Pós-impressionismo

Pós-impressionismo: entenda o movimento artístico

O pós-impressionismo foi um movimento europeu, surgido no fim do século XIX e indo até a primeira década do século XX. Foi marcado pela exposição Manet e os pós-impressionistas, ocorrida em Londres, na Grafton Galleries, em 1910. Foi nessa exposição que o crítico britânico Roger Eliot Fry (1866-1934) cunhou a expressão pós-impressionismo. Para dar uma sobrevida ao movimento, Fry chegou a organizar outras duas exposições em 1912 e 1913.

Na mostra, foram apresentados trabalhos de quatro artistas que se distanciam das propostas originais do impressionismo, foram eles: Henri Matisse (1869-1954), Paul Cézanne (1839-1906), Paul Gauguin (1848-1903) e Vincent van Gogh (1853-1890).

Durante os anos de 1880 e 1890, esses artistas aproveitaram as oportunidades que o impressionismo abriu e seguiram por variados caminhos, sendo considerados como as principais figuras da nova atitude crítica em relação as filosofias impressionistas.

Dentro os diferentes rumos tomados por eles, é possível perceber traços de outros movimentos, como o fauvismo, o expressionismo, o cubismo, entre outros.

Definição

O pós-impressionismo, pode ser definido como uma sequência do movimento original, do qual os artistas que se sentiam insatisfeitos com os resultados e regras da corrente anterior, trabalham um novo módulo que tem outras características que seguem novos princípios.

Pós-impressionismo

Motivação

A principal motivação para o surgimento do pós-impressionismo foi o fato de que muitos pintores se sentiam limitados no padrão antigo e queriam mudar um pouco as convenções.

Contribuições

Por ser muito heterogêneo, o movimento trouxe inúmeras mudanças artísticas em sua época, entre as de maior destaque, podemos citar:

  • Pinceladas leves e curtas, cada vez mais próximas do pontilhismo.
  • Utilização de cores vivas.
  • Abordagem de temas do cotidiano, em contraponto aos temas quase fantasiosos retratados no impressionismo.
  • Enxergar o mundo com uma ótica subjetiva.

Artistas Pós-Impressionistas

Alguns artistas migraram do movimento impressionista para o pós-impressionismo. Os principais nomes que optaram por essa mudança radical foram Claude Monet (1840-1926) e Paul Cézanne.

Já nomes como Georges Seurat (1859-1891), Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901), Henri Matisse, Paul Gauguin e Vincent van Gogh foram as figuras que apesar de terem o impressionismo como ponto de partida, estão sempre criando seus trabalhos com as novas ideias pós-impressionistas.

Paul Cézanne

Cézanne, foi um artista francês que, ingressou em 1852 no Collège Bourbon, localizado em sua cidade natal Aix-em-Provence. Lá, Cézanne tornou-se amigo íntimo de Émile Zola, um renomado romancista de sua época.

Alguns anos antes (1846-1848), havia passado pela Academia de Desenho de Aix e foi muito rejeitado. Isso por que gostava de utilizar formas geométricas e perspectivas não condizentes com a realidade em suas pinturas.

Cézanne transitou pela linha de pensamento impressionista, mas foi no pós-impressionismo que encontrou seu lugar. Não tendo que seguir regras rígidas de composição em suas obras, ele conseguiu ser reconhecido por aquilo que realmente gostava de desenhar e pintar.

Entre suas obras mais conhecidas, temos:

  • A Alameda de Jos de Bouffan (1871).
  • A Banhista (1885)
  • A Casa do Enforcado (1873).
  • As Margens de Marne (1888)
  • Autorretrato com um Chapéu de Palha (1875)
  • Banhistas (1892)
  • Camille Pissarro (1874)
  • Les Grands Baigneuses (1894-1905)
  • Maças e Laranjas (1895-1900)
  • Monte Saint-Victoire (1898)
  • Mulher com Cafeteira (1894)
  • O Degelo em Fontainebleau (1879)
  • Os Jogadores de Cartas (1895)
  • Paul Alexis Lendo Émile Zola (1870).
  • Retrato de Louis-Auguste Cézanne (seu pai, em 1866).
  • Uma Velha com um Rosário (1895-1896)

Uma curiosidade sobre Paul Cézanne, é que a obra mais cara já vendida até hoje, é o seu quadro Os Jogadores de Cartas. A pintura foi vendida a família real do Qatar em 2011 por 259 milhões de dólares.

