Extremamente populares, os livros mangá estão presentes até hoje na vida de muitas pessoas, sejam adultos ou crianças. Com imensa variedade de conteúdo, são dotados de personalidade e características que os diferenciam dos outros desenhos. Confira!
O que é o mangá?
De origem japonesa, o mangá iniciou no século VIII d.C., no período Nara. Tudo acontecia em rolos de pinturas japonesas que continham textos e desenhos. Dessa forma, à medida que o desenho era desenrolado, podia-se acompanhar uma história.
Uma das maiores características do mangá, e que o torna muito divertido, é que a sua leitura é feita de trás para frente. Logo, é algo muito diferente dos outros livros em quadrinhos convencionais. Desde quando se tornou altamente popular, as histórias em mangás foram publicadas por algumas editoras na década de 20.
No entanto, a sua fama veio, de fato, somente na década de 40. Nesse período, as pessoas estavam cada dia mais impressionadas com a capacidade dos quadrinhos e a diversão e passatempo que ofereciam àqueles que os liam.
Como resultado da Segunda Guerra Mundial, os mangás tiveram a sua produção interrompida. Todo esse período foi extremamente difícil para muitas pessoas, já que o mangá tornava o dia a dia mais alegre. Logo, com a sua suspensão, passar pela Segunda Guerra sem a continuidade dos quadrinhos, foi algo que não ajudou para que a mentalidade das pessoas tirassem o foco do terrível momento.
Porém, no ano de 1945, houve a retomada da produção desses livros. Assim, a leitura de mangás aumentou em grande escala nesse período, já que após a guerra, foram poucas as opções culturais que restaram.
Osamu Tezuka
Após o ressurgimento dos mangás e o aumento considerável de vendas, surgiu o homem que foi considerado o Walt Disney Japonês. Conhecido pelo nome de Osamu Tezuka, foi o responsável por criar os traços mais marcantes e inconfundíveis dos desenhos mangás: olhos grandes, brilhosos e expressivos.
Além de oferecer a tão forte característica dos mangás, Osamu é considerado por muitos admiradores, como o Deus do Mangá. Quando jovem, ingressou na faculdade de Medicina e viu a arte como uma forma de aliviar a dor por ver tantos pacientes, amigos e colegas morrendo por conta das guerras.
No entanto, com o fim dos bombardeios e a derrota do Japão, eram momentos de imensa pobreza e dificuldade financeira para muitas pessoas. Nessa época, Osamu resolveu enfrentar a fome e se tornar desenhista.
Ignorando todas as dificuldades no caminho, começou a criar histórias com lindas mensagens de otimismo, humanidade e muita fantasia. Com isso, as pessoas começaram a ler histórias positivas e com um toque especial que foi o mangá de Osamu.
Em 1946, surgiu o primeiro mangá best seller do autor e desenhista. Em Shin Takarajima, em Português “A Nova Ilha do Tesouro”, a história consegue mesclar uma série de linguagens de cinema, porém no papel.
Além disso, grande parte do sucesso de Osamu é por conta de sua incrível força de vontade. O artista mal parava para se alimentar, de modo a não desperdiçar nenhum tempo de trabalho. No ano de 1984, chegou ao Brasil para oferecer uma exposição exclusiva e dar aula de mangá para os associados da Abrademi.
Características do mangá
Diferente das comics ocidentais, o mangá possui algumas características que o diferencia. Tais características, mais tarde foram copiadas por diversas histórias em quadrinhos ocidentais. Uma delas é a representação gráfica, que conta com os ótimos ideogramas japoneses.
Além disso, nos ideogramas é possível encontrar:
- Som;
- Ideias explícitas.
Em relação aos sons, os famosos POW, CRASH e KABUM são os mais conhecidos. Além disso, os mangás são produzidos somente em preto e branco, fazendo com que sejam acessíveis a todas as pessoas, já que a tinta utilizada os tornam muito mais baratos.
A intenção disso tudo, é que todos os públicos tenham acesso ao mangá e saibam interpretá-lo e se divertir da melhor maneira possível.
Principais tipos
Assim como os filmes, séries e livros, o mangá também possui gêneros que podem se adequar melhor àquilo que o leitor deseja. Os mais conhecidos, são:
- Shounen;
- Shoujo;
- Seijin.
No gênero Shounen, é possível encontrar uma série de guerreiros fortes e mágicos. Exemplos de desenhos derivados desse modelo de mangá, são “Os Cavaleiros do Zodíaco”, “Yu-Gi-oh”, “Naruto” e “One Piece”. Dessa forma, a categoria ganhou muita força ao redor do mundo e entre o público otaku.
Outro tipo de mangá muito popular, é o Shoujo. No Shoujo, o conteúdo é voltado para meninas, sendo confeccionados com traços leves, cores vivas e claras e uma arte menos poluída do que no outro tipo, o Shounen.
Já no Seijin, as histórias presentes são todas voltadas para o público adulto, mas com temáticas diferentes, como terror, suspense, comédia, etc. No ocidente, esse tipo de mangá se espalhou como Hentai e é conhecido por esse nome até os dias de hoje. Nele, encontram-se conteúdos de cunho adulto e por isso as vendas somente são feitas para maiores de 18 anos.
Diferença entre anime e mangá
Uma forma de diferenciar ambos e não cometer erros e gafes, já que os fãs levam muito a sério a definição de ambos, basta lembrar que anime é uma obra animada apresentada na TV, cinema, sites, etc.
Ou seja, enquanto o mangá é caracterizado por ser uma história em quadrinhos que é, geralmente, publicada em revistas, jornais ou livros, o anime está diretamente ligado às animações.
De forma geral, ambos apresentam muitas semelhanças entre si, já que possuem estilo visual diferente dos desenhos ocidentais. No entanto, os mangás são, também, preto e branco, enquanto os animes são coloridos.
Além disso, é importante frisar que é muito raro um mangá virar série de TV, já que muitos autores gostam de manter a originalidade e tradição em relação ao desenho. Dessa forma, nem sempre os animes são inspirados ou baseados em mangás.
Isso significa que, mesmo com as semelhanças, o anime é um produto feito especialmente para televisão, geralmente transmitido em forma de série com muitos episódios e temporadas. Hoje em dia, o que mais vemos são os animes.
No entanto, o mangá ainda é extremamente popular e algumas edições são raras e considerados itens de colecionadores.