Arte simbolista: entenda tudo sobre o movimento

Talvez sua única referência de arte simbolista seja o poeta brasileiro Cruz e Sousa, um dos maiores representantes do Simbolismo no Brasil.

É provável que o motivo de ter registrado essa informação é o fato de Sousa ser negro. Obter destaque em um campo artístico no Brasil, no século XIX, sendo negro, é algo notável e raro, devido às circunstâncias nada favoráveis a esse segmento do extrato social à época.

Mas a arte simbolista não se restringe somente a literatura, já que se estende a outras manifestações artísticas, como pintura e escultura, e com certeza não teve repercussão apenas na terra onde a pauta política do dia pode se resumir à cor da roupa que meninos e meninas devem usar.

Não. A arte simbolista surgiu na França e não demorou muito para se espalhar pela Europa e influenciar movimentos posteriores como o Modernismo.

Contudo, quais são as principais características da arte simbolista, quem foram os precursores e em qual contexto histórico emergiu?

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Essas são algumas perguntas que pretendemos responder neste post.

Se é de seu interesse saber mais sobre arte simbolista, continue atento na leitura.

A proposta da arte simbolista

O Simbolismo surge como um contraponto ao Naturalismo/Realismo, que se pautavam por elementos racionais e puramente objetivos da realidade para a elaboração de suas obras.

A arte simbolista segue por caminho diametralmente oposto, rejeita a racionalidade como componente crucial no fazer artístico, prega o desapego com o materialismo e maior atenção a espiritualidade, com o sondar do insondável, de buscar uma jornada individual subjetivista.

Grosso modo, é possível definir a arte simbolista como um movimento que se ampara nas percepções, imaginação e entendimento do artista para a criação de suas obras em detrimento da observação e descrição do mundo. É a tentativa de se mostrar uma realidade oculta.

Como o campo subjetivo lida com aspectos intangíveis, isto é, que não são palpáveis, não podem ser tocados, os trabalhos dos artistas ganham valor simbólico para representar determinado sentimento, percepção.

Na prática

Pensando em termos de execução, como essa premissa de se explorar o lado oculto, intocável da realidade, que flerta com aspectos espirituais, acaba sendo traduzido, transposto na arte simbolista?

Na poesia, por exemplo, o simbolismo encontra maior ressonância por lidar com menos entraves para se abordar questões nas quais não se tem referência na realidade concreta ou que não estão presentes a vista de todos, considerando que se utilizar de meio que se comunica pela construção de sentido, significado, é menos penoso e mais abrangente dos que os se utilizam de recursos visuais.

Na prática, ou melhor, em termos de poesia, são perceptíveis as seguintes características:

  • Uso de figuras de linguagem;
  • Temas sombrios e misteriosos;
  • Espiritualismo;
  • Fantasia;
  • Musicalidade;
  • Individualismo;
  • Subjetivismo;
  • Contrariedade ao racionalismo e naturalismo;
  • Por vezes linguagem imprecisa, vaga.

Na pintura, a influência da arte simbolista nota-se ao se observar os seguintes aspectos (informa-se que não é necessário a reunião de todos os elementos citados abaixo para ser considerado uma arte simbolista):

  • Aplicação arbitrária de cores, em clara oposição ao estilo Naturalista/Realista;
  • Uso de mesmo tom em superfícies grandes;
  • Temas ligados a religião, pecado e morte;
  • Retomada de conceitos românticos.

Já nas artes plásticas de modo geral, os pontos mais marcantes dos trabalhos simbolistas são o misticismo e a ligação entre o mundo material e espiritual. As linhas e cores são entendidas como formas de grande expressividade e, por isso, usadas para transmitir ideias por meio de sugestões.

As fontes de inspiração nas artes plásticas eram parecidas com as anteriores, mas destacando entre elas a ideia de movimento. Vida, morte, arte e perversidade eram outras de maior recorrência.

Veja também:

O período histórico

Como já apontado de começo, foi na França a eclosão do movimento que ficou conhecido como simbolismo.

Ocorreu por volta do final do século XIX, entre 1880 e 1890, mas teve vida relativamente curta em razão da ascensão do Modernismo, que partilhava porções de suas ideias, mas tinha campo de atuação mais abrangente.

A arte simbolista, como explicado, é a arte da introspecção, do mergulho individual do artista dentro de si para inspirar novos trabalhos, deixando a observação da realidade crua em segundo plano, totalmente avesso ao estilo e ideias em voga à época de sua concepção.

Essa colisão, rejeição à estética Naturalista/Realista, evidenciava uma ruptura com o passado em prol de uma nova forma de expressão – ideal idêntico ao do Modernismo que também pregava ruptura com as escolas renascentistas que predominavam nos meios acadêmicos a fim de se obter maior liberdade artística e mais possibilidades de expressar-se.

No entanto, enquanto o Modernismo não impõe limites, formas, caminhos muito específicos para se exprimir (na verdade defende todo tipo de experimentalismo desde que atenda o critério de subverter as convenções dos velhos estilos datados), o Simbolismo se restringe às questões de subjetividade, negação da racionalidade e retorno a temas românticos.

Ou seja, a arte simbolista defendia uma ruptura com o passado, mas não de todo o passado, apenas ao que desejava que se tornasse obsoleto.

Para uma época que se buscava o novo, glorificava-se os engenhos da indústria, o desenvolvimento tecnológico, como era o caso do princípio do século XX, não é difícil de compreender por que foi suplantado pelo Modernismo.

A oposição ante aos valores Naturalistas/Realistas se dá em um contexto de forte industrialização na sociedade pós-revolução industrial, com os mercados sendo atulhados de produtos sem personalidade, porém práticos e alimentando uma cultura consumista e vazia de propósito.

Esse apego ao material foi considerado excessivo pelos simbolistas, que pregavam que a arte deveria ser pensada como a união de elementos sensoriais e espirituais. Por isso, o movimento tem afinidades com a natureza e a religião.

Considera-se o Manifesto do Simbolismo, publicado em 1886, pelo poeta Jean Moreás, e o Tratado do Verbo Vivo, de autoria de René Ghil, como os documentos de fundação da arte simbolista.

Considerações finais

A arte simbolista é marcada por se voltada a introspecção, a busca por uma realidade oculta, mística, onírica, pela preferência de inspiração para novas obras o exame das percepções, entendimento e imaginação do artista em detrimento da descrição e observação da realidade.

As principais características da arte simbolista são:

  • Uso de figuras de linguagem;
  • Temas sombrios e misteriosos;
  • Espiritualismo;
  • Fantasia;
  • Musicalidade;
  • Individualismo;
  • Subjetivismo;
  • Contrariedade ao racionalismo e naturalismo;
  • Por vezes, linguagem imprecisa, vaga;
  • Aplicação arbitrária de cores, em clara oposição ao estilo naturalista/realista;
  • Uso de mesmo tom em superfícies grandes;
  • Temas ligados a religião, pecado e morte;
  • Retomada de conceitos românticos.

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