Hieronymus Bosch

Hieronymus Bosch, pintor holandês: Vida e obra

Você já ouviu falar em Hieronymus Bosch? Esse foi o pseudônimo que Jeroen van Aken utilizou para assinar suas pinturas e gravuras durante os séculos XV e XVI.

Um pintor que serviu e ainda serve de influência para inúmeros artistas, considerado à frente de seu tempo, retratando criaturas, monstros que misturavam fantasia e religião e que fazem os olhos de qualquer apreciador brilharem também até os dias de hoje.

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O início da vida

De nome original Jeroen van Aken, também chamado de Jheronimus, Bosch nasceu na cidade de Hertogenbosch, no ano de 1450. Filho de um pai pintor, ele se inspirou e foi influenciado pelo pai para que também seguisse na profissão. Seus primeiros contatos com a arte, inclusive, foram na oficina de seu pai.

Bosch nasceu em uma família abastada e bastante próxima ao poder religioso dos Países Baixos, o que também ajudou a impulsionar sua carreira, assim como a de seu pai e de outros familiares que realizam trabalhos para a Igreja.

É importante ressaltar que Bosch viveu em uma época de transição entre a idade média e o renascimento, ou seja, um período em que muitas ideias estavam sendo colocadas sobre a mesa na Europa. Na Holanda, especificamente, a arte com forte influência católica era muito forte e Hieronymus Bosch é um retrato disso.

Hieronymus Bosch

A entrada no mundo das artes

Em 1478, Bosch se casa com uma jovem também rica da cidade de Oirschot, Aleyt Goijaert van den Mervenne. Sua esposa deu-lhe todo o apoio para que ele pudesse avançar em sua carreira, além de também fornecer alguns importantes contatos para trabalhos realizados.

No ano de 1504, o rei da Borgonha, Filipe, o Belo, encomendou a Hieronymus Bosch um altar que representasse o juízo final, com uma retratação do céu e do inferno. Os rumores que o apocalipse estava se aproximando foram particularmente fortes no início do século XVI e, por isso, essa temática havia se tornado popular.

De qualquer forma, essa pintura foi importante para que diversas outras encomendas fossem feitas, o que ajudou a criar a identidade de Bosch como o primeiro artista fantástico, no sentido de retratação de um mundo de fantasia.

Acredita-se que Bosch nunca tenha saído de sua terra natal, apesar de existirem muitas pinturas suas na Espanha hoje em dia. Esse fato pode ser explicado por conta da fascinação que o rei Filipe II tinha por suas obras, as colecionando durante boa parte de sua vida.

Até mesmo por causa da época e localidade em que viveu, sabe-se muito pouco sobre a biografia de Hieronymus Bosch, já que ele não deixou nenhum registro pessoal. Todavia, sabe-se que ele faleceu em 9 de agosto de 1516, em sua cidade natal. Sabe-se também que sua esposa ficou com ele até o fim da vida e que o casal não teve filhos.

A obra de Bosch

No geral, as obras de Hieronymus Bosch são consideradas bastante autênticas e originais e possuem clara inspiração religiosa, não só por causa da época, mas também por conta da ligação de sua família com esse poder ainda dominante na região. Ainda assim, a forma com ele realizava seus trabalhos já se distanciava do tipo de arte que era mais comum naquela época e lugar, principalmente no que diz respeito às retratações do imaginário.

O seu trabalho trata de temas muito comuns na arte da Idade Média, como o pecado e a tentação e o próprio medo da morte, mas de uma forma mais satírica e fantasiosa, que pode ser explicada com a libertação de costumes que o homem estava vivendo naquela época.

A verdade é que todos esses monstros, paisagens incomuns e criaturas que misturavam a religião e a imaginação, serviram de base para a obra de diversos pintores. Inclusive, é do trabalho de Bosch uma das principais influências para o surgimento do surrealismo.

Há quem diga que Bosch tenha participado de seitas que se dedicavam às ciências ocultas, o que alimentou seu conhecimento sobre o que pintava e que supostamente o fez ser perseguido pela inquisição.

Hieronymus Bosch

Principais obras

Apesar de não ser possível saber a cronologia exata de seu trabalho, as obras de Bosch já foram muito estudadas e analisadas, o que nos ajuda a entender não apenas o seu tempo, mas também como ele retratava o mundo ao seu redor. Por isso, vamos falar brevemente sobre algumas das obras mais importantes de Hieronymus Bosch.

O carro de feno – O carro de feno é uma das maiores obras do pintor, que passa uma mensagem de não cometer pecados. Trata-se de um tríptico, ou seja, uma tela dividida em três partes e que, nas três, retrata os pecados e suas consequências, desde a expulsão de Adão e Eva do paraíso até o inferno e o próprio diabo.

A tentação de Santo Antão – Nesse quadro, o pintor retrata o santo sendo perseguido por diversas tentações, representadas por demônios e criaturas maléficas, mas indo de caminho à sua religiosidade.

O jardim das delícias terrenas – Também uma das maiores obras de Bosch e também um tríptico. O jardim das delícias terrenas é uma obra bastante complexa, que representa o paraíso, o caos da terra e o sofrimento do inferno. Essa última parte, inclusive, parece ter saído de um sonho, cheia de criaturas disformes e de imagens lúdicas, detalhes que enriquecem ainda mais a obra.

Considerações finais

O período de transição entre a Idade Média e o Renascimento foi um momento onde a humanidade se reinventou para realizar diversos avanços na sociedade, na ciência e também na arte. E já que todo artista é também um retrato de sua época, podemos afirmar que as obras de Hieronymus Bosch são também um reflexo do que a Holanda dos séculos XV e XVI estava vivendo.

O autor é considerado à frente de seu tempo por experimentar e trabalhar com o imaginário de uma forma ainda não conhecida, mas essa base foi de extrema importância para o que viria mais tarde. Como bem dissemos, sua obra continua sendo influência para muitos.

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