No decorrer da história, muitos movimentos artísticos ganharam destaque nos mais diversos países. Dentre estes, porém, um em particular chama atenção pela quantidade de talentos que reuniu ao redor do mundo: o expressionismo. A prova disso é que não raramente nos deparamos com obras emblemáticas e bibliografias interessantes a respeito de artistas respeitados nessa vertente. É justamente sobre um destes casos que teremos a honra de falar nas próximas linhas. Seu nome? Ernst Ludwig Kirchner.
Quem foi Ernst Ludwig Kirchner?
Nascido em 1880 em Aschafemburgo, importante centro da Baviera, na Alemanha, Kirchner construiu bela carreira na história da arte. Desde o início de sua trajetória artística, já demonstrava grande criatividade, se tornando um renomado pintor no movimento expressionista alemão.
Ao longo de seus 58 anos de vida, trabalhou em diversas frentes dentro desse cenário. Os exemplos vão desde decorações em domicílios e capelas até quadros, muitos quadros – ao todo foram mais de mil. Além disso, foi um dos líderes do grupo Die Brücke, também famoso pelo teor expressionista de suas obras.
Ernst Ludwig Kirchner foi um pintor expressionista alemão do início do século XX. Nasceu na cidade alemã de Aschafemburgo, em 6 de maio de 1880. Morreu, aos 58 anos de idade, em Frauenkirch-Wildboden (Suíça), no dia 15 de junho de 1938.
O expressionismo e o artista
O movimento artístico conhecido como expressionismo sempre foi muito ligado à capacidade de transmitir emoções intensas como forma de expressão. E é bom que se diga que nunca faltaram a Kirchner capacidade e tino para tal.
Dentro desse contexto, o padrão estético das obras também ficava em segundo plano, com o centro da obra sendo o pessimismo sobre a vida. Além disso, com um misto de angústia, inquietude e até dor, as peças dessa natureza costumavam representar a inadequação do próprio artista frente à realidade. Isso eventualmente também poderia se estender para uma crítica social.
Apesar de ter começado ainda no final do século XIX, o período em que o movimento atingiu seu auge foi por volta de 1910 a 1920. E foi justamente naquele tempo que Kirchner tecia com afinco a sua carreira na arte.
A título de curiosidade, é importante notar aqui que, embora iniciado por artistas plásticos alemães, o expressionismo se expandiu. Nesse processo passou a ser adotado também na música, na literatura, no teatro e até no cinema.
Outro detalhe importante é que ganhou mais destaque no velho continente e mais precisamente na própria Alemanha. A causa disso, porém, é justificada pela I Guerra Mundial e a barreira do idioma alemão. Todavia, é válido notar que, após o fim da Guerra, o movimento influenciou muitos outros movimentos derivados ao redor do planeta.
Carreira
Falando especificamente de Ernst Ludwig Kirchner, podemos retomar no ponto em que ele passa a ingressar de fato nos estudos e trabalhos artísticos. Isso se deu em 1901, mas 4 anos mais tarde que viria seu grande primeiro ato: a fundação do Die Brücke (a ponte) ao lado de amigos. O grupo vislumbrava a libertação da arte dos padrões tradicionais e formais.
Para atingir seus objetivos, os integrantes lançaram mão particularmente da xilogravura, técnica executada em cartazes e catálogos pelo próprio Kirchner. A habilidade do artista para isso veio da adolescência, aos 15 anos, quando seu pai lhe ensinou a técnica. O grupo chegou ao fim em 1913, com os integrantes passando a seguir carreira solo no meio artístico.
A arte e o estilo característico de Kirchner
Sempre muito atento às características do movimento em que estava inserido, Kirchner buscava se diferenciar no contexto. Nesse âmbito, buscava explorar o cenário bidimensional, mas sem fugir da simplicidade. Com essa filosofia, ele compôs a maioria de suas obras trabalhando poucas nuances, com poucas cores combinadas e ausência de perspectiva, além de motivos sobrepostos.
Mais que isso, as obras do artista ainda podiam ser notadas pela forma de expressar a emoção na “pegada” da composição. Seus trabalhos sempre foram pautados em pinceladas agressivas e curtas. Não obstante, buscava incluir geometrização de formas e ainda a emoção de cada tom.
Como um legítimo nome do expressionismo, Kirchner se debruçava em suas obras principalmente no universo que permeava o artista. Não raramente, portanto, suas obras poderiam conter paisagens, cenas de circo, corpos nus, pinturas da fisionomia de parceiros e muito mais. Apesar disso, a partir de 1911, quando ele se mudou para Berlim, passou a se interessar mais por cenas urbanas.
Depois disso, com a Primeira Guerra Mundial e suas consequências, suas obras seguiram um tom mais perturbador. Foi nessa época, por exemplo, que compôs a emblemática “Auto-retrato”. Com situação emocional complicada, em 1917 é levado por amigos até a Suíça, onde reencontra um tom de paz e ordem.
Inspirações e influências
Conforme já sugerido nas entrelinhas ao longo do texto, Kirchner, assim como a maioria dos artistas, buscou inspiração em muitas situações sociais e culturais de sua época.
Agora, em relação a ideias e movimentos que exerceram influência sobre sua arte, podemos destacar alguns. Estes são o Cubismo e o Fauvismo, mas vale mencionar também o pós-impressionismo, principalmente na figura de Van Gogh.
Ao longo de sua trajetória ainda encontrou tempo para buscar conexão entre passado e futuro através da arte. Essa fase se deu principalmente enquanto ele pertencia ao grupo Die Brücke, em Dresden. Tal filosofia era implícita não somente nele, mas também nos demais membros do grupo.
Ainda durante sua vida, ele acabou tendo os próprios quadros confiscados por nazis, vindo a cometer suicídio em 1938, na Suíça. O artista tinha à época apenas 58 anos, mas apesar de ter encurtado sua vida, deixou um grande legado para a cultura, não só para a Europa, mas para o mundo.
Em suma, podemos dizer que esses são os principais detalhes indispensáveis em um resumo da biografia de uma personalidade como Ernst Ludwig Kirchner. O artista ocupa posto de destaque entre os principais talentos do expressionismo e não por acaso é até hoje lembrado por muitos admiradores da arte. Suas pinturas, gravuras e até mesmo esculturas, arte na qual também chegou a se aventurar, sempre foram inconfundíveis.