Berthe Morisot

Conheça Berthe Morisot, importante pintora francesa impressionista

Talvez você nunca tenha ouvido falar de Berthe Morisot. Não é um nome comum na história da arte e suas pinturas não constam entre as obras mais famosas. Assim como muitas mulheres na arte, seu trabalho ganhou pouca evidência. Mas, como se sabe, isso não diz respeito a sua qualidade artística.

Suas obras são de um talento ímpar. Antes mesmo dos 30 anos, a artista já tinha expostos suas obras ao lado de Paul Cézanne, Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir.

Neste artigo você poderá saber um pouco mais sobre essa artista e conhecer mais sobre seu impacto no impressionismo.

História de vida

Berthe Morisot nasceu na França, na cidade de Bourges, em janeiro de 1841. Sua família já tinha influências artísticas. Seu pai era arquiteto e a mãe tinha pintores em sua família. Também tinha mais duas irmãs. Todas contaram com o apoio dos pais para terem aulas de pintura.

Em suas aulas particulares com o professor Joseph Guichard, passou a explorar mais as possibilidades da pintura. Por meio dele, passou a conhecer outros artistas de Paris que começavam a se lançar no impressionismo.

Ficou atraída pela liberdade nos traços que o impressionismo tinha como conceito. Foi assim que começou a pintar os quadros que mais tarde ficariam conhecidos.

Já aos 23 anos foi convidada para sua primeira exposição em Paris. Ali estavam outros clássicos do movimento impressionista. Foi extremamente elogiada. Entretanto, suas obras não ganharam tanto destaque como a de muitos artistas homens da época.

Seu nome quase não ficou para a história, quase sempre escondido à sombra dos outros homens impressionistas.

Nesse meio artístico, tornou-se uma grande amiga de Édouard Manet. Trocava correspondências com ele e ambos compartilhavam de admiração um pela obra do outro.

Berthe Morisot

Comumente Morisot é tida como uma aprendiz de Manet. Entretanto, isso não é comprovado, pois ambos trocavam suas experiências com a pintura, um aprendia com o outro. A artista não tinha medo de enfrentar o machismo do pintor. Em meio às discussões, cada um passou a se respeitar e, principalmente, a apreciar a obra do outro.

Morisot foi a responsável por apresentar posteriormente a Manet um grupo de artistas impressionistas e com quem Manet manteria fortes relações.

Depois, a artista casou-se com Eugène Manet, irmão do pintor. Viveram juntos até a morte do esposo.

Berthe Morisot morreu com 54 anos, por conta de complicações de uma pneumonia contraída enquanto cuidava de uma de suas filhas.

Um mulher entre os impressionistas

Morisot estava presente na exposição de 1874, tida como um dos pontos iniciais do impressionismo.

Era a única mulher presente. E destacava-se em meio aos homens. Possuía um jeito único de pintar a natureza e as paisagens.

As suas cores eram feitas por meio de misturas na paleta e suas sombras marcantes.

Uma de suas obras mais famosas foi “O berço”, pintada em 1872, o que lhe rendeu nome no meio artístico.

É uma obra em que a mãe observa sua filha dormir profundamente. Ela está coberta com uma rede contra mosquitos que está suspensa e cai até o berço da menina.

A obra foi vendida somente em 1930, comprada pelo Museu do Louvre, na França.

Como era uma mulher que não precisava trabalhar pois vinha de família rica, não precisava vender suas obras. Por isso, teve somente uma exposição só dela e em sua vida vendeu menos de 40 quadros.

Entre os anos 1874 a 1886, esteve presente em sete exposições impressionistas, de oito que ocorreram na França.

Um dos poucos homens que retratou em seus quadros fora seu marido, vestido com um chapéu de palha olhando pela janela de onde se avista barcos e duas mulheres. O homem está dentro de casa. Na obra observa-se um interior luxuoso, com plantas bem cuidadas e uma cortina leve.

Neste quadro, também é possível fazer a leitura de mulheres que estão livres para passear enquanto o homem está dentro de casa.

Ela não teve um estúdio próprio. Ela gostava de pintar ao ar livre em parques e jardins. Pintava também em seu quarto e assim mostrava mais sobre sua própria vida em seus quadros. O que pintava não estava dissociado do que vivia, de como olhava o mundo.

Morisot só teve um estúdio próprio após a morte de seu esposo. Quando do ocorrido, mudou-se para um apartamento e fez de um dos quartos um estúdio.

Entretanto, morreu logo depois, sendo que o espaço ficou para sua filha, Julie, que também era pintora.

Berthe Morisot

Não confundir Berthe Morisot com Mary Cassatt

Muitas vezes as obras de Morisot são confundidas com as de Cassatt. Isso corre porque eram mulheres em um círculo masculino.

As duas foram impressionistas e colecionaram elogios de seus contemporâneos e de críticos de arte.

Entretanto, suas obras são diferentes. Seus traços e uso de cores não são os mesmos. Essa confusão ocorre mais por desinformação. Também se tende a achar que as mulheres na arte produzem as mesmas coisas. Entretanto, são diferentes e cada uma com sua característica.

Berthe Morisot e suas obras

Nas pinturas de Morisot são retratadas mulheres fazendo coisas cotidianas como realizar costuras, olhar pela janela de uma casa, segurar um guarda-sol…

Até mesmo em seu autorretrato ela está vestida de maneira elegante e pintando. Ela era diferente de muitos outros impressionistas em que as mulheres eram apenas acessórios nas pinturas.

Em seus quadros, a mulher estava em destaque, independente do que estivessem fazendo. Poderia ser uma atividade mais cotidiana ou não.

Não pintou muitas mulheres nuas, somente algumas vezes, e com uma visão modesta. Não pretendia fazer uma certa sensualização ou algo do tipo.

Considerações finais

Observa-se que entre os impressionista também havia um certo preconceito em relação às mulheres.

As mulheres como Morisot foram fundamentais para o desenvolvimento do impressionismo e também para que a mulher ocupasse o seu devido lugar na arte. O interesse dos museus em suas obras também é recente e só agora esses começaram a comprar seus quadros.

Berthe Morisot foi uma das pioneiras no impressionismo e seus quadros deram evidência até mesmo ao cotidiano das mulheres francesas. Ela não pode ser esquecida. Mas é preciso que sempre se relembre de sua obra e lhe conceda os devidos créditos.

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