Eliseu Visconti

Eliseu Visconti e sua importância para o impressionismo

No decorrer do cenário artístico brasileiro, Eliseu Visconti surgiu com a intenção de romper com tendências e criar uma arte própria, caracterizando uma grande contribuição para o impressionismo tanto em relação a temáticas quanto a técnicas.

Consequentemente seu trabalho também resultou num avanço para a identidade artística brasileira que era bastante carente e abriu caminhos para novos artistas irem ainda mais longe.

Se você está interessado em conhecer mais sobre a história desse pintor, sua importância para o impressionismo e para a arte brasileira, continue lendo esse conteúdo!

Quem foi Eliseu Visconti?

Essencial para a identidade da arte brasileira, Eliseu Visconti foi um pintor, desenhista e designer ítalo-brasileiro que viveu entre os séculos XIX e XX. Ele foi o responsável por abrir espaço para as vanguardas europeias serem apropriadas pelos artistas brasileiros ao colocar uma identidade muito própria em suas obras impressionistas.

Julgado como alguns críticos da arte como o artista que inaugurou a pintura brasileira, ele nasceu na Itália e se mudou para o Brasil muito novo com sua irmã. Aqui, passou a morar na fazenda do barão de Guararema na cidade de Além Paraíba, em Minas Gerais.

Foi graças a Dona Maria de Jesus, a baronesa, que ele pôde estudar no Rio de Janeiro e ser introduzido ao mundo das artes.

Eliseu Visconti

Sua trajetória

Apesar de seu início frustrado na música, Eliseu Visconti ingressa no Liceu de Artes e Ofícios em 1883, onde passa a aprender mais sobre seus interesses. Dois anos depois, ele se matricula na Academia Imperial de Belas Artes e começa a estudar com grandes professores. Entre eles, podemos destacar: Victor Meirelles, Rodolfo Amoedo, José Maria de Medeiros, Zeferino da Costa e Henrique Bernardelli.

No entanto, já em 1890 o artista começa a mostrar sua inquietude e se junta a um grupo de professores e alunos que, insatisfeitos com as normas de ensino da Academia imperial de Belas Artes, fundam o “Ateliê Livre” para desenvolver-se na arte de uma foma mais própria. Só depois de aprovadas as reformas do Governo Republicano, Eliseu Visconti volta para a Academia, que havia então se transformado em Escola Nacional de Belas Artes.

Nesse cenário, em 1892 ele participa de um concurso e ganha uma viagem ao exterior, concedida pela República. Com destino a Paris, ele ingressa na École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts e estuda arte decorativa com um dos artistas expoentes em art nouveau. Além disso, ele viaja para Madrid e reproduz peças de outros artistas com a intenção de adquirir técnicas de iluminação que seriam uma grande característica de seu trabalho.

Formação de sua identidade

Enquanto estudava na Europa, Eliseu Visconti conseguiu expor consecutivamente suas obras em salões de arte da capital francesa e em 1900 acabou ganhando medalha de prata da Exposição Universal de Paris. As telas Oréadas e Gioventú, premiadas nesse evento, são até hoje as pinturas mais referenciadas deste artista.

Durante seu período de estudos na França, Visconti adquiriu e aperfeiçoou diversas novas técnicas e as aplicou em vários trabalhos. Com isso, ele modifica sua pintura, tanto em relação aos temas abordados nas telas, quanto na composição dessas imagens, aplicando ferramentas do impressionismo e conhecimentos de simbolismo e art nouveau.

No entanto, ele iria trabalhar essas novas possibilidades de forma bastante característica, incrementando sua vivência e seu aprendizado brasileiro e francês na criação de suas peças. Dessa forma, o artista desenvolveu uma identidade estética bastante marcante que mais tarde seria considerada como a própria inauguração da pintura brasileira.

Movimentos artísticos Brasileiros

Mas como pode-se dizer que a influência brasileira fez tanto diferencial? De modo geral, a arte produzida no Brasil era tão dependente do que acontecia na Europa que mal podemos dizer que nós tínhamos uma identidade.

Porém, no final do século XIX e começo do XX, o cenário artístico brasileiro começava a se movimentar e tomar atitudes bastante inovadoras, que iriam na verdade fazer o caminho inverso e influenciar a arte estrangeira.

Isso se deu porque o contexto social, econômico e político em que o país se encontrava não dava mais espaço para ser ignorado e passou a ser impossível para os artistas brasileiros manter uma temática indiferente. Então, começaram a retratar a realidade do mundo conforme ela era, e não apenas sua melhor parte.

Durante esse primeiro período, apesar do conservadorismo em relação às técnicas, houve obras que problematizavam a realidade social e cultural do país e abriam espaço para maiores inovações seguintes. A esse movimento deu-se no nome de pré-modernismo.

Esse é um dos fatores que fizeram Eliseu Visconti se destacar tanto entre os outros artistas franceses e o permitiu contribuir de forma tão significativa para o impressionismo. Agora, saiba um pouco mais sobre o próprio impressionismo para conhecer melhor as obras do pintor.

Eliseu Visconti

Impressionismo

A arte impressionista é um movimento que nasceu na França por volta de 1870 quando um grupo de jovens artistas queria romper com o academicismo da época e criar uma arte sem preconceito e que se preocupasse com o presente. É chamado dessa forma pois descreve uma impressão que deve ser valorizada e sentida.

Para isso, o impressionismo utiliza cores mais voltadas à realidade e valoriza a iluminação da cena. As pinceladas aqui não são misturadas entre si, mas, sim, traçadas e deixadas para o olhar compor a harmonização, como no pontilhismo.

Impressionismo de Eliseu Visconti

Após ter contato com tudo isso na Europa, Eliseu Visconti aplicou toda sua identidade em cima desse movimento. Assim, desenvolveu uma estética única que representa como ninguém a versão brasileira de um impressionismo.

Segundo autores, ele foi capaz de absorver o clima tropical, as cores e a luminosidade brasileira em suas obras e criar não só um impressionismo próprio, mas de fato inaugurar a pintura do país. Ele foi um marco divisório da nossa estética que antes era amplamente dependente da academia Europeia, e então passou a ter muito mais a nossa cara.

E aí, aprendeu um pouco mais sobre o impressionismo e a pintura brasileira? Não deixe de compartilhar e avaliar nossos textos.

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