Arte jamaicana: características e história

A Jamaica é uma ilha conhecida pelas belas paisagens e rica cultura. Entretanto, quanto você já ouviu falar sobre a arte jamaicana por aí?

Por mais que a Jamaica seja um ponto turístico conhecido e importante, não é comum encontrar exposições ou materiais midiáticos que falam mais sobre a arte local.

Entretanto, neste artigo, você vai conhecer a história por trás da arte jamaicana, além de desvendar as principais características que tornam as obras da Jamaica tão belas e únicas!

História da arte jamaicana

De acordo com uma exposição realizada no BID em 1997, a história da arte jamaicana pode ser marcada por três períodos principais.

O primeiro abrange a era colonial, em que a arte era, principalmente, inspirada pela cultura inglesa. O estilo barroco, por exemplo, fazia sucesso entre os artistas da época.

Já o segundo período é iniciado em 1922 e segue até 1929, marcando a chegada da famosa escultora Edna Manley. A artista chegou do Reino Unido e transformou completamente sua arte, passando a retratar a cultura jamaicana em suas obras, com a intenção de valorizar a história do país.

Por fim, o terceiro período ocorre entre 1962 e 1972, marcando um momento de independência para o país. Com isso, as raízes africanas e o ressurgimento do movimento rastafári ganham forças.

Música jamaicana

Quando se fala sobre música jamaicana, já se pensa imediatamente no reggae icônico de Bob Marley. Entretanto, o repertório é muito maior do que você imagina!

Considerado como o primeiro gênero musical jamaicano, o mento nasceu nos anos 50 e foi uma das principais referências para o nascimento do reggae e do ska.

Já o ska acabou reunindo elementos da música jamaicana com o estilo americano conhecido como jazz, resultando em um ritmo dançante e contagiante.

Por fim, surgiu também o rocksteady, estilo que contava com um ritmo mais lento que o ska, mas com letras fortes sobre a realidade social e política do país.

Dança jamaicana

Atualmente, um estilo de dança jamaicana conhecido mundialmente é o dancehall. Basicamente, a dança mistura elementos do hip hop com o estilo próprio dos dançarinos, ao som de músicas que unem o reggae e a eletrônica.

Entretanto, além do dancehall, existem outras danças jamaicanas que marcaram a história. As danças crioulas, por exemplo, uniam os passos das danças típicas africanas com a cultura inglesa.

O mento, estilo musical que mencionamos anteriormente, é dançado como se fosse uma espécie de quadrilha, unindo casais com passos únicos e totalmente ligados à cultura do país.

Literatura jamaicana

A vasta diversidade de escritores e estilos de escrita na literatura jamaicana mostram como o país deve ser considerado como uma grande presença no hall de entrada da arte mundial.

A maioria dos autores traz uma visão única sobre a vivência no país, as particularidades da cultura e, principalmente, como se relacionam com a visão do resto do mundo sobre a Jamaica.

O poeta Claude McKay, por exemplo, era jamaicano-americano e escreveu seu primeiro livro de poesias em seu dialeto nativo. A obra foi nomeada como “Músicas da Jamaica” e foi publicada em 1912.

Um grande nome da literatura jamaicana é o romancista Andrew Salkey. Além de lançar seus próprios trabalhos, o escritor promovia outros jovens escritores e marcou seu lugar na história do país ao dividir o holofote.

Artistas jamaicanos que você precisa conhecer!

Depois de mergulhar nos estilos e variedades da arte jamaicana, chegou o momento de conhecer alguns nomes que marcaram a história do país e podem se transformar em referência para sua própria visão artística.

Conheça 5 grandes representantes da arte jamaicana!

John Dunkley

John Dunkley nasceu em 1891 e se tornou um dos grandes nomes da arte jamaicana. Pintor e escultor autodidata, o artista trazia referências políticas e sociais em sua obra, sempre mostrando a sua visão sobre o mundo.

Ele fazia parte de um grupo de artistas nomeado como The Intuitives que, traduzido para o português, representa “Os Intuitivos”. O trabalho dos artistas tinha tons mais obscuros, tanto na parte visual como nas inspirações e mensagens por trás das obras.

Carl Abrahams

Nascido 1913, o pintor Carl Abrahams começou a desenhar designs automobilísticos, seguindo o exemplo do pai. Entretanto, com o tempo, passou a se encantar com temas espirituais e místicos, trazendo um olhar diferente às suas obras.

Por mais que trabalhasse com elementos clássicos da cultura jamaicana, a arte de Abrahams também era, e ainda é, extremamente moderna. Com isso, sua carreira segue uma das mais importantes entre a arte da ilha.

David Pottinger

David Jack Pottinger foi um pintor autodidata conhecido por desenhar os mais belos cenários da Jamaica, principalmente a área de Kingston.

Ele frequentou aulas da artista Edna Manley em Kingston e, com isso, começou a moldar o seu próprio olhar artístico sobre as belezas que via no país.

Sylvia Wynter

A dramaturga, romancista e escritora Sylvia Wynter é um dos grandes nomes da literatura jamaicana, além de ser conhecida no meio acadêmico por suas críticas.

Em suas obras, Sylvia buscava regatar e celebrar as tradições indígenas da ilha, principalmente na época anticolonial, em que a população se reconectava com as raízes da Jamaica.

Cecil Baugh

Escultor, Cecil marcou seu nome na arte jamaicana ao fundar o departamento de cerâmica na faculdade de arte Edna Manley, em Kingston.

Os pais de Cecil eram fazendeiros e, neste ambiente, o artista começou a esculpir jarras e potes para a família, até que transformou suas peças em arte.

Michael ‘Freestylee’ Thompson

O designer gráfico Michael Thompson atraiu os olhares dos amantes da arte ao resgatar elementos da cultura rastafári por meio de quadros simples e carregados com mensagens fortes.

A arte de Michael está sempre ligada a sua opinião política e sua visão sobre problemas sociais da Jamaica e do mundo.

Jimmy Cliff

Jimmy foi um dos músicos pioneiros do gênero ska, se tornando um dos principais nomes do estilo musical que nasceu na Jamaica.

Quando tinha apenas 14 anos de idade, Jimmy Cliff já era apaixonado pela música se mudou para Kingston para desenvolver seu talento e tentar viver da música. É possível afirmar que ele conseguiu realizar seu sonho e ainda marcar a história da arte jamaicana.

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