Classicismo: contexto histórico, características e exemplos

Quem já estudou a história da arte sabe que a era Clássica é também o classicismo, que por sua vez ainda é conhecido como Quinhetismo. Trata-se da época literária que teve início juntamente do Renascentismo, no século XV, durante os movimentos artísticos, com predominação na cultura clássica, no espaço medieval.

Isso acabou sendo um grande marco na história, uma vez que trata-se do fim da Idade Média com seus fatores políticos, sociais, culturais políticos e econômicos com marcos entre os séculos XVI e XVIII.

Também foi nessa mesma época que houve o fim do regime do feudo, as grandes navegações, surgimento da imprensa que ajudou na divulgação da obra, a reforma protestante e até o crescimento do capitalismo.

Nesse período o homem era o centro de tudo e não mais Deus, sendo o pensamento que deu início ao momento clássico. Com isso o mundo real vem a ser reproduzido, mas com molde no que é considerado ideal.

Nesse pensamento é necessário que tudo esteja em harmonia, refletindo lógica, ordem, simetria, equilíbrio, objetividade, contenção, decoro e refinamento. Na época o que vinha predominando era a razão e não a emoção.

O que torna o classicismo diferente da antiguidade são suas adaptações aos problemas reais dos novos tempos.

Também é importante ressaltar de antemão que os gregos foram os primeiros classicistas, seguido dos franceses, romanos, ingleses e outros que abraçaram o movimento.

No classicismo os grandes destaques são a mitologia, a poesia, os autores, o bucolismo e a exaltação da vida no campo. Na sequência apresentamos os detalhes fundamentais sobre essa importante era da história.

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Características do classicismo

Nesse movimento uma das coisas que se fazia sempre presente é o racionalismo, tendo a razão predominado, com todos deixando o sentimento de lado no momento de se expressarem.

Nesse período o homem passa a ter preocupação com si próprio, deixando de se preocupar com o que a igreja prega, mas a religiosidade não desaparece por completo.

O que ocorre é que o homem passa a dar valor à sua própria capacidade de produzir, cultivar e conquistar, além é claro, da valorização da vida. Nesse caso o que valia era preocupação com as verdades universais, ou seja, apenas o que é privilegiado e de interesse universal.

Dentre os assuntos mais importantes estava a perfeição formal, sendo as correções gramaticais, rimas e métrica.

Outra grande característica do estilo é o fato de ter presente a mitologia grega, uma vez que os gregos se tornaram os primeiros na adesão ao movimento.

Sendo assim, podemos afirmar que as principais características do movimento do classicismo são:

  • Antropocentrismo;
  • Antiguidade clássica;
  • Humanismo;
  • Racionalismo;
  • Universalismo;
  • Cientificismo;
  • Objetividade;
  • Paganismo;
  • Equilíbrio;
  • Rigor formal;
  • Harmonia;
  • Ideal platônico;
  • Ideal de beleza; e
  • Mitologia sentido greco-romana.

O classicismo em solo português

Falando de Portugal, o classicismo tratou-se na prática de uma era literária no século XVI (precisamente de 1537 a 1580). Esse foi um marco inicial no que diz respeito ao movimento, sendo evidenciado por Francisco Sá de Miranda, poeta que chegava ao país.

Foi nesse país que ele teve inspiração no humanismo italiano, criando um novo modelo de poesia em o “dolce stil nuevo”. O modelo novo teve como base a forma fixa do soneto, sendo dois quartetos e dois tercetos na oitava rima e versos decassílabos.

Vale destacar que não foi apenas Sá de Miranda que se destacou como escritor português classicista, houveram também destaques como:

  • António Ferreira (1528-1569), com a emblemática tragédia “A Castro” (1587); e
  • Bernardim Ribeiro (1482-1552), com a icônica novela “Menina e Moça” (1554).

Mas, foi depois do ícone Luís de Camões, que foi certamente um dos mais emblemáticos nomes da poesia portuguesa e da literatura universal, que houve notoriedade na literatura do país. Isso veio com sua criação “Os Lusíadas” (1572), sendo esta uma epopeia classicista que acaba narrando a trajetória de Vasco da Gama às Índias.

Tal obra foi criada em dez cantos, possuindo 8816 versos no total, sendo decassílabos em oitava rima, alocados em 1120 estrofes.

No fim das contas, o Classicismo em terras portuguesas se fez presente até 1580, que foi quando Camões morreu.

As obras

Durante o Classicismo ficaram em evidência a presença de adjetivos como a perfeição estética e a pureza. Nesse caminho, Luíz Vaz de Camões se tornou um dos grande nomes entre os autores não apenas no Classicismo, mas também em literatura universal.

Conforme já destacado, Bernardim Ribeiro e Antonio Ferreira foram ao lado de Sá de Miranda alguns dos bons autores do Classicismo, mas nenhum conseguiu ganhar o mesmo destaque que o histórico Camões.

Vale dizer, porém, que no classicismo também surgiram como destaque alguns escritores humanistas italianos. A lista inclui:

  • Dante Alighieri 1265-1321), com uma de suas obras mais populares “A Divina Comédia” (1555);
  • Giovanni Boccacio (1313-1375), e a criação Magma emblemática, “Decamerão” (1348 e 1353); e
  • Francesco Petrarca (1304-1374), criador do soneto e idealizador do humanismo.

Classicismo no Brasil

Diretamente da Espanha e Itália, surgiu o estilo haydniano para a América Latina. Com isso acabou se formando um grupo de compositores com música sacra em estilo vienense.

No Brasil, até a ocasião só se conhecia a figura do Pe. José Maurício. Mas o conhecimento da música brasileira veio durante os últimos anos ampliado as pesquisas dos musicólogos Francisco Curt Lange, em Ouro Preto, seguido pelas descobertas da regente de coro Cléofe Person de Matos, em Diamantina.

Hoje em dia sabemos, que no fim do século XVIII e início do século XIX crescia em cidades mineiras grandes compositores criando músicas contemporâneas da poesia dos inconfidentes e da arte de Aleijadinho.

Nessa época os nomes que vieram à tona foram os de Inácio Pereira Neves, Francisco Gomes da Rocha, Marcos Coelho Neto e José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, sendo todos eles compositores de música sacra.

Analisando as contemporâneas artes de Minas Gerais, é possível dizer que são música barroca mineira. Essa tendência foi uma espécie de resposta brasileira ao movimento classicismo outrora difundido mundo afora e em especial na Europa conforme já mencionado.

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