetar grandes esculturas. Várias delas realizadas para praças específicas, como a Capela do Morumbi em São Paulo e o Galpão Ambra, em Belo Horizonte. Tais obras conseguem revelar o diálogo do espaço expositivo que seus elementos arquitetônicos proporcionam. Suas esculturas criadas a partir de 1995 até o ano de 1997, apresentam fluides, e foram projetadas com materiais translúcidos.

No ano de 1999 fixa no Museu do Açude, no Rio de Janeiro, a obra Dora Maar na Piscina. Essa obra, que é uma de suas esculturas mais conhecidas, lhe dá aspectos modernos. Isso ocorre através da utilização de materiais como tubos de aço de inox e policarbonato.

Com formatos mais suntuosos e intensos, a artista passa a compor obras com maior dinamismo ao local onde está estabelecida.

Reinvenção nos anos 2000

A artista segue se reinventando ao longo dos anos, e como resultado, não para de produzir. A partir dos anos 2000, seus trabalhos são mais tensionais e potentes, buscando maior relação com os espaços arquitetônicos dos museus e centros culturais.

A ideia da artista passa a ser o rompimento das barreiras físicas das paredes dos museus onde sua obra está fixada. Busca uma projeção para o exterior dos locais, atingindo até mesmo as fachadas. Nesse cenário, ela busca questionar a territorialização que a arte se situa.

Bem como as inúmeras referências que a artista carrega consigo durante tantos anos, a vanguarda russa é a de maior destaque. A marca que esse movimento deixa em seu trabalho é significativa e notável ao longo de todos esses anos.

Iole de Freitas

Técnicas das obras de Iole de Freitas

Dentre as principais obras que podem ser destacadas na trajetória da artista plástica, destacam-se suas esculturas e técnicas incorporadas em cada uma delas. A obra Aramão 4, criada em 1983 é uma escultura de seu acervo pessoal que utiliza de plástico, cobre, pano e latão.

Essa escultura é formada por sobreposições de panos e telas metálicas. Os elementos geralmente são fixados uns aos outros moldados com sintonia. Ao passo que nenhum elemento em suas obras é magnético.

Crítica à obra de Iole de Freitas

Ademais, suas obras de apresentam um aspecto básico, elas são resultado de elementos que se fazem necessários única e exclusivamente para mantê-las de pé. Tudo que existe em suas obras estão lá para esse motivo. Não há nada que não tenha uma função que funcione estruturalmente.

Em resumo, as ideias de Iole de Freitas excedem os limites de uso de suas ferramentas. Um vergalhão capaz de segurar uma tela no posicionamento desejado, da maneira que foi colocado, não apresenta nada de supérfluo.

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