Georges Seurat

Seurat nasceu em Paris e foi oriundo de uma família abastada. Iniciou seus estudos artísticos em 1875, pausando-os em 1879 para servir ao exército durante a Revolução Francesa.

Em seus períodos de viagem ou descanso, Seurat sempre aproveitava para desenhar e pintar. Além disso, fez grandes estudos da luz e também trabalhos utilizando carvão.

A técnica do pontilhismo, teve Seurat como um de seus precursores. A obra Domingo a Tarde na Ilha de La Grande Jatte (1884–1885) é um ótimo exemplo de seu domínio sobre a técnica.

Abaixo segue outras obras importantes deixadas por Seurat:

  • Apresentação ao Lado do Circo (1887-1888).
  • A Torre Eiffel (1889).
  • Banhistas em Asnières (1884).
  • Camponês com Enxada (1882).
  • O Can-can (1890).
  • O Circo (1891).
  • Os Modelos (1898).
  • O Subúrbio (1882-1883).
  • Vista de Fort Samson (1885).

Vincent van Gogh

Nascido na Holanda, Van Gogh cresceu no meio de uma família com tendências artísticas. Foi o mais velho de quatro irmãos. Como era pobre, ao longo de sua vida precisou da ajuda de seu irmão Theo para se manter.

A vida de Van Gogh foi marcada por tristezas, as quais influenciaram diretamente seus quadros. A demência adquirida por ele é atribuída a junção de todas as desilusões que ele passou durante sua vida, culminando no ponto em que chegou a cortar sua orelha direita.

Em vida, Vincent conseguiu vender apenas um quadro. Como não tinha muitos recursos e precisava se manter, dá para ver o quanto ele amou a arte, já que se manteve fiel a sua paixão artística, mesmo sem ser reconhecido.

Van Gogh deixou ao mundo mais de 800 telas, abaixo segue uma lista das mais conhecidas:

  • A Casa Amarela (1888).
  • A Italiana (1887).
  • A Ponte Debaixo de Chuva (1886-1887).
  • A Vinha Encarnada (1888).
  • Caveira com Cigarro Aceso (1885-1886).
  • Girassóis (Década de 1880).
  • Natureza Morta com Absinto (1887).
  • Noite Estrelada (1889).
  • Os Comedores de Batatas (1885).
  • Retrato do Dr. Gachet (1890).
  • Vista de Arles com Lírios (1888).

Pós-impressionismo

Os demais

Claude Monet, Henri de Toulouse-Lautrec, Henri Matisse e Paul Gauguin também contribuíram bastante com o pós-impressionismo, mas falar individualmente sobre cada um deles, estenderia demais esse artigo.

A verdade é que o movimento influenciou muitos outros artistas e honrou o mundo com obras de arte fantásticas e dos mais variados temas e formas. Só para dar um exemplo, temos o Maurice Denis. Que resgatou as retratações religiosas graças a influencia causada pelos trabalhos do Gauguin.

Abaixo seguem duas grandes obras de cada um deles:

  • Claude Monet
    • Manhã no Sena (1898).
    • Veneza (1908).
  • Henri de Toulouse-Lautrec
    • A Srta. Cha-u-Kao no Moulin Rouge (1895).
    • O banheiro (1889).
  • Henri Matisse
    • Felicidade para Viver (1905-1906).
    • Pratos e Frutas (1901).
  • Maurice Denis
    • Decoração para a Capela Santa Cruz de Vésinet (1899).
    • Retrato de Yvonne Lerolle em Três Aspectos (1897).
  • Paul Gauguin
    • Mulher es taitianas na praia (1891).
    • Palheiro na Bretanha (ou o Campo de Batata, de 1890).

O Triunfo da Cor: O Pós-Impressionismo – CCBB

Em 2016, o Centro Cultural Banco do Brasil levou até São Paulo a exposição O Triunfo da Cor: O Pós-Impressionismo que trazia dezenas de obras de arte não só dos artistas mencionados nesse artigo, mas também de muitos outros nomes importantes do movimento pós-impressionista. As pinturas foram trazidas através de uma parceria do CCBB com o Musée d’Orsay e a Fundación Mapfre.

Legal né!? Agora é aguardar pela próxima oportunidade, que teremos de ver novamente aqui no Brasil, essas obras de um período tão libertador para a pintura europeia.

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