O que a arte e a política têm em comum?

Parecem temas distintos… Mas, neste artigo, vamos abordar o que a arte e a política têm em comum.

Para isso, podemos partir do princípio de que toda forma de arte é a mais pura expressão cultural, assim como suas decorrentes motivações são exprimir a cultura, necessidade e liberdade de uma nação.

Dessa forma, ao mesmo tempo em que expressam a beleza de cada época, é totalmente aceitável que a utilização da estética ainda sirva para traduzir valores políticos.

Apenas no caso desta introdução, já temos um conceito com fortes indícios de que o que a arte e a política têm em comum vão muito além das possibilidades.

A arte engajada

Ainda precisamos ressaltar que uma concepção com essa definição de arte engajada, assim como sua função social, parece ser algo com origens mais remotas.

E é exatamente isso o que ocorre ao se analisar as raízes de o que a arte e a política têm em comum.

A arte engajada surgiu dentro de contextos históricos político-sociais conturbados, nas entrelinhas dos regimes ditatoriais e demais revoluções.

Em linhas gerais, a relação entre o que a arte e a política têm em comum está baseada na liberdade de expressão.

Ela é a tensão entre uma obra de arte e a busca pela sonhada beleza atemporal, fazendo de cada artista à sua época o grande elo entre estética e engajamento.

Mas tudo isso não chegou a florescer antes do século XIX…

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Influências e os reflexos sociais

O que vemos pela linha do tempo é que, ao longo da história da humanidade, política e arte sempre caminharam de mãos dadas, por dependência ou conveniência.

Desde os períodos mais antigos, as formas de arte já retratavam os modelos de construção da sua formação, assim como acontece na atualidade.

Desde suas inquietações presentes no nosso dia-a-dia, o objetivo é provocar uma reflexão através de diferentes formas de linguagem.

Dentro da arte ocidental, vários artistas tiveram patrocínio da Igreja e de nobres para que registros imortalizassem seus hábitos e costumes.

Em alguns casos, o artista sentia-se coagido por ter que usar sua habilidade para ilustrar meias verdades e até fatos inverídicos.

Mesmo assim, cada obra de arte ganhou o poder de nos apresentar uma verdade misturada a interesses institucionais e políticos dos que patrocinavam o trabalho dos artistas.

Essa forma de comunicação com o público até foi motivo do enfraquecimento religioso após a Reforma Protestante, ainda no século XVII.

É bom lembrar que nesse mesmo tempo tinha início a Contrarreforma.

A arte e a consciência política

Mesmo com as mudanças inevitáveis da arte ao longo do tempo, ainda é fácil perceber certos traços que tiveram origem no século XIX.

Um exemplo desses traços é a criação (e uso até os dias de hoje) de charges políticas.

Com esse recurso que demonstra bem o que a arte e a política têm em comum, começamos a notar melhor como podemos nos expressar e nos posicionar politicamente. Além, claro, de ter total consciência dela.

Através dos primeiros chargistas da história, pudemos evidenciar por meio de ilustrações e textos como se fazia crítica e a defesa desse ou daquele sistema político em vigor.

Indiferente a experiências ideais partidaristas, a verdade é que essa arte foi ficando muito popular.

Isso porque, além de estar presente em jornais e apresentar uma linha bem-humorada, o fácil acesso apresenta uma politização mais incisa no acesso às notícias do cotidiano para toda a sociedade.

A política e as formas de arte

Entre as formas que revelam o que a arte e a política têm em comum, são vários os exemplos de manifestação artística.

Eles podem traduzir tanto as situações do cotidiano quanto as relações de dominação e poder através da doutrinação por ideologias e organizações políticas. Exemplos:

  • Música;
  • Cinema;
  • Literatura;
  • Teatro.

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Formas que unem arte e política

A arte sempre servirá como uma importante ferramenta para o nosso melhor entendimento sobre os aspectos políticos.

Afinal, temos sempre muito a aprender quando temos uma diversidade de formas de arte que podem transformar nossa visão de sociedade.

Para nos manter dispostos a crescer como nação, é preciso saber a quantidade e qualidade de conhecimento que suas linguagens podem nos apresentar.

Para saber mais sobre o que a arte e a política têm em comum, vamos falar um pouco sobre as principais.

A política na música

Nessa área da arte, podemos mencionar que o movimento tropicalista, entre demais estilos, utilizou a música como uma forma genuína de protesto. Nessa época, os autores tinham queriam expor seus pensamentos sobre a Ditadura Militar em plena década de 1970.

A política no cinema

Nas telonas, também fica impossível dissociar o que a arte e a política têm em comum. Afinal, como poderíamos esquecer os filmes produzidos e dirigidos por Charlie Chaplin?

Entre seus grandes clássicos, estão os filmes “O grande ditador” e “Tempos modernos”.

Essas obras comprovam que o cinema, como expressão artística, também é uma ferramenta vital para poder se retratar a realidade político-social, além das transformações e mudanças ocorridas na sociedade.

A política na literatura

Nas entrelinhas da nossa literatura, são vários os autores que comprovam o que a arte e a política têm em comum. Vários foram os movimentos artísticos a expressar nossa realidade política e social.

Seja em linguagem cômica, outras vezes sofrida ou preferencialmente irônica, nossos grandes autores inspiram-se nos fatos reais da vida em sociedade e as expressam em obras ricas em reflexões políticas e cotidiano social.

Confira mais sobre o que a arte e a política têm em comum nas obras que destacamos abaixo:

  • O Tempo e o vento, de Érico Veríssimo;
  • O bem-amado, de Dias Gomes;
  • Vidas secas, de Graciliano Ramos;
  • Os sertões, de Euclides da Cunha;
  • Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.

A política no teatro

Como um exemplo de como o teatro foi instrumento de arte e política, destacamos as peças do diretor teatral brasileiro Augusto Boal.

Com a inauguração do Teatro do Oprimido, ele roteirizou e explorou o uso das mazelas e problemas políticos e sociais em obras políticas e estéticas, visando reações coletivas.

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